Com publicação feita em 2015, ela criou a maior comunidade de mães do Brasil

Dani Junco (foto em destaque) se tornou uma das principais figuras do ecossistema de inovação, e frequentemente lidera listas que mencionam a influência de lideranças femininas

Dani Junco, filha de Dona Rosalina e mãe de Lucas, é uma empreendedora com um percurso impressionante. Graduada em Farmácia e pós-graduada em Branding e Marketing, ela também é uma estudiosa do campo da neurociência. Dani desde muito nova precisou trabalhar para contribuir financeiramente em sua casa com a morte prematura do pai. Aos 17 anos, ingressou no curso de Farmácia e, logo em seguida, foi contratada por uma empresa que introduziu novos medicamentos no mercado brasileiro, acompanhando grandes lançamentos de medicamentos. Após uma década de sucesso na área e com uma crescente demanda de empresas que buscavam seus serviços, ela decidiu retornar ao empreendedorismo.

Juntamente com a irmã Micheli Junco e a cofundadora Juliana Lopes, Dani fundou a Injoy, uma agência especializada em marketing farmacêutico. A empresa rapidamente conquistou reconhecimento ao assinar seu primeiro contrato com a Danone. “Desde criança, fui ensinada que empreender era a solução. Minha família nunca esperou que eu me tornasse funcionária pública, advogada ou médica. Minha mãe sempre acreditou no empreendedorismo e me ensinou a ser uma solucionadora de problemas”, destaca a empreendedora.

No entanto, as coisas mudaram quando Dani engravidou do Lucas, e descobriu um mundo que desconhecia, que exclui as mulheres após a gravidez. Sentindo-se confusa e perdida, ela decidiu fazer uma publicação no Facebook, questionando se estava sozinha nessa situação e convidando outras grávidas na mesma situação para tomar um café, com o objetivo de compartilhar experiências, sentimentos e até mesmo frustrações. “Pensei que ninguém apareceria, mas, quando vi que oitenta mulheres responderam, percebi que a dor era compartilhada por muitas. Na mesma época, as startups e o cenário de inovação começaram a crescer no Brasil. Mas, ao participar de eventos, simplesmente não me via representada. Ouvi que era preciso escolher entre ser mãe e CEO, porque eram duas carreiras para a vida toda. Eu já tinha minha empresa, com um faturamento milionário, e ainda assim fui ignorada. Decidi, então, aprofundar meu conhecimento sobre o assunto. Se não fazem por nós, vamos fazer por nós e por elas”, ressalta.

Foi a partir dessa inquietação que a B2Mamy nasceu em 2016 com as cofounders Micheli Junco, Juliana Lopes, Bianca Levy e Jaqueline Romaneli, o time que liderava a antiga agência com Dani como fundadora e CEO. Inicialmente, era uma aceleradora focada em capacitar e conectar mães para se tornarem líderes no ambiente de inovação. Com sua rede de contatos na indústria e nos círculos que frequentava, ela fez um pitch para o Google, que comprou a ideia e incubou o projeto em 2017.

Ao longo dos anos, a empresa se tornou a maior comunidade que cuida de quem cuida e conecta mães e mulheres ao ecossistema de inovação tornando-as líderes e livres economicamente por meio de educação, empregabilidade e pertencimento. Adotando um modelo de negócios B2B2C, a empresa uniu grandes marcas que desejavam investir em impacto social com a comunidade, capacitando mais de 100 mil mulheres em programas de educação e movimentando mais de 27 milhões de reais na rede. A comunidade oferece diversos serviços, incluindo a Casa B2Mamy, Um hub de inovação com coworking acessível para mães e mulheres, além de espaço para eventos, situado no coração de Pinheiros, um dos bairros mais renomados de São Paulo.

O hub foi projetado para solucionar a principal preocupação das mulheres e mães: trabalhar sem a necessidade de se preocupar com o bem-estar de seus filhos durante o expediente. Foi criado com o propósito de oferecer acolhimento, promover debates e facilitar networking, com o objetivo de impulsionar a presença feminina no mercado de trabalho. Além disso, o local proporciona aos visitantes um ambiente acolhedor para cuidar de sua saúde mental e bem-estar. Outra solução é a B2Mamy Academy, uma plataforma que oferece mais de 63 aulas e trilhas de capacitação gravadas, bem como transmissões ao vivo abordando diversos tópicos, incluindo saúde mental e física, carreira, geração de renda e planejamento familiar.

“Ao conceber a Casa, nossa meta sempre foi ir além de fornecer apenas um ambiente seguro de apoio para mães e mulheres empreendedoras, ou aquelas que buscam avançar em suas carreiras. Nosso intuito era criar um espaço que encorajasse conexões e estimulasse a inovação por meio de uma comunidade colaborativa. Quanto à B2Mamy Academy, a criamos porque percebemos a necessidade de uma plataforma que fosse uma mistura de streaming com rede social. No portal, as mulheres podem assistir aulas gravadas e ao vivo, receber mentoria, participar de discussões no feed de notícias, encontrar oportunidades de trabalho e acessar um clube de benefícios e descontos. Além disso, podem conectar-se com mulheres que estão na mesma fase da vida e da carreira”, destaca a CEO e cofundadora da B2Mamy.

Dani se tornou uma das principais figuras do ecossistema de inovação, startups e tecnologia, com vários prêmios e frequentemente liderando listas de lideranças femininas. Durante sua jornada à frente da B2Mamy, ela também liderou movimentos de ativismo em prol das mulheres, como incentivar empresas a dar um dia de folga às funcionárias no Dia das Mães e coordenar o estudo Female Founders, realizado em parceria com o Distrito e Endeavor, que trouxe um retrato inédito do empreendedorismo feminino no Brasil.

Agora, a empreendedora acaba de lançar um livro com dicas e reflexões para mães sobre medo e culpa no trabalho após a gravidez, intitulado “Mãe, por que você trabalha?”. Durante a pré-venda, a obra ocupou o nono lugar entre os mais vendidos da Amazon, em menos de 24 horas, e o primeiro lugar na categoria negócios e história global, o que é inusitado  para um livro sobre maternidade

Apaixonada por unir mulheres e colocá-las em movimento, Dani Junco é, antes de qualquer outro atributo, uma líder comunitária que luta para que as mulheres tenham liberdade financeira para tomar decisões conscientes sobre si e suas famílias. “Eu, como mulher, mãe e empreendedora, sei o quanto é difícil equilibrar a vida pessoal com a profissional. Durante muito tempo, me senti sozinha, mas depois daquele post no Facebook, percebi que não estou sozinha, que não sou a única a passar por essa situação. Existem milhares de mulheres no Brasil que se sentem da mesma forma. Então, ali, percebi que se esse sentimento é compartilhado, devemos trabalhar em grupo, ou melhor, em comunidade, para nos ajudarmos. Meu propósito maior é ajudar mães e mulheres a se encontrarem, a se sentirem livres e pertencentes. Quero mostrar que podemos ocupar todos os lugares que desejarmos, inclusive a cadeira de CEO de uma grande empresa”, enfatiza.

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