A não vacinação e o que pode mostrar o gráfico de pizza da enfermeira Florence

vacinação crianças

O Brasil rivaliza com a Itália quem mais produz e consume pizzas por dia. Em terras brasileiras saem dos fornos, a lenha ou elétricos, a cada dia, nada menos do que 30 milhões de pizzas. Sem dúvida, comer pizza, é mais uma paixão do brasileiro.

Mas eu não quero falar de pizza. Quero falar dos profissionais de Enfermagem, que desde o surgimento da pandemia estiveram sempre ao lado de pacientes em todo o mundo.  Refiro-me de forma pessoal a uma enfermeira que nasceu numa família muito rica na Itália e que queria que ela fosse médica.

No entanto, Florence Nightingale, que recebeu esse nome por ter nascido em Florença, insistiu na profissão que almejava e foi a fundadora da chamada Enfermagem moderna. Entre tantas coisas que ela criou e fez na sua longa vida de 90 anos ( 1820 a 1910)  está a famosa figura para ilustrar dados estatísticos e utilizada até hoje:  o gráfico de pizza.

Mas eu não quero falar de pizza. Quero falar de Florence Nightingale. Já formada na Alemanha, foi convocada em 1853 para cuidar de soldados ingleses enfermos que lutavam na Guerra da Criméia contra o Império Russo. Nos hospitais da Turquia logo viu que os soldados morriam mais de tifo e de cólera do que dos próprios ferimentos da guerra. Como chefe dessa divisão de Enfermagem, mandou lavar com água e sabão todos nos hospitais. Também ordenou que todos os profissionais da área médica lavassem as mãos antes de tocar em cada paciente.

Na época não foi fácil para Florence convencer um médico a lavar as mãos mais de uma vez por dia. Para mostrar a mudança que esse simples gesto resultava, Florence passou a desenhar em papel  e colar  nas paredes a queda no número de mortes de soldados, no formato  singelo de um gráfico de pizza.

Mas eu não quero falar de pizza.  Quero agora falar na queda de vacinação no Brasil a partir da pandemia do coronavírus. A própria pandemia dificultou o acesso das crianças até os postos de vacinação. Mas o maior efeito nocivo para essa redução foi a propaganda criminosa, até do próprio governo,  contra os benefícios da vacinação em geral, com maior ênfase para as vacinas contra o coronavírus.

Se Florence estivesse viva colocaria na parede dos hospitais um gráfico de pizza que mostraria a vacinação das crianças cinco anos atrás. Esse gráfico teria 90% desse espaço com a cor azul, das crianças vacinadas, e apenas 10% na cor preta, indicando as crianças não vacinadas.

Se ela fosse fazer o gráfico de pizza da vacinação das crianças nesse momento, mostraria um espaço com a queda para 60 % da cor azul  e o  crescimento da cor preta para 40%.

Vou falar de pizza só para passar o lembrete a um pai ou a uma mãe. Quando for comer uma deliciosa pizza, lembre do gráfico da enfermeira Florence e se o seu filho está com as doses de vacinas em dia. Só assim seu filho vai estar mais vezes ao seu lado no momento feliz de comer uma pizza.

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