Marcela Bianchin, da Vogel, atende os maiores laboratórios farmacêuticos do país
Fazer publicidade na área da saúde não é uma missão fácil, para além da ética publicitária, os profissionais desse segmento precisam respeitar também a ética médica: divulgar o medicamento pela sua eficiência, sem promover a automedicação ou induzir a prescrição feita por um profissional. Foi nesse setor que Marcela Bianchin decidiu investir desde seus 21 anos.
Nascida em Americana, no interior de São Paulo, Marcela encontrou nessa área a oportunidade para empreender. Com o terreno pouco explorado, a profissional fundou sua agência, que dali a dois anos viria a se chamar Vogel Health. Hoje, a empresa atende os maiores laboratórios farmacêuticos do país, como Libbs, Abbott e EMS, sendo mais de 50 produtos em mais de 15 especialidades diferentes. Diante desse cenário, a executiva tem uma missão: liderar o cenário de publicidade health até 2025.
“O setor de publicidade health exige uma ação muito específica e bastante cuidado na composição das campanhas. O diferencial da Vogel são nossos especialistas do atendimento, os quais seguem com o propósito de atender e entender nossos clientes com nosso jeito, foi nisso que foquei durante os anos”, explica Marcela.
Trajetória até chegar à publicidade médica
Enquanto cursava Publicidade e Propaganda, Marcela quase gabaritou as áreas da comunicação nas quais estagiou. De rádio local da cidade, até a indústria de maquinários, a profissional aprendeu um pouco de cada área, mas não conseguia uma vaga exatamente no segmento que mais buscava.
“Claro que aprendi demais desempenhando esses papéis, mas era muito difícil para mim, porque o que eu gostava mesmo era da área de criação. Eu costumava criar cartazes de doação de animais e saía para prospectar os anúncios, eu sempre soube que trabalhar com isso era o meu lugar”, comenta.
A vaga dos sonhos só foi aparecer mais adiante, exigindo uma decisão difícil. Após prestar concurso para a Caterpillar em Piracicaba (SP), e conquistar uma vaga para comunicação interna, ela ficou sabendo de uma oportunidade na área de criação de uma agência em sua cidade. “Eu saí da Caterpillar para ganhar bem menos, mas para fazer o que amava. Às vezes precisamos dar um passinho para trás, para que possamos dar dois passos para frente. Comigo foi exatamente assim”, conta.
Entrada na indústria
Depois de já ter experiência na área, ela decidiu empreender e, em 2007, fundou a KMC com mais dois sócios. Em 2008, quando cursou MBA em Marketing, a comunicadora descobriu o setor que unia publicidade e saúde e, nesse momento, comprou a parte dos sócios e a Vogel Health entrou no mercado.
“No curso eu encontrei um amigo da graduação que estava trabalhando na Libbs, ele me falou um pouco sobre a indústria médica e me ajudou com alguns contatos. Na sequência eu já fiz um curso de marketing farmacêutico e depois nunca mais saí da área”.
O cenário é promissor, de acordo com estudos da IQVIA Brasil, o setor farmacêutico nacional estima uma evolução de mais de 11,5% em 2023, além da geração de empregos em todo país em razão da expansão das marcas nacionais. O estudo ainda conta que, em 2020, o mercado brasileiro de medicamentos tinha 441 empresas farmacêuticas, sendo quase 80% delas de capital nacional, com faturamento a partir de R$ 100 mil ao ano.
Parcerias consistentes e longínquas
O passo seguinte para Marcela era prospectar os clientes da área, e ela começou pela Libbs. “Eu gosto muito de start kit, então, quando fui visitar a empresa deles, queria levar algo diferente, algo que marcasse a equipe. A ideia que levei parecia algo simples, mas carregava uma mensagem especial e eles gostaram”, relembra.
Nesse dia, ela recebeu o convite para ser responsável pelas campanhas da farmacêutica, e, há 13 anos, a gigante farmacêutica integra o portfólio da Vogel.
A parceria com a Libbs, que está no mercado há mais de 60 anos e possui quase 3 mil colaboradores, contou com inúmeros cases de sucesso. O maior deles foi a campanha construída para o principal antidepressivo do país. Há 10 anos, a agência produz a campanha do medicamento e realiza as demandas de pré e pós-lançamento.
Produtos de dermatologia e fotoproteção, o primeiro anticorpo monoclonal produzido no Brasil, medicamentos de cardiologia e controle da pressão arterial e de ginecologia, também estão entre as soluções que contaram com campanhas produzidas pela Vogel.
“Nós estamos em constante busca por oxigenação e estratégia, ter parceiros por tantos anos mostra o quanto a Vogel está no caminho certo e possui diferenciais de mercado que atendem e entendem as necessidades de cada cliente”, afirma a CEO.
O futuro da agência
Hoje, coautora do livro “Empreendendo com Propósito”, lançado no início de julho, em que conta um pouco de sua história, na intenção de inspirar outros empreendedores, a gestora assumiu a missão de tornar a Vogel a agência mais relevante do seu setor até 2025. Para isso, a empresa vem, no decorrer do ano, investindo em sua equipe e liderança, com foco em desenvolver pessoas altamente qualificadas e que estejam alinhadas com os seus valores.
Além disso, no início do ano, a companhia adaptou seu modelo de negócio e reorganizou sua estrutura organizacional por meio da criação de Unidades de Negócios (BUs), com o propósito de inovar e direcionar melhor o atendimento ao setor, especializando os colaboradores conforme a demanda dos clientes, deixando as entregas mais assertivas. Cada uma das unidades tem sua estrutura definida para atender demandas específicas e, assim, equalizar o fluxo dos profissionais dedicados.
“A publicidade médica precisa ser feita com bastante atenção e proximidade, por isso estamos investindo em novas iniciativas para oferecer o serviço ideal a todos os nossos clientes e conectar marcas à comunidade médica de maneira assertiva. Estamos inovando para continuar levando o jeito Vogel de ser aos nossos clientes, mesmo em uma realidade diferente da que vivemos nos últimos 16 anos”, finaliza.