Conversão em franquia dá a empreendimentos a força de uma rede

por Ana Paula Meurer

Em 2011, a rede de franquias Ortodontic Center decidiu revolucionar e implantar novo modelo de negócio que, desde então, tem trazido resultados significativos. Denominado Projeto Presence, consiste na conversão de consultórios para clínicas da rede, oferecendo oportunidade para pequenos empreendedores terem seu próprio negócio com mais padrão de qualidade e investimentos a partir de R$ 15 mil. As clínicas passam, então, a ter treinamentos, manuais de procedimentos, campanhas de marketing, auxílio de software, assessoria on-line e jurídica, controle de resultados, padronização, além de ferramentas de prospecção ativa de clientes.

“Os investimentos limitam muito uma clínica ou consultório a obterem resultados de alta performance. Quando se unem à nossa rede, de um dia para o outro já contam com um know-how testado e aprovado de mais de 10 anos de funcionamento, onde milhões de reais foram investidos. Esse conhecimento e experiência proporcionam menores riscos e lucratividade muito acima da média do setor”, explica o sócio-fundador Fernando Massi.

Tantas vantagens parecem estar de fato atraindo os empresários do setor. Somente em 2012 foram inauguradas 25 novas unidades de conversão da Ortodontic. De acordo com Massi, os resultados são surpreendentes e acima do esperado. O plano da rede é de mais 50 conversões para este ano. “Temos, porém, muito cuidado com a seleção desses novos parceiros, pois toda a rede depende do pensamento coletivo, e não mais de forma individualizada. Isso tem que estar bem claro para todos que formam esse grupo, pois nossa força e resultados dependem dessa união”, reforça. Com esse modelo, a rede cresceu 45% em 2012.

A conversão de negócios, nos quais o estabelecimento já independente entra para uma rede de franquias adotando sua cultura e sua marca, tem crescido a cada ano. Ricardo Camargo, diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), explica que esta é uma tendência principalmente da área de serviços, como supermercados e informática. “O negócio traz inúmeras vantagens para as duas partes. O franqueado, que se expande no mercado, e o franqueador, que potencializa sua marca e obtém um maior crescimento da rede”, resume.

No caso da Imobiliária Paulo Roberto Leardi, a decisão de implantar o modelo de conversão foi tomada após 12 anos de amadurecimento da ideia. “Quando pensamos em entrar no sistema de franquias, investimos em tecnologia para que a operação fosse transparente e com uma gestão eficiente. E para isso apostamos em compor a rede com empresas já atuantes no mercado, fazendo conversões de bandeira, além dos novos investidores. Este equilíbrio traz um amadurecimento mais rápido para as franqueadoras”, afirma o diretor Germando Leardi.

O plano de expansão prevê que a rede chegue a 18 unidades, entre próprias e franqueadas, até junho de 2013. Mas para que a conversão seja concretizada, uma rigorosa análise da região de atuação da unidade, bem como uma avaliação do perfil profissional do empresário, é realizada. “Para investidores que queiram entrar para o segmento, a visão empreendedora e a capacidade de gerir pessoas são os atributos principais, além da capacidade financeira”, complementa.

Seja qual for o segmento, antes de finalizar a conversão é importante tomar alguns cuidados para não correr riscos. O candidato deve conhecer bem o negócio pelo qual está interessado, da mesma forma que a franqueadora deve conhecer bem o candidato. Luis Henrique Stockler, sócio-diretor da ba}Stockler, também recomenda que as duas partes envolvidas estejam cientes de como ocorrerá o processo de transição, que sempre é feito de dentro para fora. “Em primeiro lugar, as lojas independentes que quiserem se tornar parte de uma rede já consolidada devem estar atentas ao choque cultural, pois é o franqueado que deve se adaptar ao franqueador, e não o contrário. Esse empresário deve estudar a cultura da rede, para saber se está em harmonia com o que ele pensa”, enfatiza.

Stockler indica ainda que primeiro sejam alinhados os aspectos internos, de processos, pessoas, entre outros fatores. De acordo com ele, a mudança na fachada da loja, ou seja, a comunicação desta conversão ao mercado é o último passo, quando todo o resto já tiver sido feito.

 

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