Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção, dos 100 litros que eram usados para produzir 1 kg de tecido beneficiado, agora são necessários apenas 10 litros de água.
Depois de ter aparecido numa novela global como o vilão do meio ambiente, nos anos 90, o setor têxtil se tornou, na última década, uma referência nacional em redução e reuso de água na produção, além de utilizar modernas tecnologias para devolver aos rios a água melhor do que quando foi captada.
Segundo levantamento da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção), desde os anos 2000 o setor reduziu em 90% o uso da água na produção, ou seja, dos 100 litros que eram usados para produzir 1 kg de tecido beneficiado, agora são necessários apenas 10 litros de água. Além dessa redução, a água é reutilizada pela fábrica em outras áreas e, após modernos tratamentos de efluentes, devolvida ao meio ambiente até mais limpa.
“Na indústria têxtil e de confecção, os custos com água e energia elétrica são muito relevantes. Logo, tivemos que nos adaptar a uma realidade mundial, que englobam alterações no processo produtivo, questões econômicas e ambientais. Quem não se adaptou, acabou quebrando”, explica Rafael Cervone, presidente da Abit.
Com o objetivo de fazer com que a sustentabilidade seja uma estratégia de negócio para as empresas desta indústria, a Abit desenvolveu a certificação o Selo Qual, que comprova a conformidade do produto e a forma ética, social e ambientalmente sustentável da produção.
Tecnologias disponíveis
Dye Clean: se tornou referência no mercado mundial de química têxtil. O processo consiste no tingimento de fibras celulósicas com corantes reativos, que reaproveita a água dos banhos e diminui a quantidade de sal e insumos químicos nesse processo, sem interferir na qualidade final do produto têxtil.
Tratamento de efluentes: pesquisas aprofundadas constataram que era possível aproveitar o CO2 proveniente da combustão nas caldeiras, além de se reduzir o material particulado proveniente da queima de óleo no processo. Outro processo usado é o de membranas de ultrafiltração, com objetivo de possibilitar aumento na capacidade de reuso de água e eficiência no tratamento dos efluentes líquidos, com redução significativa da turbidez.
Tratamentos de afluentes: um sistema de tratamento de afluentes pioneiro nesse setor é o da osmose reversa. O processo consiste na captação de água dos rios e seu tratamento preliminar, realizado na Estação de Tratamento de Afluentes (ETA ) das empresas. Após o tratamento, água é encaminhada para a planta de osmose, que tem capacidade de purificar 30 m3 por hora, resultando em uma água desmineralizada, totalmente pura, utilizada, principalmente, na cozinha industrial, no ar condicionado da tecelagem e na geração de vapor.