Primeiro vamos mostrar, para efeito de contraste, como é uma empresa que não possui um sistema de governança corporativa. É uma empresa que vive no escuro.
O empresário não controla suas receitas nem suas despesas. Com o mesmo talão de cheque, paga indiscriminadamente contas pessoais e dos fornecedores. Não sabe se está ganhando ou perdendo dinheiro. O saldo no caixa é seu único controle.
Um dia, descobre que mesmo que vendesse todo seu patrimônio não conseguiria pagar as dívidas acumuladas. O empresário trabalha muito, mas mistura vida pessoal com vida empresarial, papel de empregado com papel de dono, enfim, a empresa passa a ser uma expressão confusa do empresário. A possibilidade de fechamento precoce, numa empresa assim, é muito alta.
Em contraste, a governança corporativa visa à longevidade empresarial. Mas afinal, o que é governança corporativa? É um conjunto de práticas que tem por finalidade melhorar o processo de tomada de decisões na companhia, visando garantir a sua perenidade.
Eis cinco práticas mínimas para a implantação de uma governança corporativa:
1.DISPOR DE RELATÓRIOS E SISTEMAS DE GESTÃO. A empresa para sair do escuro e tomar boas decisões precisa organizar os seus números. Fazer os registros de suas vendas e suas despesas. Criar um demonstrativo de resultados (DRE), onde possa ver quão lucrativa é a operação, e que ajustes são necessários fazer para promover o crescimento continuado, com lucro adequado. Isso é algo simples de implementar, bastando boa vontade por parte do empresário.
2.REALIZAR REUNIÕES PERIÓDICAS. Criar em sua empresa um bom hábito: sexta-blue, dia de velocidade mínima e criatividade máxima. Ao invés de tomar decisões no churrasco de domingo com a família, agendar toda a sexta-feira uma reunião com sua estrutura societária e/ ou equipe, para verificar o que foi feito no decorrer da semana que passou, quais resultados foram alcançados e se planejar para a próxima semana.
3.TER UM PLANO DE NEGÓCIOS. É necessário ter uma referência para tomar decisões, e é isso que um bom plano de negócios oferece. Ele contém itens como: quem são os clientes que se pretende atender? Qual é o seu pacote de produtos e serviços e o valor que ele possui para os clientes? Como a empresa se comunica e alcança seus clientes para entregar sua proposta de valor? Que tipos de relações a empresa estabelece com seus clientes para conquistá-los e mantê-los? Um Plano de negócios serve tanto para empresas que vão entrar no mercado e precisam avaliar sua viabilidade, quanto para empresas que já estão operando, poder verificar continuamente como o negócio está evoluindo.
4.DEFINIR PAPÉIS E RESPONSABILIDADES. É muito comum nas empresas pequenas todo mundo trabalhar juntos e misturados, e o empresário ser “pau para toda obra”. Isso ocorre porque nessas empresas cada pessoa tem que dar conta do serviço de três. No entanto, mesmo nessas situações, aumenta-se em muito a eficiência e produtividade empresarial, quando estão definidos os papéis de cada um e se atribui suas respectivas responsabilidades.
5.CONSTITUIR UM CONSELHO ADMINISTRATIVO/CONSULTIVO COM MEMBROS INDEPENDENTES. O Conselho de Administração, na pequena empresa, simula o papel de investidores olhando o empreendimento como um instrumento do capital, onde foi feito um investimento que precisa retornar, multiplicado, o mais rápido possível. O dono da empresa deixa de ser dono absoluto e passa a receber orientações do Conselho que o ajuda a tomar decisões. Esse é o segredo de algumas pequenas empresas que prosperam continuamente com lucro. Elas adotaram um Conselho de Administração.
Percebeu a importância de implantar um programa simples de governança para sua pequena empresa? Isso vai trazer luz a você próprio, enquanto dono, como vai deixar sua empresa melhor posicionada para uma situação de venda, de investimentos ou tomada de crédito.
Pense grande! Adote uma boa governança em sua empresa!
Se você tiver dificuldades, nós podemos lhe ajudar (contato@metododopresidente.com.br).