Albert Einstein, a negação da ciência e a boa notícia que teria hoje

albert einstein

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Perto de completar 100 anos da vinda ao Brasil do físico alemão Albert Einstein, criador da Teoria da Relatividade (tempo e espaço são relativos, estão entrelaçados), considerado um dos maiores cientistas de todos os tempos, vale uma reflexão para entender porque ele ficou mais tempo num dos locais que visitou no Rio de Janeiro, na época capital do Brasil.  Ele foi recebido pelo presidente da República, Artur Bernardes, no dia 4 de maio de 1925. Visitou o Jardim Botânico, o Observatório Nacional, o Museu Nacional e rumou para um prédio histórico, em pé até o hoje, onde dedicou a maior parte do seu dia no Brasil e se declarou surpreso e entusiasmado com o que viu neste local.

Se Albert Einstein chegasse nos dias de hoje ao Brasil sua reação seria outra. Sem dúvida, também de preocupação e tristeza, com diferentes constatações: a negação da ciência, o total de mortes que vai ultrapassar 600 mil brasileiros, em grande parte pela falta de vacinas em tempo adequado, e a fuga atual recorde do país de cérebros, de cientistas.

Ele indagaria sobre as razões para integrantes do alto escalão do governo, a começar pelo presidente da República, de negar a pandemia e as vacinas que são fabricadas no Brasil desde 1900.

Ele também não deixaria de manifestar sua indignação com a fuga de cientistas do Brasil nos últimos anos. Iria procurar entender por que jovens doutores, recém-formados, entre eles Bianca Andrade, Eduardo Farias Sanches, Gustavo Santos, Renata Leonhardt, entre tantos outros, foram embora do país, em definitivo.

Os números atuais da fuga de cérebros do Brasil são imprecisos, de difícil quantificação. Mas a Receita Federal mostra, sem classificar formação e profissões, que esse número de pessoas que deixaram o país passou de 8.170 em 2011 para 23.271 em 2018, um aumento de 184%. Já o Departamento de Imigração norte-americano revela que em 2019 e 2020, já no governo Bolsonaro, a busca pelo visto permanente dos tipos EB1 e EB2, cresceu 40% se comparado com os dois anos anteriores.

Na sua estadia agora no Brasil, Einstein iria recordar da Fundação, criada em 1900, onde ficou mais tempo quando esteve no Brasil. Ali, era fabricado a vacina para combater e imunizar a pandemia da época, a varíola. Também recordaria do cientista e sanitarista que foi o pioneiro no estudo das moléstias tropicais e da medicina experimental do Brasil.

Esse jovem cientista quase foi linchado em praça pública no Rio de Janeiro, em novembro de 1904, por determinar, com o apoio do presidente da época Rodrigues Alves, a obrigatoriedade da vacina contra a varíola que mantava milhares de pessoas em todo o mundo.

Einstein teria a boa notícia e ficaria feliz em saber que hoje a mesma Fundação produz também uma vacina para combater o coronavírus (a AstraZeneca) responsável por imunizar e salvar milhares de brasileiros, a exemplo de outras vacinas.

Não foi por menos na sua visita ao Brasil que Albert Einstein reconheceu o valor e a importância na época do cientista e sanitarista que é referenciado até hoje:  Oswaldo Cruz.  A própria Fundação sempre ostentou o seu nome: Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), onde Einstein passou mais tempo quando esteve aqui, um templo da ciência no Brasil.

 

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