A Black Friday do vírus para cada um e a mensagem do aplicativo para todos

 

Na vida como um todo e nos números em particular não se pode generalizar. Essa Black Friday de 2021, depois de um ano da pandeia e no fim do segundo ano com expressivas reduções de internações e mortes, será certamente uma das maiores dessa década.

Mas a euforia, a mania por esse festival de compras por todo o país, numa cópia deslavada do varejo americano, será diferente para cada pessoa. Hoje, 26 de novembro, que marca o auge das compras, na caixa registradora do universo vai estar assinalado que 614 mil brasileiros simplesmente ficaram para trás, vão estar fora da filas humanas e digitais, em grande parte pelo comportamento do governo federal, que desde o início negou os efeitos da pandemia, “é só uma gripezinha”, atrasou a compra de vacinas e até deixou  faltar oxigênio em hospitais.

Mesmo que seja a maior Black Friday da década, mais da metade da população não vai comprar nada. Com mais de 14 milhões de desempregados em todo o país, com o dinheiro contado para garantir a alimentação diária e o pagamento do aluguel mensal, vai faltar reserva financeira para a grande maioria dos brasileiros comprar a pequena lembrança que seja.

Quem chegar numa loja ou clicar no celular, para esses consumidores privilegiados, o ato será mais um consumo próprio, individual. Para as crianças, não precisa, elas já ganharam presentes no Dia da Criança, no aniversário de cada uma. A mãe também não precisa. Já recebeu o presente dela no Dia das Mães. A mulher, sim a mulher, também não precisa. No aniversário dela, banquei um jantar festivo, aqui em casa mesmo, reservado claro, devido a pandemia, mas custou para mim.

Agora cada um vai comprar para si. Vai dar um presente para ele mesmo ou para ela mesma. Pode ser uma roupa, um perfume ou até um carro novo.

Seja qual for a compra, antes do fechamento, o aplicativo programou uma mensagem comum para todos os consumidores:  “Obrigado pelo contato, pela compra. Agradeça ao seu Deus por estar vivo”.

 

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