Direto ao ponto: mercado pode “puxar freio de mão”, alerta analista

Mesmo com uma abertura que sugeria um pregão negativo, o Ibovespa consolidou trajetória positiva ao longo da quarta-feira (5) e encerrou a sessão com valorização de 1,1%, ultrapassando os 70 mil pontos e atingindo o maior patamar desde 11 de novembro do ano passado. Apoiado em uma agenda econômica positiva nos Estados Unidos, com aumento bem acima do esperado das contratações no setor privado, o mercado tomou novo fôlego e esticou ganhos pela terceira sessão consecutiva, acumulando alta de 2,6% no período.

Para esta quinta-feira (6), a visão de Adriano Moreno, analista da Futura Investimentos, sugere muito mais cautela. Embora acredite que continuidade de dados positivos nos Estados Unidos possa contribuir positivamente, impulsionando o apetite por risco, Moreno avalia também que o mercado irá "puxar o freio de mão", aguardando a criação de vagas e a taxa de desemprego nos EUA, que serão publicadas na sexta.

Além disso, em sua opinião, as próximas semanas reservam, para o mercado, turbulência, pois enquanto a economia norte-americana dá sinais de recuperação mais acentuada, o cenário na Europa continua a fazer do continente um potencial emissor de notícias negativas. "Não vejo céu de brigadeiro para as próximas semanas", declarou.

Medidas sobre o câmbio?
Outro ponto de cautela, na visão do analista, está no fato de que, na véspera, o mercado contrariou uma máxima e observou dólar e bolsa subindo concomitantemente. "Parece que o mercado se prepara para alguma medida do governo sobre o câmbio", conforme especulou-se que iria acontecer quando o ministro da Fazenda, Guido Mantega, convocou coletiva na terça-feira.

Como Moreno não destaca uma possível alta da alíquota de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) também para o ingresso de investimentos estrangeiros na renda variável, o desdobramento seria negativo e poderia ocasionar um movimento de consolidação de lucros, alerta.
 

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