O ano que trouxe a volta dos eventos presenciais, e que popularizou termos como NFT e metaverso, também dá pistas do que será tendência em 2023; sócias da Jahe Marketing selecionam as principais
O ano de 2022 trouxe o retorno dos eventos presenciais, a consagração dos vídeos nas redes sociais e a volta com ânimo do comércio em lojas feitas de tijolo – e não bytes. Mas as adaptações e os aprendizados exigidos pela pandemia de Covid-19 também deixaram marcas importantes para os negócios e o marketing.
“Rever as grandes tendências do ano e entender quais são aquelas que vingaram é valioso para que pequenas e médias empresas montem suas estratégias para o ano seguinte”, comenta Satye Inatomi, sócia da Jahe Marketing.
Ela destaca entre esses movimentos a continuidade das apostas no metaverso (universos virtuais que buscam reproduzir a realidade), a volta dos conteúdos produzidos para além das redes sociais (inclusive por influenciadores) e o ganho de força do TikTok no último ano.
Identificar quais deles têm potencial para serem explorados pela empresa é fundamental para um planejamento bem-sucedido. “E isso independe dos objetivos da companhia no próximo ano. Monitorar o mercado e conhecer as tendências serve para para vender mais, construir uma reputação online, ampliar o canal de comunicação com o cliente, ou todas essas coisas em conjunto”, afirma Thaís Faccin, também sócia da Jahe Marketing.
A seguir, elas detalham no que as PMEs precisam ficar de olho – e como nadar a favor da corrente!
O TikTok é item central, e assim continuará – Com mais de 1,5 bilhão de usuários ativos no mundo, é difícil ignorar a importância do TikTok no ambiente digital. A plataforma chinesa é uma das grandes empresas de tecnologia do planeta, e marcas de todos os segmentos trabalham por lá.
Não se trata de um ambiente somente explorado pela geração Z, apesar de ter se popularizado por conta de vídeos com coreografias e uma grande veiculação de memes. Hoje, já têm espaço vídeos informativos e muitas transmissões ao vivo, além de experiências com e-commerce em países asiáticos como Tailândia, Malásia, Vietnã, Cingapura, Filipinas, Indonésia e, mais recentemente, no Reino Unido.
“A lição é que você não precisa estar presente na plataforma, ou se apressar se não faz parte da sua estratégia, mas é importante entender do que se trata, e acompanhar as tendências”, resume Inatomi. “O crescimento da plataforma faz, por exemplo, com que seja impossível ignorar os conteúdos em vídeo.”
Marketing de conteúdo fora das redes sociais | Os blogs e as newsletters ganharam um novo significado para muitas marcas e criadores de conteúdo. Essa é uma das principais tendências que tomaram corpo em 2022. Um dos exemplos mais interessantes é o crescimento de influenciadores e jornalistas que apostam atualmente no Substack para conquistar assinantes para suas newsletters.
“Nesse universo, os blogs também renovaram sua relevância por atrair potenciais consumidores com conteúdo de qualidade a respeito de assuntos pelos quais já se interessam – e como um jeito de atrair a audiência para fora das redes sociais”, diz Faccin. “Além disso, quando bem-feitos, eles melhoram o rankeamento das páginas de empresas em motores de busca como o Google, e proporcionam maior interação com os clientes potenciais.”
O Metaverso ainda é aposta dos especialistas | Apesar de um esfriamento em novidades práticas em relação aos metaversos, diversos fóruns importantes de tecnologia ao longo de 2022 receberam especialistas que continuam apostando na tendência. É o caso do Web Summit, considerado o mais relevante encontro sobre internet e tendências digitais. A percepção é de que esse é um tipo de produto que ainda não teve o tempo necessário para chegar ao público geral e também às marcas. Por isso, a aposta ainda é grande.
Mas grifes famosas como Diesel, Moschino, Gucci ou MAC já existem em universos digitais. Ou seja, uma das grandes chaves é a customização que se oferece para os consumidores, no mundo virtual ou físico, e isso empresas de diferentes setores podem oferecer, sem investir bilhões de dólares.
Além disso, ganharam atenção em 2022 os chamados tokens não fungíveis, ou NFTs, também parte desse pacote de novidades relacionados à nova fase da Internet, a Web3. “A grande onda em relação a esse tipo de ativo digital pode ter se acomodado em discussões menos vibrantes nos últimos meses, mas, assim como no caso do metaverso, especialistas em investimentos digitais continuam apontando esse tipo de ativo como um assunto que deve ser acompanhado”, diz Satye Inatomi.
O retorno de grandes eventos presenciais | A magnitude de eventos dentro e fora do país deixou clara a demanda reprimida por eventos nos quais é possível estar presencialmente com amigos, parceiros de trabalho, clientes e possíveis conexões. Basta olhar a quantidade de feiras de público e B2B que retornaram neste ano.
“Apesar do retorno, os eventos híbridos se tornaram um filão que deve permanecer conosco, em razão da estrutura digital que foi esculpida ou aprimorada durante a pandemia. E passam a ser um investimento atraente principalmente para um público interessado no conteúdo de um evento, mas que eventualmente não tem meios para arcar com viagens e hospedagens, por exemplo”, afirma Thaís Faccin.
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