Programas do Sebrae que trabalham a inovação e a competitividade geram resultados concretos para as micro e pequenas empresas
A inovação pode ser um diferencial para os pequenos negócios se destacarem no mercado, no entanto, esse processo precisa gerar resultados concretos para as empresas. A afirmação é do diretor-técnico do Sebrae, Carlos Alberto dos Santos, que participou nesta segunda-feira (28) da abertura da 14ª Conferência Anpei de Inovação Tecnológica, em São Paulo.
“Não pode ser a inovação pela inovação. Ela deve gerar mais e melhores notas fiscais. Inovar é fazer diferente para fazer melhor”, disse Carlos Alberto dos Santos. O diretor-técnico, que proferiu a palestra Pequenos Negócios nas Cadeias de Valor: Um Modelo Competitivo de Negócios, ressaltou que oSebrae possui diversos programas ligados à inovação, como o Sebraetec e o Agentes Locais de Inovação (ALI), com subsídio de até 80% para as empresas.
O encadeamento produtivo – em que os pequenos negócios passam a fazer parte da cadeia de valor das grandes empresas – tem se mostrado uma solução para melhorar esse cenário, estimulado por um programa nacional desenvolvido pelo Sebrae em parceria com empresas-âncoras, a exemplo da Petrobras, Gerdau, Odebrecht, entre outras. Além dos benefícios para os pequenos negócios, que ganham mais competitividade e produtividade, esse processo também traz vantagens aos empreendimentos de grande porte, principalmente em áreas como distribuição e pós-venda. “O valor da marca de uma grande empresa depende dessa cadeia”, reforça o diretor do Sebrae.
Segundo Carlos Alberto dos Santos, a fatia das micro e pequenas no total de empresas no Brasil equivale a de países da União Europeia, mas é muito menor quando considerados o volume de empregos e a participação no Produto Interno Bruto (PIB). “No caso da Itália, os pequenos negócios respondem por 99,4% do total de empresas e 55,6% do valor do PIB, além de gerarem 68,5% dos empregos. Já no Brasil, são responsáveis por 99,1% do total de empreendimentos, mas acumulam 52,2% dos empregos e cerca de 25% do PIB. Isso significa que as empresas brasileiras, embora existam exceções, precisam melhorar a sua produtividade”, destacou o diretor-técnico.
Também presente no evento, que é patrocinado pelo Sebrae, o presidente da Associação Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento das Empresas Inovadoras (Anpei), Carlos Calmonovici, destacou a importância da parceria com o Sebrae em programas desenvolvidos pela Anpei. O presidente do Sebrae, Luiz Barretto, participará logo mais, às 15h30, do painel A Nova Onda de Empreendedorismo no Brasil.
A Conferência, que termina nesta terça-feira (29), vai discutir ainda a inovação em produtos, serviços e processos, no marketing e a inovação organizacional. A programação contará com especialistas internacionais em inovação, apresentação de cases de sucesso de empresas, painéis para discussão de políticas públicas e de mecanismos de estímulo à inovação, e apresentação dos resultados dos Comitês Temáticos da Anpei, que trabalham para mapear as melhores práticas em assuntos como gestão da propriedade intelectual, gestão de centros de P&D, inovação em serviços, entre outros.