30 milhões de mulheres administram um negócio próprio no país; 40% a mais após um ano de pandemia. Saiba mais sobre algumas mulheres líderes de startups brasileiras que estão inovando nas áreas de tecnologia, agronegócio, educação, mobilidade, entre outras
O Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino é celebrado 19 de novembro numa iniciativa da Organização das Nações Unidas para incentivar e apoiar mulheres empreendedoras globalmente e combater a desigualdade de gênero no mercado de trabalho. No Brasil, elas vêm crescendo no mundo dos negócios: são 30 milhões de mulheres empreendedoras, quase metade da força empreendedora do país, segundo o Global Entrepreneurship Monitor. Só em 2020, esse número cresceu 40%, de acordo com a Rede Mulher Empreendedora, também impulsionado pela necessidade gerada pela pandemia de Covid-19.
No ecossistema de startups no país, porém, as mulheres ainda são minoria na liderança. Segundo a Associação Brasileira de Startups (ABStartups), apenas 15,7% das startups nacionais têm à frente uma mulher. Entre as brasileiras que enfrentam essa estatística estão Tati Santarelli, CEO da TeamHub, selecionada por fundo de investimento do Nubank; Nathália Secco, fundadora e CEO da Orchestra Innovation Center, a única mulher à frente de um hub de startups do agronegócio no país; Denise Saito, CEO e diretora criativa da Freela School; Jordana Souza, cofundadora e CRO da VOLL; Paula Mesquita Lage, fundadora e produtora executiva da Fábrica de Graffiti; Mariana Bicalho, fundadora do Mommys, a primeira community manager mulher certificado pela Facebook no Brasil; e Roberta Vasconcellos, cofundadora e CEO do BeerOrCoffee, maior plataforma de coworkings da América Latina.
Inovando nas mais diversas áreas de conhecimento, mulheres como Tati Santarelli mostram como a liderança feminina pode gerar grandes resultados para uma empresa. “Pensar o desenvolvimento de soluções tecnológicas a partir do protagonismo de mulheres negras é revolucionário, somos o maior grupo étnico do Brasil”, afirma a CEO da TeamHub, que recentemente foi selecionada por um fundo de investimento do Nubank.
Trabalhando em uma área ocupada majoritariamente por homens, a Forbes Under 30 Nathália Secco já captou R$ 6 milhões só em 2021 para investir em agrifood techs. “Me deixa feliz representar mulheres brasileiras no agronegócio e transformar minha região em um polo de inovação no mundo”, diz a empresária.
São muitos os desafios da mulher empreendedora no Brasil que vão além de administrar um negócio. “Quando falo sobre empreendedorismo para mulheres, percebo o quanto é necessário trabalhar a autoestima delas para levá-las a acreditar em seus sonhos. São mulheres extremamente capacitadas, mas com a autoestima afetada pela desigualdade de gênero”, explica Jordana Souza, da VOLL. Paula Mesquista Lage, da Fábrica de Graffiti, também comenta que “como mulheres, temos que provar nossa competência constantemente. Já ouvi até ‘Não trato de negócios com mulher’. Para ser ouvida, minha postura e minha fala têm que ser cravadas, porque se eu não me posicionar, ninguém vai fazer isso por mim”.
Elas também criam oportunidades para outras mulheres dentro de suas empresas. Assim como Jordana e Paula mantêm ao menos 50% de mulheres no quadro de funcionários, Mariana Bicalho, no portal Mommys, lançou uma escola de empreendedorismo para a comunidade materna. “Desde que fundei o Mommys, percebo a necessidade que as mães têm de se sentirem bem sucedidas no trabalho, é algo que afeta sua autoestima e a convivência familiar. Também conheci muitas mães que começaram um negócio por urgência e, portanto, sem planejamento. Por isso criei a M Academia, que dá uma base sólida para a viabilização e administração de um pequeno negócio”, conta.
Tati Santarelli, CEO da TeamHub
Com mais de 20 anos de experiência em gestão de pessoas com foco em jornadas de aprendizagem e cultura organizacional, a belorizontina Tati é especialista em Gestão pela Fundação Dom Cabral, Master Trainer em mapeamento de perfil comportamental, Consultora DISC, Coach, Change Management e Facilitadora de processos colaborativos pela Art of Hosting. Hoje, Tati atua como CEO da TeamHub, uma HR tech criada em 2018. Em sua liderança, a startup já transformou a gestão da cultural organizacional de clientes como grupo Hermes Pardini, rede de Hospitais São Camilo – SP, Konica Minolta e FIA/USP e, em 2021, foi selecionada pelo Semente Preta, fundo de investimento do Nubank. Desde 2015 Tati também é diretora do Conselho da Mulher Empreendedora da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas).
Nathália Secco, fundadora e CEO da Orchestra Innovation Center
Natural de Rio Verde (GO), considerada a capital brasileira do agronegócio, começou a carreira no agronegócio como Chief Innovation Officer na Fertiverde, empresa consolidada no setor com 36 anos de atuação, durante o MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas, em 2015. Nathália, que também é Venture Capital Executive pela Universidade da Califórnia, Berkeley, e Leadership Executive pela Universidade de Stanford, fundou a Orchestra Innovation Center, aceleradora especializada em agrifood techs, em 2019, e a Orchestra Ventures, fundo de venture capital da aceleradora, em 2021, com o propósito de revolucionar o agronegócio e impactar o cenário global de produção de alimentos. Em apenas seis meses, a Orchestra Ventures já captou R$ 6 milhões. Tendo se tornado uma empresária de destaque com apenas 28 anos, Nathália entrou para a lista da Forbes Under 30 de 2020 na categoria Tecnologia e Inovação.
