Colocar um negócio e fazê-lo funcionar de maneira satisfatória, em qualquer lugar do mundo, por si só, é algo difícil. Se for no Brasil, país líder em burocracia, a coisa se torna muito difícil. Basta lembrar dos inúmeros impostos federais, estaduais e municipais, respaldados por um emaranhado de leis. Das licenças sanitárias e ambientais. Das taxas, vistos e legislações novas e modificadas que ocorrem praticamente todos os dias. É altamente provável que o empresário, mais cedo ou mais tarde, vai estar negativado em um ou mais órgãos de controle fiscal, legal, financeiro ou por qualquer um dos inúmeros órgãos burocráticos que imperam em nosso país.
Se formos falar de uma micro ou pequena empresa, o desafio torna-se ainda mais complicado, pois, a menos de algumas simplificações, o contexto é o mesmo. A diferença é que a pequena empresa não tem nem dinheiro nem equipe para fazer frente a tantos procedimentos.
Se levar nosso foco para a mulher empreendedora, elevamos em muito o grau de complicação, pelo simples fato da mulher típica brasileira ter que enfrentar, ao mesmo tempo, a jornada empresarial e a familiar.
Se somarmos a isso a atual estagnação da economia brasileira, a situação fica, simplesmente, dramática. É quase um mistério compreender por que existem milhões de empreendedoras no Brasil!! Se a predominância do comportamento da mulher fosse a razão, certamente não teríamos tantas mulheres empreendedoras. Logo…chega-se numa resposta possível: um otimismo que beira a ilusão. E para os negócios isto é bom ou ruim?
O otimismo certamente é bom e temos que amplificá-lo. Isso nos remete ao livro Poliana, escrito em 1913, por Eleanor H. Porter, que se tornou um clássico mundial de esperança. Para quem não teve a oportunidade de lê-lo, Poliana é uma menina de onze anos, órfã de mãe, cujo pai acabara de morrer e foi morar com sua severa tia Paulina. Para superar suas dificuldades a menina se vale do “jogo do contente” que aprendera com o seu pai. O jogo é simples: consiste em procurar em cada situação difícil um motivo para se alegrar. Por exemplo, se em seu quarto de dormir não tinha quadro artístico como esperava e desejava, ao abrir as janelas transformou a vista da bela natureza que via em seu quadro vivo. E ficou feliz por isso.
Algumas das empreendedoras brasileiras são muito otimistas e isto lhe traz vantagens. Mas como podemos expandir esta atitude e comportamento para a maioria das empreendedoras?
A resposta está na Poliana.
Se um cliente entra no estabelecimento zangado, querendo devolver um produto de má qualidade e o seu dinheiro de volta, a empreendedora Poliana vai dizer: que bom que você veio, pois, a partir de hoje, vou implantar um serviço de ouvidoria, onde todo o cliente vai ter um canal para poder fazer sua reclamação e, se quiser, também o seu elogio. E isso lhe traz a confiança do consumidor.
Se a concorrência for desleal e os seus ganhos são baseados em sonegação de impostos, a Poliana vai pensar: que bom que é assim, pois isso me dá a oportunidade de superá-los inovando em produtividade e oferecer produtos de alta qualidade com preços competitivos e, à noite, vou poder dormir em paz. E isso lhe traz vantagem em produtividade e saúde pessoal.
Se mão de obra de qualidade é difícil de encontrar a Poliana vai ficar entusiasmada: eis uma oportunidade de eu desenvolver minha característica de liderança e aprender a manter a equipe feliz e super motivada tornando-a consciente para redução de custos e aumento de vendas, pois no final do ano faremos uma distribuição de lucros. E isso lhe traz vantagem financeira.
Se as vendas em sua praça comercial estão ruins, a Poliana vai ter um insight: que bom que está assim, pois vou aprender tudo sobre internet, e-commerce e marketing digital e vou vender para o país inteiro, ao invés de só em meu bairro. E isso lhe traz vantagem de mercado.
Se os impostos são muito altos e reduzem bastante os ganhos a Poliana vai refletir: como posso desenvolver um produto ou serviço inovador que me traga grandes margens de lucro e um alto volume de vendas? E isso lhe traz vantagem competitiva.
Agora, se trabalha muito e não vê a cor do dinheiro, a Poliana desconfia: o que será que estou fazendo errado? Não é hora de pedir ajuda? Quem sabe uma consultoria?
Qual é a diferença entre otimismo e ilusão nos negócios? É bem simples: se a operação é lucrativa e você está, ao longo do tempo, acumulando reserva financeira, é otimismo. Se estiver acumulando dívida, é ilusão.
Neste caso qual é a saída para a empreendedora Poliana continuar o seu “jogo do contente” e prosperar? Fazer como Presidentes de grandes empresas fazem. Usar a paixão e a razão. Ou seja, fazer o otimismo ser monitorado pela razão. Todo final de mês o Presidente é obrigado a apresentar para o conselho de administração de sua empresa os resultados de suas ações. Isso, por si só, faz com que o Presidente mantenha o foco de seu otimismo nas metas estabelecidas. E isso lhe traz vantagem de crescimento continuado.
É isso aí. Torne-se uma empreendedora Poliana. Seja otimista. Pense grande e faça de conta que você é a Presidente de uma grande empresa e nós vamos simular o seu conselho de administração (WWW.metododopresidente.com.br) e dizer se você, afinal, é uma otimista ou é uma ilusionista.
PS.: Se você ainda não leu o livro Poliana, recomendamos que leia…. Vale a pena! Você vai receber uma injeção de otimismo.