Centrais não gostam dos R$ 545, mas elogiam política de valorização do salário mínimo

Apesar da aprovação pela Câmara do salário mínimo de R$ 545, quando as centrais sindicais queriam R$ 580, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) elogiou a aprovação da política de valorização do salário mínimo, que valerá até 2015. Ela prevê que o salário mínimo será reajustado anualmente com base no índice de inflação do ano anterior e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores.

O presidente da CUT, Artur Henrique, disse, por meio de sua página oficial na internet, que a política de valorização permanente do salário mínimo é “uma inegável vitória da classe trabalhadora” e deve beneficiar cerca de 47 milhões de pessoas, direta ou indiretamente.

“Por todas as previsões, em 2012 o salário mínimo deve chegar a R$ 620 e, nos anos seguintes, continuará crescendo com significativos aumentos acima da inflação”, disse Artur Henrique. Na noite de ontem (16), a Câmara dos Deputados aprovou o reajuste do salário mínimo para R$ 545. O projeto ainda precisa ser apreciado e votado pelo Senado Federal.

O presidente da CUT disse que a luta das centrais agora é pela correção da tabela do Imposto de Renda (IR) e a política permanente de valorização das aposentadorias. A CUT quer que a tabela do Imposto de Renda seja corrigida em 6,47%, em 2011, e que seja pensada uma fórmula de longo prazo para garantir a valorização permanente do poder de compra dos aposentados que ganham acima de um salário mínimo.

Também por meio da internet, o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, afirmou que a votação do salário mínimo mostrou que o governo está cumprindo à risca o ajuste fiscal exigido pelo mercado financeiro e culpou o tripé econômico – formado pelo câmbio flutuante, metas de inflação e superávit primário – pela não aprovação de um reajuste maior do salário mínimo.

“Mais uma vez ficou comprovado que a política econômica do país é um grave obstáculo à valorização do trabalho. As centrais se mantiveram até o fim em sua posição por entender que é hora de o país iniciar um novo rumo, em direção a um projeto de desenvolvimento duradouro, que privilegie a produção, a geração de empregos e não a especulação”, disse.

Para o presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), Antonio Neto, “nenhum brasileiro saiu vitorioso dessa batalha”, mas que “a luta continua”. “As centrais sindicais irão mobilizar as suas forças para sensibilizar os senadores de que este é o melhor caminho para o país”, disse Antonio Neto.

A Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), também por meio da internet, afirmou que o “trator do governo passou por cima dos trabalhadores”, mas que mantém sua posição em defesa do salário mínimo de R$ 580, a correção da tabela do Imposto de Renda e o reajuste dos aposentados.

 

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