A tecnologia cada vez mais feminina

O quadro econômico de 2020 gerou uma piora no mercado de trabalho brasileiro – e impactou as mulheres com mais força. O percentual de mulheres que estavam trabalhando ficou em 45,8% no terceiro trimestre de 2020, segundo os dados mais recentes do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O nível mais baixo desde 1990, quando a taxa ficou em 44,2%.

Elas são minoria, inclusive quando se trata de comandar negócios: segundo o Mapeamento de Comunidades da Associação Brasileira de Startups, somente 12,6% das startups brasileiras são lideradas por mulheres, enquanto 2,4% tem maioria feminina (quando há mais de um líder no quadro societário) e apenas 7,1% têm quadro de founders equilibrado em gênero. O quadro muda, ligeiramente, nas startups do Centro-Oeste, no qual 14,3% das startups são lideradas por elas.

Mas o cenário vem mudando a partir de iniciativas público-privadas. O InovAtiva Brasil, maior programa de aceleração de startups da América Latina promovido pelo Governo Federal, por exemplo, teve uma conquista inédita no ciclo 20.2. Das 14 startups destaques, nove são lideradas por mulheres. E temos outros grandes exemplos:

Vice-presidente da Abstartups, Ingrid Barth (foto)
Bacharel em economia e finanças pela Universidade Metodista de São Paulo e com MBA em empreendedorismo e inovação pela FIA USP. Ingrid Barth tem larga experiência em corporate banking e coordenação de operações de crédito e gestão de tesouraria, bem como conhecimento em negociações contratuais relacionadas a operações cross boarder de derivativos e empréstimos. Em 2018, fundou a Linker, o 1º banco digital 100% focado em startups e seus empreendedores, onde atua como COO. Também é líder da vertical do Open Banking com o Banco Central na ABFintechs, faz parte do Comitê de Jovens Empreendedores na FIESP, entre outros.

• Milene Rosenthal, cofundadora da Televita
Formada em psicologia com especialização em Terapia Cognitiva, Pós-Graduada em Gestão de Recursos Humanos, e duas certificações como Cybercounsellor pela Universidade de Toronto. Fundou em 2010 a primeira plataforma de atendimento psicológico online no Brasil, se tornando uma das pioneiras nesse segmento. Em 2014 ganhou o prêmio Mulheres de Negócio do SEBRAE, em 1º lugar. Participou das reuniões para a revisão da Resolução 12/2005 e 11/2012 no CRP-SP que tratam sobre atendimento psicológico a distância. Atualmente é co-fundadora e responsável técnica da Telavita, clínica de saúde mental online que conecta psicólogos e psiquiatras de todo país com seus pacientes.

• Mônica Hauck, fundadora da Sólides
Graduada e pós-graduada pela UFMG e FGV, com MBA em Gestão Empresarial e especialista em Inovação e Empreendedorismo pela Universidade de Stanford. A empreendedora desenvolveu a ferramenta Profiler e, como referência em Gestão Comportamental, atualmente ministra palestras e cursos por todo Brasil. Também é vencedora do Prêmio Mulheres Notáveis, na categoria Tecnologia.

• Nathália Sbardelotto Secco, CEO e co-fundadora da Orchestra Innovation Center
Com pós-graduação em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas e Liderança Executiva, Tecnologia e Inovação na Universidade de Stanford, no Vale do Silício (Califórnia), Nathália iniciou sua carreira aos 25 anos na área de inovação no agronegócio e produção agrícola na Fertiverde – empresa da família com 35 anos de mercado no agronegócio do sudoeste goiano. Aos 28 anos, criou o braço de inovação da empresa para o desenvolvimento de novos negócios, por meio do design thinking e de metodologias ágeis, dando origem à spin off Orchestra. Além disso, Nathália Secco, em 2020, foi reconhecida como uma das personalidades do Forbes Under 30.

• Cofundadora do ReclameAqui e CEO e fundadora do Instituto Cliente Feliz, Gisele Paula
Formada em comunicação social com ênfase em publicidade e propaganda, e com MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, Gisele possui passagem por empresas como DPaschoal e Embracon. Possui 20 anos de experiência com clientes, sendo 10 deles dedicados exclusivamente para a construção da maior plataforma de relações de consumo do Brasil, o Reclame Aqui, do qual é cofundadora. Ao longo desse tempo, treinou mais de 20 mil profissionais de atendimento e ajudou centenas de empresas a implantarem uma nova cultura de atendimento, entre elas B2W, Via Varejo, Panasonic, Electrolux, entre outras. Gisele foi indicada recentemente ao Prêmio Digitalks na categoria Customer Experience. Hoje dedica-se exclusivamente ao seu novo empreendimento, o Instituto Cliente Feliz.

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