Fazer carreira em uma grande empresa de tecnologia. Esse era o sonho do jovem Rafael Marangoni há 17 anos. O empreendedorismo era algo para o futuro. Porém, a vida fez um caminho diferente e a segunda opção veio antes. Em 2003, Marangoni fundou a BRLink, hoje, empresa referência em oferecer soluções em nuvem AWS.
Àquela altura, a computação em nuvem ainda não existia no país e o uso de data centers convencionais era comum. Mas a inovação sempre foi um ideal para o empresário, que queria propor algo diferente no mercado de tecnologia. Isso fez com que a empresa passasse por algumas fases, até chegar a mais importante, no ano de 2010, quando se viu diante de um grande desafio.
“Certo dia, tivemos um downtime gigantesco no data center que usávamos e nosso clientes ficaram fora. Isso gerou uma série de problemas e então entendemos que precisávamos de um Disaster Recovery para nosso sistema. Cotamos uma solução de DR com o fornecedor da época, mas o valor ultrapassava nossa margem e tivemos que buscar outras alternativas. Começamos, então, a usar a nuvem da AWS como DR, que tornava esse trabalho muito mais vantajoso e eficaz. A partir daí fomos evoluindo e com um ambiente cada vez mais produtivo”, conta Marangoni.
Não fosse a falta do montante para contratar o DR do primeiro fornecedor, o diretor-executivo confessa que talvez não teria vivido a experiência de transformar o negócio – que além de ter sido um dos primeiros usuários da nuvem pública no Brasil, hoje se destaca como um dos principais consultores no segmento. Segundo Rafael, a empresa é a prova viva de que a necessidade realmente gera oportunidades, como agora temos visto em muitas empresas, que, em razão do COVID-19, estão tendo de se adaptar ou até mesmo se reinventar.
De usuário a fornecedor
Ao desbravar o universo da computação em nuvem, o CEO da BRLink foi compreendendo cada vez mais os impactos da tecnologia sobre o negócio. Dessa forma, por mais de um ano e meio incentivou que a equipe explorasse novas soluções em nuvem. Esse conhecimento foi suficiente para compreender a utilização e os benefícios da nuvem pública da AWS.
Com sua bagagem como empreendedor, Marangoni sabia o quão era difícil conseguir um ambiente de desenvolvimento com um custo baixo, especialmente para soluções que eram inovadoras. Porém, com as novas descobertas, estava certo que a nuvem torna possível ter um ambiente customizável e mais democrático.
“O usuário paga por aquilo que consome, opta pelo serviço que quiser, quando quiser e também pode descontratar quando bem entender, com uma granularidade muito grande. Creio que esse é o grande lance da nuvem para disrupção. Aliás, 90% das disrupções tecnológicas que temos hoje não seriam possíveis se não fosse a nuvem. Foi um grande habilitador de transformação social, o que acredito que é o papel da tecnologia na sociedade. É realmente transformar e habilitar a transformação social para melhor”, diz o CEO.
Dessa forma, com sua expertise no serviço, a empresa decidiu ajudar outros negócios nessa transição, migrando totalmente para o setor em 2012. Assim, a BRLink aumentou sua participação na AWS e não demorou muito para se tornar parceiro oficial da grande provedora e, na sequência, um parceiro Premier- o nível mais alto de parceria na AWS. Mas os reconhecimentos globais não pararam por aí. A empresa é considerada líder em três quadrantes diferentes segundo o relatório ISG Provider Lens™.
Hoje, a BRLink conta com um time de 80 pessoas e já atendeu uma média de 150 empresas no Brasil e em outras regiões da América Latina. Além desses dados, a empresa também obteve um crescimento de 120% do ano de 2018 para 2019, e as perspectivas para esse ano continuam positivas. Segundo o CEO, o esperado é que esse percentual seja de 115% em relação ao ano passado.
Mercado de atuação
Além da expertise na migração de workloads para nuvem, atuando como provedor de serviços gerenciados (MSP) da AWS, a BRLink também atua com outras tecnologias disruptivas e temas mais novos. Entre elas, a empresa brasileira oferece soluções de Inteligência Artificial e Machine Learning. “Percebemos uma dificuldade em encontrar profissionais nessa áreas. É uma dificuldade de todos, não um privilégio nosso. Percebemos a quantidade de profissionais no mercado que não se adaptam a essa realidade”, garante Rafael.
A empresa comandada por Marangoni também possui competências nas áreas de DevOps e Educação, que em outras palavras, são validações concedidas aos parceiros da AWS que demonstram proficiência técnica e sucesso comprovado de clientes em áreas de soluções especializadas. Além dessas apresentadas, algumas outras competências atribuídas à empresa são de Public Sector, Managed Services Provider, Marketing E-commerce.
Oportunidades
Pensando no cenário atual, o porta-voz da área de tecnologia pondera que o mercado possui muito mais oportunidades e recursos do que antigamente. Dessa forma, o CEO elege alguns pontos que considera importantes para quem busca se destacar com uma carreira de sucesso na área:
“O idioma é muito importante. O inglês acelera muito e, embora exista bastante material em português, a maior parte do conteúdo de qualidade continua sendo em inglês. Hoje é muito mais fácil, existem conteúdos gratuitos, outros muito baratos. As empresas também ajudam, então, por exemplo, falando de Amazon, Microsoft e Google, quem quer aprender sobre nuvem nesses três caras, tem conteúdo online, muito barato. Acho que se o profissional for atrás, ele aprende rápido. Ele tem que assumir as rédeas da própria carreira”, conclui.