Educadora ensina a reorganizar a vida financeira para alcançar sonhos

gestão financeira

Por meio de sua conta no Instagram, Simone Sgarbi ajuda dezenas de milhares de pessoas a gerirem melhor suas finanças. Para isso, ela superou suas próprias crenças limitantes em relação ao dinheiro

Durante muito tempo, Simone Sgarbi teve uma relação conflituosa com o dinheiro, o qual considerava um mestre terrível. Hoje, aos 48 anos, ela não apenas domina com excelência sua vida financeira, como ensina outros a fazerem o mesmo. Por meio de sua conta no Instagram, ajuda dezenas de milhares de pessoas a gerir melhor seus recursos financeiros e define sua missão de vida da seguinte forma: “Mostrar às pessoas que, independentemente de onde estejam, sempre é possível reorganizar a vida financeira para alcançar os sonhos”.

A relação com o dinheiro e a forma como o tratamos e somos tratados por ele é influenciada fortemente pela maneira como o compreendemos através dos valores que foram engendrados em nós. No caso de Simone, pode-se dizer que sua visão sobre o dinheiro começou a ser formada a partir da história de sua concepção, assim como foi contada por seus pais. No dia em que foi concebida, o pai de Simone acabara de comprar a casa própria à custa de um longo financiamento imobiliário. “Ele disse à minha mãe que era o momento de cortar os excessos de uma vida já modesta, mas não foi possível”, relata. Simone veio ao mundo com problemas de saúde o que gerou muitos gastos não previstos.

O episódio que cristalizou a relação de Simone com o dinheiro e formou obstáculos transpostos a duras penas no decorrer de sua vida ocorreu quando Simone tinha 13 anos. O pai perdeu o emprego e não contou à família, que continuou vivendo da mesma forma, sem conter gastos. “Aquela situação me incomodou profundamente. Por que ele não dividiu com a gente? Podíamos ter ajudado, ‘maneirado’”, comenta. A resposta para a indagação de Simone reside nas próprias limitações do pai em relação ao assunto. “Para ele, falar de dinheiro era mais tabu do que falar de sexo”, diz.

Não obstante ter aprendido com seu pai que dinheiro não era assunto para levar à mesa, as agruras financeiras de sua família despertaram em Simone, desde cedo, um senso de responsabilidade em relação ao dinheiro. Com 19 anos, já possuía um emprego formal na área de hotelaria, de onde vislumbrava uma carreira bem-sucedida. Contudo, aquele não era o futuro que Simone pretendia para ela. “Sempre gostei de estar rodeada de amigos e da minha família e naqueles últimos anos, no hotel, havia me afastado de tudo e priorizado o trabalho. Mas essa não era a minha essência”, diz.

Simone aspirava mudar o mundo e para isso não titubeou em largar um emprego onde ganhava bem para cursar a faculdade de jornalismo. “Estava curtindo muito a faculdade, me sentindo jovem pela primeira vez em muitos anos” diz. Tal sensação não durou muito tempo, porque logo Simone engravidou e sua vida de despreocupação foi interrompida novamente. “De repente, assim, em um piscar de olhos, eu me vi casada, mãe e cheia de boletos para pagar”, relata.

Alguns anos depois, novamente outro solavanco em seu percurso. Simone preparava-se para substituir sua chefe na multinacional onde começara a trabalhar após se tornar mãe,

quando seu segundo filho nasceu com um problema de saúde que a fez mudar de planos mais uma vez. Mudou-se para o interior de São Paulo em busca de uma vida mais tranquila, mas os problemas financeiros foram levados na bagagem.

Dívidas e mais dívidas acumuladas para construir a casa dos sonhos e a tentativa de tornarem-se empreendedores fizeram com que Simone e o marido ficassem com o nome negativado. Cresci ouvindo que a coisa mais importante que um homem e uma mulher têm é o seu nome, o seu legado. Ficar com o ‘nome sujo’ foi como assinar um atestado de fracasso”, afirma.

A situação piorou quando o pai de Simone ficou doente e ela percebeu que não tinha recursos para ajudá-lo. “Só pensava sobre o que eu tinha feito da minha vida e como, quando alguém que eu amava tanto precisava da minha ajuda, eu não tinha condições financeiras para ajudar”, recorda-se. Além disso, Simone tencionava deixar um legado para seus filhos e não uma pilha de dívidas. Neste período de intenso sofrimento, teve um epifania e tomou uma decisão: o dinheiro não seria mais um problema em sua vida, mas uma solução.

Assim resolveu se aprofundar mais em assuntos que fizessem com que sua decisão pudesse se tornar realidade e estudou psicologia econômica e finanças. Até então, Simone mesmo que de forma inconsciente praticava o lema de seu pai: dinheiro não era assunto para levar à mesa. Por isso, a situação se descontrolou. A partir daquele momento, a situação mudou de figura. Simone começou a conversar com seus filhos e marido para tentar desconstruir crenças limitantes a respeito do dinheiro, questionando-os sobre sonhos materiais e vaticinando que para realizá-los era premente um “apertar de cintos”.

Colocando em prática o que aprendeu, Simone conseguiu a reorganização financeira e da vida familiar. “Aprendemos que toda escolha gera uma renúncia, mas quando fazemos isso por um sonho e quando transformamos esse sonho em uma meta clara e objetiva, tudo se encaixa e as coisas acontecem”, diz. Para conseguir limpar seu nome e arcar com a assistência médica do pai, Simone e família mudaram de bairro, de supermercado e passaram a “viver a riqueza de uma vida mais simples”.

A maneira como Simone conseguiu reverter a situação de suas finanças chamou a atenção de outros, que começaram a se aconselhar com ela a respeito do assunto. “Comecei ajudando as pessoas próximas e, quando vi, já estava dando entrevistas sobre a importância da organização financeira para realização de sonhos. Com o Instagram cheguei mais longe ainda. Hoje falo com mais de 20 mil pessoas sobre um tema que há alguns anos nem sabia que existia”, conta.

Facebook
Twitter
LinkedIn