Denise Saito, CEO e diretora criativa da Freela School
A designer paulista formada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com Erasmus em Design Gráfico pela Universidade de Belas Artes do Porto (Portugal), tem 12 anos de experiência, cinco como freelancer. Antes da vida autônoma, trabalhou em empresas como FLAGCX, Mesa Company e UOL TAB, e como freelancer atendeu clientes como Facebook, Santander, Nestlé, Bio Ritmo e Soko. Em 2020, fundou a Freela School – escola para profissionais criativos independentes – e atua na empresa como CEO e diretora criativa, gerindo a estratégia de negócio e liderando conteúdo, experiências e curadorias. mentora e ajuda profissionais independentes a conectar o lado pessoal e profissional para encontrar seu caminho na carreira. Denise Saito também integra o júri do Brasil Design Award 2021.
Jordana Souza, cofundadora e CRO da VOLL
A catarinense é cofundadora e Chief Revenue Officer (CRO) da VOLL, uma plataforma mobile-first voltada para a simplificação da mobilidade corporativa global, que hoje conta unidades em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Há dez anos atuando no mercado de tecnologia de mobilidade, Jordana participou do lançamento do módulo corporativo global da Cabify, onde foi Head of Growth por dois anos. É uma das mais importantes vozes do universo de gestão de mobilidade corporativa no Brasil, responsável por projetos de implantação da tecnologia de MaaS (mobility as a service) nas maiores corporações do país.
Paula Mesquita Lage, fundadora e produtora executiva da Fábrica de Graffiti
Natural de Belo Horizonte, Paula é graduada em Engenharia Civil pela PUC-Minas/University of East London e pós-graduanda em Marketing e Mídias Digitais pela Fundação Getúlio Vargas. Tem experiência nas áreas de estratégia, inteligência de RH e business partner de inovação. Fundadora da produtora cultural POMME, em 2017, e do projeto Fábrica de Graffiti, em 2018, carro-chefe da empresa, no qual também atua como produtora executiva. A Fábrica de Graffiti é um projeto de democratização da arte de rua e humanização de distritos industriais que já realizou os maiores murais de graffiti de Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.
Mariana Bicalho, fundadora do Mommys
Com 11 anos de experiência como community builder, a mineira Mariana Bicalho, fundadora do Mommys, construiu uma rede de apoio materna que hoje conta com nove mil mulheres. Reconhecida como líder de uma das comunidades mais relevantes do Facebook, Mariana está entre os 11 brasileiros participantes da Aceleradora de Comunidades 2021, programa global de mentoria com aporte de US$ 50 mil para investimento na comunidade. Essa é a segunda vez que a fundadora do Mommys é selecionada pelo Facebook, tendo participado também do programa Community Leadership 2018. Primeira brasileira a receber do Facebook o certificado Community Builder, Mariana também foi embaixadora do Ela faz História, em 2019, programa do Facebook que celebra e conecta mulheres empreendedoras.
Roberta Vasconcellos, cofundadora e CEO do BeerOrCoffee
Nascida em Belo Horizonte (MG), Roberta é cofundadora e CEO do BeerOrCoffee, a maior plataforma da América Latina que conecta profissionais e empresas a uma rede de coworkings que já conta com 1,1 mil espaços em 160 cidades brasileiras. A empresária é Global Shaper pelo Fórum Econômico Mundial e ex-aluna da Iniciativa Jovens Líderes das Américas (YLAI). Foi eleita “30 Under 30” pela Forbes Brasil 2015 e finalista do CLAUDIA Awards 2014, o maior prêmio feminino da América Latina. Roberta tem dez anos de experiência em vendas e marketing e está no mercado de tecnologia desde 2009, com experiência precedente como cofundadora e CEO da TYSDO – Things You Should Do, atuando em renomadas startups brasileiras e como membro ativa da comunidade San Pedro Valley. À frente do BeerOrCoffee, Roberta representou a América Latina no Google Demo Day Women’s Edition 2016, participou dos programas de aceleração Startup Chile e Seed e venceu a Startup Games UK TI.
Shirlei Lima, gerente de produtos na DIMEP
Marketeira de formação pela Anhembi Morumbi. Inquieta e apaixonada por Desenvolvimento de Novos Produtos, Transformação Cultural e Digital, Gestão de Mudanças, Inovação, Engajamento e Performance. Quase 20 anos de atuação entre as áreas comerciais, marketing e tecnologia de empresas nacionais e multinacionais.
Head de produtos trabalhou em diversas empresas onde buscou sempre fazer a diferença, seja por seu jeito espontâneo, suas ideias ou até mesmo por sua risada alta e contagiante. Ao longo da sua trajetória profissional conheceu pessoas de diferentes culturas, perfis e entendeu a necessidade de trabalhar e incentivar a diversidade. “Minha trajetória profissional me proporcionou grandes conquistas e grandes amigos que levo pra vida!”.