Brasil já soma 24 milhões de mulheres empreendedoras

A projeção da mulher no mercado de trabalho nas últimas décadas é notório. O mesmo pode ser dito no empreendedorismo quando elas estão em franca evolução a cada ano. Uma pesquisa entre o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e a consultoria Global Enterpreneurship Monitor apontou que há no Brasil 24 milhões de mulheres empreendedoras em 2019. A diferença para os homens é de apenas 1 milhão de empreendedores a favor do sexo masculino. O Brasil é o sétimo país do mundo em relação às mulheres empreendedoras – fase inicial de 42 meses. Um relatório do Boston Consulting Group (BCG) indica que as mulheres empreendedoras podem aumentar o Produto Mundial Bruto em torno de US$ 5 trilhões, correspondendo duas vezes o Produto Interno Bruto do Brasil.

Ao redor do mundo a presença feminina nas grandes corporações, liderando equipes e trazendo resultados positivos nas gestões, é sinal de prosperidade em períodos que o mundo tenta aliviar-se da crise iniciada em 2009. Porém, embora pesquisas apontem este diagnóstico favorável para o “antigo sexo frágil”, o número de mulheres que chegam ao topo da empresa e senta na cadeira mais importante ainda é restrito mesmo com a projeção delas ao longo dos anos.

No Brasil, 11 milhões de mulheres ingressaram firme no mercado de trabalho. Cerca de 85% delas que ingressaram no ambiente de trabalho preocupam-se com a aparência e imagem. Um estudo recente da consultoria Mckinsey apontou que a equidade de gênero, caso venha mostrar evolução até 2025, cerca de US$ 12 trilhões devem ser investidos na economia mundial. O Brasil é o 10º país no mundo com mulheres em cargos de liderança segundo um estudo “Women on the Business 2019” da International Business Report (IBR). O estudo apontou que a presença feminina em cargos de liderança foi global crescendo média de 12% em relação ao ano passado.

E pela primeira vez a proporção em nível Senior passou dos 25% atingindo 29% ante 24% no ano passado. O estudo é realizado há mais de 15 anos. O universo de entrevistados foi de 4.500 empresas de médio porte em 35 países. A periodicidade do estudo foi entre novembro e dezembro de 2018.

O empreendedorismo feminino tem várias vertentes para explicar a evolução nos últimos anos. Uma delas é a questão da desigualdade e das relações de trabalho quando a mulher fica na “corda bamba” após a Licença Maternidade – na maioria das vezes são demitidas mesmo o departamento de Recursos Humanos ser conhecedor que uma mulher-mãe quando volta ao trabalho impõe resultados surpreendentes para a corporação. As mulheres continuam a ter seus vencimentos inferiores aos homens em torno de 22% mesmo possuindo maior nível de escolaridade.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) e foram colhidos entre 2012 e 2018. Segundo o Sebrae, cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de um negócio, totalizando 34% de todo o empreendedorismo formal e informal no país. O fenômeno mulher no poder é mundial, é uma realidade. Seja na América Latina ou na Oceania, as empresas que têm alguém de salto alto à frente das lideranças corporativas são vitoriosas no seus respectivos mercados. Segundo a consultoria Mckinsey, as empresas que elevam suas funcionárias aos patamares profissionais mais altos projetam um crescimento de 21% na performance financeira. Austrália (21%), Estados Unidos (19%) e Inglaterra (15%) apresentam o maior número de empresas com mulheres em níveis de liderança. Na América Latina, a Mckinsey analisou 700 empresas de capital aberto na Argentina, Chile, Colômbia, Panamá, Peru e Brasil.

A pesquisa indicou que 64% das empresas possuíam mulheres em cargos de executivos entre 2014 e 2018. Uma pesquisa da consultoria global Great Place to Work (GPTW) com universo de 100 pequenas empresas escolhidas (entre 5 e 99 funcionários sendo 65 pequenas nacionais, 15 microempresas e 20 pequenas multinacionais) apontou que aumento o número de CEOs mulheres diante das grandes companhias – 10% contra 6%.  Um outro relatório do Boston Consulting Group (BCG) indica que as mulheres empreendedoras podem aumentar o Produto Mundial Brito em torno de US$ 5 trilhões, correspondendo duas vezes o Produto Interno Bruto do Brasil. A equidade de gênero deve atingir entre 6% a 8% no Produto Mundial Bruto.  Uma pesquisa do Insper, em parceria com a empresa de Recrutamento Talenses, apontou que apenas 13% das empresas brasileiras têm mulheres em cargos presideciais e que a participação feminina será maior que a dos homens até 2030 no mercado de trabalho, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Fonte: Global Enterpreneurship Monitor

Rita de Cássia, 50 anos, graduada em Letras e cursos técnicos de Estética, é uma empreendedora da marca Não+Pelo no bairro nobre do Flamengo, uma das unidades com maior faturamento no Rio de Janeiro. Uma das curiosidades negativas que a empreendedora passou em sua loja foi diante de uma cliente que gostaria de falar com a proprietária da unidade achando que a Rita de Cássia era uma funcionária pelo simples fato do preconceito. Não tão simples assim, mas a franqueada da Não+Pelo unidade Flamengo na cidade do Rio de Janeiro é negra sim.

Rita de Cássia, antes de tornar-se empreendedora no franchising, trabalhou com o esposo por 16 anos numa empresa própria de Informática aberta um pouco antes de ambos finalizarem a universidade. A queda nas vendas e o aparecimento do wireless fez com que o casal investisse na abertura de uma empresa capaz de suprir necessidades básicas e com mais facilidade para a gestão. A busca por franquias dava esse suporte. Rita fatura, em média, R$40 mil/mês desde 2018. Ela investiu R$300 mil na unidade que fica numa das principais ruas do bairro do Flamengo.

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