Em um mundo cada vez mais colaborativo, é interessante perceber a
inundação na mídia de histórias de empreendedores com visões e caminhos
geniais como se um(a) único(a) responsável pudesse girar a “máquina” como
uma força onipresente. Nada mais impreciso.
A força dos negócios e seu sucesso combina sempre muita sorte, tomada de
risco, visão do empreendedor e pluralidade do seu time. Aquela pluralidade que
conta: perfis distintos, capacidades e atributos complementares e
predominância do melhor insight, independentemente do nível hierárquico.
A cultura de gestão, baseada em medições claras da evolução do negócio e da
meritocracia deve predominar frente a temas subjetivos de melhoria e
percepção de valor. Desta forma, as ideias seguidas por boas ou más
execuções é que determinarão o sucesso do negócio.
Um ponto comum percebido nas histórias de sucesso mais recentes é a
ausência de dogma na abordagem do crescimento. Cada vez mais nota-se
esta abordagem por tentativa e erro de forma plural e dual, objetivando o
menor risco para o investimento para crescimento e da alocação de capital
humano. Mais importante do mirar no acerto, é corrigir rápido o erro e poupar
tempo. Os fundos de private equity estão dando preferência a este tipo de
cultura em suas empresas investidas.
Bancos e gestoras de recursos, por seu turno, já estão inquirindo as empresas
na hora de emprestar dinheiro para entender melhor suas avenidas de
crescimento e qualidade do time de gestão de forma mais intensa. Foi-se o
tempo de somente entender o balanço e puxar os recebíveis para rodar as
operações. Aliás, as gestoras de recurso, que ocuparão cada vez mais o
espaço dos bancos clássicos nos empréstimos ao middle market, possuem
abordagem de avaliação semelhante aos fundos de private equity. Resta aos
empresários prepararem-se com melhor governança e gestão para falar de
maneira mais sofisticada com os atores que desejam participar do seu risco e
sucesso de crescimento. O dinheiro chegou para apostar no risco da economia
real, mas será caprichoso nas suas escolhas.
Marco França é engenheiro pela PUC, tem MBA em Finanças (COPPEAD) e é sócio da Auddas