O Brasil é um dos países mais empreendedores do mundo. Dependendo do ano da pesquisa realizada pelo Global Entrepreneurship Monitor (GEM), figuramos no sexto lugar, segundo ou primeiro. No entanto, o percentual de fechamento das empresas que iniciam ainda é muito alto, a par de ter melhorado bastante nos últimos anos. A fim de contribuir para aumentar as chances de um negócio vir a dar certo, formatamos uma pesquisa para determinar o índice de sucesso de quem vai abrir uma pequena empresa. Definimos três competências necessárias para o êxito de uma pequena empresa: “informações sobre o ramo de negócio que pretende abrir”; “experiência em administração de empresas” e “o capital inicial”.
Competência 1 – Informações sobre o ramo de negócio que pretende abrir
1. Você já trabalhou nesse ramo de negócio?
2. Você tem experiência de venda nesse ramo de negócio?
3. Você tem experiência de produção e/ou compra nesse ramo de negócio?
4. Você sabe, com clareza, como se ganha dinheiro nesse ramo de negócio?
5. Você sabe, com clareza, qual é a clientela (público-alvo ou o segmento específico de mercado) que pretende alcançar? Fez um estudo/pesquisa de mercado?
6. Você sabe quem são os seus principais concorrentes nesse ramo de negócio?
7. Você sabe quem são e como funcionam os seus fornecedores?
8. Você sabe responder, imediatamente, por que os clientes comprariam de você e não da concorrência?
9. Você sabe dizer numa única frase, imediatamente, qual é o seu tipo de negócio?
Competência 2 – Experiência em administração de empresas
1. Você sabe o que é DRE e tem experiência em levantar os dados de um DRE?
2. Você sabe o que é fluxo de caixa e tem experiência em implantar um fluxo de caixa?
3. Você sabe estruturar custos e formar preço de venda?
4. Você sabe o que é plano comercial e tem experiência em implantar um plano comercial?
5. Você sabe o que é inadimplência e tem experiência em evitar a inadimplência?
6. Você sabe estabelecer metas empresariais de curto, médio e longo prazos?
Competência 3 – O capital inicial
1. Você já fez um orçamento de quanto vai precisar para os investimentos diretos (compra do ponto, reformas, mercadorias, máquinas, equipamentos, matéria-prima,…)?
2. Você já fez o cálculo da necessidade de capital de giro (pelo menos nove vezes o valor do custo fixo mensal)?
3. Você tem o capital disponível, em dinheiro, necessário para o investimento direto?
4. Você tem o capital disponível, em dinheiro, necessário para o capital de giro?
As respostas, a cada questão, são respondidas pelo próprio potencial empresário, com apenas duas opções: “sim” ou “não”. Definimos uma escala de 0 a 100% as chances de êxito. Veja as respostas que obtivemos:
Média geral de probabilidade de sucesso: 44,28%
Média alcançada em cada competência:
Competência 1: 64,65%
Competência 2: 36,36%
Competência 3: 31,82%
É paradoxal o fato de sermos um dos países mais empreendedores do mundo e, ao mesmo tempo, nossos empreendedores não terem conhecimento, capital e nem experiência em empreendedorismo. É como se fôssemos o País que mais constrói pontes no mundo, mas nossos engenheiros e mestres de obra não sabem fazer pontes e, ao iniciá-las, sequer fizeram orçamento do custo e tampouco têm o dinheiro necessário para concluí-las. Não seria espanto se a maioria delas caísse. É o que acontece de semelhante entre o nosso empreendedorismo e o alto número de fechamento das pequenas empresas. Não há com o que se espantar, pois os números revelam que a probabilidade de êxito no início do empreendimento é muito aquém do razoável.
Como aumentar as chances de êxito?
– Postergar o início do empreendimento por um, dois ou três anos.
– Empregar-se no ramo em que pretende empreender, com olhos de quem vai empreender no futuro e aprender tudo sobre aquela atividade.
– Nesse meio tempo, buscar capacitação em gestão de pequenos negócios para saber adotar as melhores práticas de gestão.
– Nesse meio tempo, economizar cada centavo ganho para acumular capital inicial necessário para entrar no jogo empresarial e suficiente para manter-se nele por, pelo menos, nove meses (capital de giro).
– Enxergar o empreendimento, não como um instrumento de trabalho (de autoemprego) e sim como um instrumento do capital.
– Aprender a pensar como pensam Presidentes de grandes empresas: pensar grande!