Mais do que trabalhar juntos é preciso o real sentimento da cooperação e o respeito. Assim, empresários que participam de projetos coletivos podem alcançar resultados ainda mais significativos para os seus negócios. Com esse ponto de vista, seis estados (Acre, Bahia, Espírito Santo, Rondônia, Pernambuco e São Paulo) estão em fase piloto de implantação da Estratégia de Abordagem da Cultura da Cooperação (CultCoop).
A Estratégia surgiu em 2004 no Sebrae/MG e hoje faz parte de todas as carteiras de projetos da Instituição no Estado. Em 2007, o Sebrae Nacional começou o processo de nacionalização e em 2009 a CultCoop estará disponível para que todas as unidades estaduais do Sebrae possam aplicá-la.
Nesta estratégia, durante 100 horas, um consultor trabalha o tema da cultura da cooperação com empresas que integram projetos coletivos do Sebrae. Essa carga horária pode sofrer alteração para mais ou menos, conforme o desenvolvimento dos grupos.
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A carga horária se divide em três momentos: o desenho da rede (8 horas), quando ocorre um levantamento sobre os atores e as relações entre eles; a identificação e análise de gargalos (8 horas), com enfoque nos obstáculos que possam impedir o desenvolvimento das ações e também nos potenciais existentes para viabilizá-las; e a organização do empreendimento coletivo, com a mediação dos conflitos e interesses das empresas (84 horas).
“O objetivo dessa estratégia é assinalar a importância da cooperação para empresas que atuem em projetos coletivos e os benefícios que a união pode trazer para os seus negócios”, afirma Mirela Malvestiti, gerente da Unidade de Capacitação Empresarial do Sebrae Nacional.
Mirela assinala que um dos motivos para a nacionalização do projeto diz respeito aos resultados positivos da experiência mineira. “Notou-se uma evolução radical nas atitudes dos empresários que atuavam em parceria”, observa.
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Petróleo e Gás
No dia 31 de agosto, representantes das unidades do Sebrae em São Paulo, Espírito Santo, Bahia, Acre, Pernambuco e Rondônia se reuniram em Brasília com a coordenação nacional da Estratégia de Abordagem da Cultura da Cooperação. Segundo a gerente de Capacitação Empresarial, uma das finalidades do encontro foi a troca de experiências entre os estados que participam do piloto.
Cabem às unidades estaduais do Sebrae, em parceria com o Sebrae Nacional, selecionar os consultores que irão trabalhar o tema da cooperação com as empresas. “Após a seleção, os consultores passam por 48 horas de capacitação presencial para poderem ir a campo. Iniciados os trabalhos com os grupos, participam de um programa de educação continuada, com carga horária de 120 horas, com etapas presenciais e virtuais, onde terão oportunidade de tirarem suas dúvidas sobre a mediação dos interesses e conflitos dos grupos”, informa Michelle Carsten, coordenadora nacional da Estratégia de Abordagem da Cultura da Cooperação.
O Espírito Santo é a unidade do Sebrae mais avançada no projeto piloto da CultCoop. A Estratégia teve lançamento há mais de nove meses nessa unidade. Nesta quinta-feira (7), será lançada a RedePetroES, uma associação de empresas capixabas fornecedoras de bens e serviços para a cadeia de Petróleo, Gás e Energia.
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Desde 31 de outubro de 2007, os 29 empresários desse grupo passaram a receber as consultorias da Estratégia de Abordagem da Cultura da Cooperação. Bárbara Soresini, gestora da CultCoop no Espírito Santo, observa que mesmo em projetos coletivos, muitos empresários tendem a se enxergar como concorrentes e não como parceiros. Bárbara diz que a Cultura da Cooperação ajuda a combater esse tipo de problema.
“A Estratégia mostra a eles como os seus negócios podem se desenvolver se atuarem com espírito de coletividade, como em uma compra conjunta”, exemplifica Bárbara. A gestora revela que a consultoria da CultCoop no Espírito Santo exerceu impacto tão positivo entre os empresários que eles melhoraram os relacionamentos com seus empregados. “Eles passaram a escutar mais a opinião das pessoas com quem trabalham”, revela Bárbara. Soresini informa que o Sebrae/ES estendeu a CultCoop para projetos coletivos com artesãos, apicultores e piscicultores.
A RedePetroES reúne micro e pequenas empresas de vários tipos, como fabricantes de uniformes, fornecedoras de alimentos e do setor de automação. Sandra Melgaço é proprietária da Melgaço Service, uma das empresas da rede. A Melgaço trabalha com serviços industriais de tratamento e revestimento.
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Para Sandra, a CultCoop despertou o grupo para o valor da parceria. “No início, cada um pensava em como poderia se beneficiar da Rede. Mudamos essa visão e atuamos unidos para que o grupo cresça”, afirma. A empresária acredita que só com o crescimento do grupo seus participantes terão benefícios mais sólidos.
Melgaço conta que a partir da CultCoop, os participantes da rede passaram a se apoiar mais. “Acontece às vezes de alguém descobrir uma oportunidade de negócio que não pertence à sua área, mas a de alguma outra pessoa do grupo. Essa pessoa vai e indica o colega para aquele trabalho”, relata Sandra.
A empresária revela que aguarda ansiosa o lançamento da RedePetroES, na próxima quinta-feira. “É como se fosse o dia do casamento”, brinca. Apesar da expectativa, Sandra alerta que o trabalho ainda não chegou ao fim. “Não será a coroação desse processo, porém vivemos uma etapa muito importante. Temos que continuar crescendo e todas as empresas que vierem a participar da rede precisarão ter em mente a importância da cooperação”, avisa.