Antonio Rodrigues, fundador da Seleta, a cachaça artesanal mais consumida do País, não passa despercebido por ninguém. A grande barba grisalha, o cabelo comprido, o chapéu de abas largas e o galho de arruda atrás da orelha fazem do empreendedor uma figura folclórica de Salinas (MG), a capital mundial da cachaça. Mas Toni, como é conhecido na cidade, também é dono de uma história que é uma verdadeira lição de empreendedorismo. Com um espírito visionário, há 40 anos ele começou a transformar a ‘pinga’ em cachaça artesanal, um produto de grife que caiu no gosto de consumidores do mundo inteiro.
Atualmente, a Seleta produz 1,5 milhão de litros de cachaça por ano e exporta para a China, Estados Unidos, Alemanha, Itália, Uruguai, Portugal, Nova Zelândia e França. Mas como a maioria dos empreendedores, Toni começou pequeno. No início, ele apenas envelhecia a cachaça e vendia a granel na região. Logo passou a engarrafá-la. Os clientes não paravam de chegar e foi então que decidiu comprar uma fábrica e um grande canavial para produzir a cachaça. Quatro décadas depois, ele mantém os mesmos processos: fermentação natural, destilação em alambiques de cobre e envelhecimento em tonéis de bálsamo, ipê-amarelo e umburana.
São três cachaças produzidas com a ajuda de 120 funcionários, os “seleteiros”. A Boazinha, envelhecida por dois anos em barril de bálsamo, é produzida desde 1970. O nome teve origem no jeito do consumidor pedi-la: ‘Me dá mais uma dose daquela boazinha’. A Seleta é envelhecida por dois anos em tonéis de umburana e, a Saliboa, em tonéis de ipê-amarelo. Todas trazem o espírito empreendedor de Toni. “Eu gosto mesmo é de ficar na zona de desconforto, pois essa não me permite parar e deixar de visualizar resultados maiores. Tenho tanto a crescer ainda”, declara o produtor. www.vivaseleta.com