O último ano foi um marco no setor de startups locais depois do Brasil ter alcançado o 3º lugar no ranking dos países com mais unicórnios em 2019, perdendo apenas para EUA e China, conforme divulgação da Crunchbase Unicorn Board. A StartupBase, da Abstartups, ainda aponta que hoje o Brasil abriga quase 13 mil negócios do tipo.
Pelo fato do país ter se tornado um solo fértil de empreendimentos inovadores e escaláveis, algumas empresas passam a investir no setor e criam programas que atraem startups para solucionar desafios internos ou até mesmo tratar questões de impacto social. Desta forma, os programas Sebrae Capital Empreendedor, Acelera SAB e Iguá Lab, que receberam mentoria e aceleração dos especialistas da Troposlab, foram notórios em 2019.
No caso do Sebrae, instituição fomentadora do empreendedorismo nacional, seu objetivo foi realizar uma iniciativa que busca preparar empreendedores e CEOs de startups para entender a lógica do capital de risco e se aproximar de possíveis investidores. A Troposlab foi responsável por executar 6 dos 8 estados em que o Capital Empreendedor aconteceu, além de contribuir com a concepção e metodologia do programa.
A companhia de saneamento Iguá trabalha no modelo de inovação aberta, ou seja, tem o objetivo de atrair startups do mercado para prestar serviços ou gerar novos negócios com a empresa.
Já o SAB, instituto sem fins lucrativos apoiador de causas que beneficiam a área da saúde no Estado de São Paulo, trabalhou o programa de aceleração de startups com o foco em impacto social. Isso prova como as startups são multifunções e não estão disponíveis apenas aos empreendimentos privados, mas também contribuem para o setor público a atendem as demandas sociais.
Em 2019, a Troposlab alcançou a marca de 762 startups aceleradas, desde sua criação. O destaque foi para a diversidade das áreas de atuação desses projetos, divididos nos segmentos de varejo, turismo, mobilidade, marketing e vendas, logística, infraestrutura de TI, healthtech, greentech, agrotech, alimentos, automação industrial, construção civil, edtech, fashiontech, fintech e gestão empresarial. As proporções de atuação ficaram bem distribuídas e as áreas que mais receberam apoio da Tropos foram as Healthtechs com 8,9%, seguidas por projetos de gestão empresarial com 8,3% e marketing e vendas com 6,8%.
Já em relação à divisão geográfica, o levantamento se assemelha aos dados da StartupBase, que aponta uma concentração maior no número de startups em cidades do Sudeste e do Sul. 75% das iniciativas participantes do processo de aceleração pertencem a região Sudeste; 13% são do Sul; 5% do Centro-Oeste, 4% do Nordeste e 3% do Norte. Em 2019, os nove programas acelerados estavam distribuídos em sete estados do país.
Sobre os investimentos, foram captados juntos R$ 600 mil só em 2019 e desde o início da rede esse valor acumula quase R$ 300 milhões. Para Pedro Pinho Teixeira, sócio da Troposlab e especialista no setor, o montante alcançado é satisfatório, já que o cenário de captar recursos no país para esses negócios ainda é emergente.
“Comemoramos juntos as conquistas das nossas startups e captar investimento faz parte do caminho de muitas delas. Sabemos o quanto o ecossistema de investimento no Brasil ainda está em desenvolvimento e por isso essa marca é tão importante”, afirma o sócio.
Sobre a Troposlab
A Troposlab é uma aceleradora de negócios, projetos e pessoas criada em 2012 por Renata Horta, Paulo Renato Cabral e Pedro Teixeira dentro do Instituto Inovação, grupo pioneiro em gestão de inovação no Brasil e na América Latina composto, ainda, pela gestora de investimentos Inseed e pela consultoria Inventta. Em 2016, Nathália Tavares, que atuava como agente de aceleração da Troposlab desde 2014, foi anunciada como sócia da empresa.
A aceleradora desenvolve programas de inovação que atendem desde empresas que estão em estágio inicial, com as quais são trabalhados processos que envolvem mudança de cultura e transformação digital, até as que se encontram em estágio mais avançado, que já estão prontas para incorporar programas de startups ou de capacitar a própria equipe para desenvolver e gerenciar projetos e soluções inovadoras internamente. Dentre as empresas que já passaram pelos programas de inovação desenvolvidos pela Troposlab, estão grandes marcas como Nestlé, Roche e Mercedes-Benz.
Sobre os sócios
Renata Horta, 38 anos, cofundadora e diretora de produto da Troposlab, responsável por desenvolver o modelo de negócio e a estrutura organizacional mais adequada para as empresas, liderando e desenvolvendo a equipe, criando produtos e planos pedagógicos e executando estratégias. Renata é bacharel em Psicologia e é mestra em Administração, tendo produzido uma dissertação sobre Cultura Organizacional, ambos pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Pedro Teixeira, 30 anos, cofundador e diretor de aceleração da Troposlab, é responsável por gerenciar os projetos de educação, aceleração e cultura que são desenvolvidos pela empresa. Pedro é formado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e é especializado em Administração e Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral (FDC).
Nathália Tavares, 34 anos, sócia e diretora comercial da Troposlab desde 2016, atua em diferentes projetos de educação e cultura para inovação, incluindo aceleração de startups. Nathália é bacharel em Administração e mestra em Estratégia, Marketing e Inovação, ambos pela Universidade Federal de Lavras (UFLA).
Marina Mendonça, 31 anos, sócia e diretora de cultura e times da Troposlab. Responsável por coordenar projetos e pesquisa em Comportamento e Cultura, que se baseiam na mudança de comportamento como um caminho para promover alto impacto. Marina é bacharel em Administração de Empresas e Psicologia, mestre em Cognição e Comportamento e Doutoranda em Cognição e Comportamento.
*Foto: da esquerda pra direita: Marina Mendonça, Nathália Tavares, Pedro Teixeira e Renata Horta.