CEO desde os 18 anos, esta empreendedora lidera uma empresa há 24 anos

Na contramão do mercado, a executiva consolidou sua empresa e está a 24 anos atuando no setor de tecnologia, tudo isso ao lado do seu papel de mulher e mãe

Segundo a pesquisa Woman in Technology, menos de 20% dos cargos das áreas de tecnologia no Brasil são ocupados por mulheres. Em toda a América Latina, elas representam menos de 30% das vagas de liderança no setor. Entre os 20%, encontra-se a Natália Castan que iniciou a sua carreira de empreendedora aos 18 anos, quando fundou a Unite, ecossistema latinoamericano de soluções para o atendimento ao consumidor, onde atua até hoje como CEO.

Bacharel em Direito e formada em inovação pelo MIT, Natália saiu de um escritório de advocacia, onde trabalhava, e decidiu empreender na área de tecnologia em 2000, quando o cenário deste setor e de inovação ainda estava pouco desenvolvido. “Quando eu comecei, a febre de startups e empresas inovadoras e tecnológicas ainda não tinha chegado com força. Além disso, eu tinha o agravante de ser uma mulher muito jovem e sem nenhuma formação superior ou experiência que pudesse, de fato, me colocar à frente dos concorrentes. Esses fatores com certeza me adicionaram alguns bons desafios na caminhada, a começar pela necessidade de emancipação para poder fundar a minha empresa, já que na época, a maioridade só era atingida aos 21 anos”, conta a CEO da Unite.

Ao longo da trajetória, Natália acompanhou as mudanças do seu setor e buscou mais capacitações, fazendo vivências por lugares como Escola da Ponte, Projeto Âncora e no Sustainability Institute, além de uma formação transformadora na Metanoia, tudo com o objetivo de adquirir ainda mais conhecimento para desenvolver seu negócio. Foi nesse período que a empreendedora percebeu que se por um lado, o mundo digital é rápido e cheio de opções, por outro, o atendimento humanizado transmite confiança e gera conexões. Então, “por que não unir as duas coisas?”. Dessa forma, além de um call center, a Natália construiu uma fonte de ideias, valorizando a intergeracionalidade, desenvolvendo projetos junto com a comunidade e respeitando a diversidade na equipe.

Porém, apesar de todos os cursos e estudos, a executiva conta que, a chegada da maternidade na sua vida, foi o grande divisor de águas para chegar onde está hoje. “Quando me tornei mãe, passei a questionar aquilo que eu estava construindo e tudo que já tinha feito não fazia mais sentido dali em diante.  A Unite já era um call center de alta qualidade e atendimento diferenciado, mas eu queria deixar algo que fosse mais profundo do que isso para os meus filhos, foi quando comecei a trilhar o caminho para chegarmos ao ecossistema de soluções para o atendimento ao consumidor que somos hoje. Para isso, eu precisei rever minha forma de liderança, convidar mais mães e mulheres que me ajudaram e ainda apoiam nesse processo e apostar de vez no nosso diferencial: a humanização do atendimento”, explica. Com esse novo olhar, a executiva encabeçou o desenvolvimento da plataforma proprietária da Unite, a Une, que oferece diferentes tecnologias capazes de transformar o relacionamento entre empresas e clientes.

Seguindo essa vontade de impactar o mundo, por quatro anos Natália foi conselheira deliberativa e fiscal do Sistema B no Brasil, atuando com uma forte preocupação com o impacto dos negócios. Além disso, também desenvolveu a Escola de Repertório, como terceira camada de habilidade para as pessoas entender esse mundo complexo que vivemos, a partir da exploração de repertórios de diversas naturezas e a Blox, uma EdTech especialista em flexibilização curricular para Ensino Superior e Ensino Médio.

“Fico muito feliz em ver o quanto valeu a pena passar por cima de todos os obstáculos que vieram ao longo dos mais de 20 anos de carreira. Hoje, sou completamente realizada como mãe, esposa e empreendedora, mas ainda quero chegar mais longe com tudo isso. Assim como quero deixar uma empresa com propósito, meu desejo é que eu possa abrir caminho para que outras mães, mulheres e jovens possam entrar nessa jornada profissional, seja empreendendo ou não, mas que seja mais leve para as próximas gerações que virão”, finaliza Natália Castan.

 

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