No dia 25 de julho celebra-se o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e também de Tereza de Benguela, líder quilombola e símbolo de resistência feminina. Reunimos algumas personalidades empreendedoras que fazem um trabalho de base por meio de seus negócios. Todas são agentes de transformação que representam milhares de mulheres que, com suas lutas, inspiram e impactam de forma significativa um todo.

Atualmente, também, com sua versão online, o Marketplace Feira Preta reúne milhares de figuras empreendedoras que vê neste suporte a oportunidade de evidenciar suas potências por meio de produtos e serviços e, em contrapartida, possibilitam um diálogo voltado para a valorização da criatividade, inventividade, identidade e cultura preta.

Para além da questão racial, a Feira Preta que inicialmente partia da premissa de empreender por necessidade, hoje reafirma uma configuração de cenário desmistificando os estereótipos que perpassam a população negra, visto que esta tem em seu DNA a potencialidade e excelência de atuar com propósito e reconhecimento.

Bárbara  Lopes estudou administração na UFRN, mas, o amor por empreender começou na escola, aos 15 anos, quando montou uma mini empresa com minhas irmãs para negociar livros escolares usados.   

” No meio da faculdade me apaixonei pela disciplina empreendedorismo e plano de negócios e fazia Business Plan de tudo que você imaginar. E conversando com meus pais veio a ideia de montar uma loja e fui buscar oportunidades em Natal, Rio Grande do Norte. Foi aí que iniciei com a minha primeira empresa, aos 22 anos.  Meu pai fez um empréstimo corajosamente confiando na minha capacidade que só ele e mainha enxergavam. Trouxe minhas irmãs para cá e empreender mudou nossas perspectivas de vida”, conta ela.

Os desafios é manter todos os dias uma atualização em relação às inovações do mercado, ter com quem contar para conselhos, dicas e auxílio nas horas de dificuldade.  “Sempre lutei para entregar no mercado B2B e até hoje ainda enfrento muitas barreiras por ser muito jovem, mulher e preta, com certeza. O melhor resultado é ouvir de outra mulher que tem orgulho do meu trabalho, que se inspira em mim e principalmente  quando solicitam minha ajuda, dica ou auxílio. É um prazer imenso poder devolver a outras pessoas o que me foi proporcionado. E eu me sinto na obrigação de crescer e trazer outras mulheres comigo. Isso me impulsiona todos os dias”, conclui Bárbara, que hoje tem a Bendita Confeitaria Artesanal.

Outro exemplo é Fernanda Ribeiro, co- fundadora da Conta Black – hub de serviços financeiros e de consumo, que tem como propósito promover o empoderamento financeiro de pessoas desbancarizadas. Ao lado de seu marido, Sérgio All, Fernanda tem como base sólida a democratização do acesso ao sistema financeiro e, a partir dele, viabilizar um cenário transformador para aqueles que, até então, eram invisíveis para os grandes bancos.

Focada em derrubar os muros que impedem tantos de avançar financeiramente, ela objetiva ampliar o acesso à serviços financeiros sem burocracia, com inclusão e educação financeira.

Gabriela Chaves é economista, fundadora e CEO da NoFront – Empoderamento Financeiro, plataforma de educação financeira. Afim de ensinar educação financeira para a ppopulação negra e periférica, Chaves criou uma metodologia inédita a partir de músicas de RAP do Racionais MC’s. Para isso, ela criou, em 2018, a plataforma NoFront – Empoderamento Financeiro, onde oferta o Curso ‘Educação Financeira Sem Neurose’. Tendo formado mais de 4.800, o ‘Educação Financeira Sem Neurose’ traz aprendizados sobre padrões de consumo, ostentação e consumo consciente, técnicas de negociação e quitação de dívidas, economia na prática, mecanismos de planejamento e metas financeiras, além de descobrir seu novo parceiro nas realizações de sonhos: o investimento.

Comemorando três anos de existência, a NoFront surgiu a partir do legado e contexto das mulheres negras do século XIX, que tinham em suas narrativas o trabalho e superação como passe para prosperidade a partir da coletividade, que liberta não só individualmente, mas, também, o todo. Dessa forma, Gabriela fundamenta a NoFront, como uma ferramenta social antirracista, educativa, emancipatória e de resgate à disciplina e educação financeira, além de mostrar para os seus alunos que eles são, exclusivamente, protagonistas de suas trajetórias.

Com apenas 21 anos e com quase 5 milhões de seguidores, Patrícia Ramos esbanja bom humor e simpatia pelas redes sociais. Conhecida pelo bordão “E aí, Terra”, ela ganha a internet por compartilhar seu dia a dia com conteúdos voltados ao evangelho, autoestima e casamento. Além de ser influenciadora digital, ela também se destaca como empreendedora com o e-commerce de roupas Collection By Paty.

Após viralizar na internet, em 2020, com o vídeo no TikTok ‘Deve ser muito ruim não gostar de mim e não poder me chamar de feia’, as vendas na Collection By Paty aumentaram em 1.000%. Com a fama, o e-commerce precisou passar por uma reestruturação para atender a demanda. Hoje, a página soma mais de 70 mil seguidores e vende 400 peças por mês.

Juliana Oliveira é jornalista, assessora de imprensa e fundadora da Agência Oliver

Press – boutique de comunicação especializada em estratégia corporativa e relações públicas, com pauta central voltada à diversidade e inovação. Há 6 anos no mercado, a Oliver vem construindo um cenário de transformação pelas premissas que Juliana aponta como base: múltiplos olhares, plurais, que geram uma revolução social, não só no mundo de RP, mas nas estruturas sociais como um todo.

Com uma gestão 100% feminina, a Oliver é um instrumento de empoderamento, independência e emancipação. Uma agência que tem como iniciativa promover visibilidade, educar e inspirar jovens mulheres para que pensem nas suas carreiras como líderes do futuro.