Jeff Bezos, fundador da Amazon, líder mundial no comércio digital, tem uma frase, sempre repetida, sobre o que é uma marca. Para ele “marca é o que as pessoas falam quando alguém sai da sala”.
Um país, como o Brasil, é também uma marca, que pode ser assunto restrito a uma sala ou ganhar propagação para todos os espaços do mundo. No momento, a marca, a imagem do Brasil vive, sem dúvida, uma crise de reputação mundial.
É muito revelador um estudo recente concluído pela consultoria Curado & Associados junto a sete veículos de comunicação, dos mais prestigiados no mundo, entre eles The New York Times e The Washington Post (Estados Unidos), The Guardian e The Economista (Inglaterra), El País (Espanha), Der Spiegel (Alemanha) e Le monde (França).
A Curado & Associados reuniu para analisar 1.179 textos publicados pelos sete veículos de comunicação com referência ao Brasil. Desses textos, 92% tiveram viés negativo sobre a administração de Jair Bolsonaro, desde questões relacionadas ao meio ambiente até a gestão da pandemia. Nesse levantamento da consultoria, destaca-se que entre os textos negativos publicados sobre o Brasil, 52% estão relacionados a forma como o governo brasileiro conduziu a pandemia desde o início.
Com essa imagem da marca Brasil no exterior, um casal inglês que programa uma viagem internacional todo ano, vai pensar pelo menos três vezes antes de marcar o Brasil no mapa dos seus futuros roteiros. Um alto executivo alemão também terá receio de entabular no momento uma nova negociação com o Brasil depois de ler tantas notícias negativas sobre o país.
Vamos imaginar Jeff Bezos numa sala com um grupo de pessoas. Ele está ali representando o Brasil. Por diversas vezes disse que adora o Brasil, tanto que colocou o nome da sua empresa inspirado no Rio Amazonas, o maior do mundo em extensão e volume de água, fenômeno parecido que certamente já imaginava para a sua empresa. Num momento, ele resolve sair da sala. O que falam da marca Brasil: “É um desastre a gestão da pandemia”. “Puxa, o presidente está sendo chamado de genocida”. “Negou o uso de máscara, distanciamento social e até a vacina”. “ É urgente uma coordenação nacional por mais vacinas senão vão morrer mais milhares de pessoas”. “Fora Bolsonaro”. “O presidente foi eleito pela via democrática, em 2022 tem nova eleição e o povo vai decidir novamente ”.