O mais atual resultado do PISA (sigla em inglês de Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), divulgado esse mês pela OCDE -Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico-, traz a triste realidade da educação no Brasil: seguimos em baixa, fazendo feio diante de países como Singapura, Estônia, Canadá e Finlândia. Dentro dos nossos mais de 8 milhões de km² de extensão territorial, a diferença de pontuação entre sul/sudeste, norte/nordeste e rede pública e privada assusta e mostra a importância de investir em um método que seja capaz de copiar, de forma fiel, a metodologia adotada por algumas escolas de sucesso, para o restante de todo o país, assegurando, assim, a padronização do ensino em todo o território nacional.
Para conquistar as regiões mais distantes dos centros urbanos, uma maneira confiável é apostar no franchising, um sistema estratégico que tem como propósito replicar o modelo de negócio por meio de acordos firmados entre franqueado e franqueador, em que este concede o direito de uso de imagem da marca e, o primeiro, compromete-se a oferecer o serviço ou produto da rede. É, portanto, um sistema que permite aliar o conhecimento do franqueador sobre o negócio (know-how já adquirido), com o conhecimento do franqueado sobre a área de atuação (território), uma grande vantagem se levarmos em consideração o tamanho do Brasil e suas diversas regionalidades.
Na esfera educacional, as redes deste segmento representam uma parcela significativa do Franchising brasileiro. Sob o guarda-chuva da ABF -Associação Brasileira de Franchising-, as empresas já consolidadas no mercado garantem a qualidade do ensino acima de tudo e, assim como em qualquer outra empresa de serviços que tem como maior patrimônio sua mão de obra, as redes de educação investem em treinamento, seja na parte pedagógica ou no atendimento ao cliente. A qualidade do ensino é totalmente preservada no sistema de franquias, que conta, por um lado, com um franqueador que direciona recursos anualmente para inovação, atualização de material didático e treinamento de professores e, por outro, franqueados que se alimentam constantemente da rica troca de experiência entre si e o conhecimento regional onde a unidade está instalada, explorando a potencialidade do local.
A qualidade do serviço passa não só pelo treinamento, que tem recebido aportes cada vez maiores em inovação, a fim de tornar o momento uma experiência produtiva e que, de fato, agregue valor, mas também pelo processo de seleção do qual candidato a franquia passa até se tornar um franqueado. É natural que a rede busque pessoas com perfil alinhado à missão e valores da marca, para manter, assim, o nivelamento ao negócio e o encontro de pessoas com um interesse em comum: ter sucesso por meio da educação. E se a extensão territorial parece um problema, ledo engano. Regionalizar a operação também faz parte do trabalho das redes franqueadoras, a começar pela personalização dos produtos e serviços oferecidos pela unidade, dependendo da necessidade local. A partir daí, o treinamento é estruturado de acordo com a forma que cada uma vai operar e com os produtos que irá oferecer.
Embora no franchising não seja imprescindível que tenha expertise no segmento, é desejável que o investidor tenha, ao menos, afinidade e que esteja disposto a cooperar com a evolução do negócio, já que as duas partes atuam em parceria, com objetivos em comum. Cabe ao franqueador estar sempre em busca de inovações e atento à concorrência, para identificar e fortalecer seus diferenciais, e ao franqueado, que está na ponta e no dia a dia com os clientes e alunos, buscando contribuir ao trazer suas necessidades à franqueadora. Grandes ideias partiram de franqueados que identificaram uma necessidade do mercado e, ao levar ao franqueador, este as implantou, numa clara alusão de que todos ganham se alinhados ao negócio.
Não há como negar que a área de educação tem suas particularidades e que, assim como em qualquer outra rede de franquia, é importante se dedicar ao negócio. Na educação, não é diferente, com o diferencial de ser realmente gratificante atuar em um setor com propósito claro e que muito nos orgulha, pois é por meio da educação que as mudanças operam na vida das pessoas. Qualquer curso, independente da área e da idade, tem esse poder, de influenciar profundamente a história do aluno. Somado a força do franchising, esse propósito ganha dimensão ainda maior, pois é uma forma segura e rápida de alcançar muito mais brasileiros.
*Sylvia de Moraes Barros é CEO da The Kids Club, rede de franquias especializada no ensino de inglês para crianças a partir de 18 meses até os 12 anos. Além dos cursos de imersão no idioma, a rede também oferece certificação internacional e organiza um intercâmbio exclusivo para a Inglaterra durante quatro semanas. É membro do Conselho (Board of Trustees) da escola Lake Forest Academy e Coordenadora da Comissão de Educação da ABF