A falta de mão de obra qualificada é o principal problema da construção civil do país, segundo sondagem feita pela Confederação Nacional Indústria (CNI) com 375 empresas do setor. Segundo o levantamento, 68,4% dos empresários do ramo apontam a dificuldade em contratar empregados aptos a trabalhar em obras como um dos três maiores entraves da atividade.
Nas grandes empresas, o problema é mais crítico. No levantamento da CNI, realizado entre os dias 3 e 20 janeiro, 85,4% das empresas consultadas apontaram a falta trabalhadores qualificados como um de seus principais problemas. Entre as pequenas, 61,5% dos empresários ouvidos reclamaram da falta de mão de obra qualificada.
Esses dados foram divulgados hoje (31) e se referem aos três últimos meses do ano passado. De acordo com o gerente executivo da Unidade de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, a escassez de mão de obra é causada pelo crescimento acelerado do setor da construção combinado com a pequena capacidade de formação de profissionais para a atividade.
“Houve um crescimento muito forte e um descolamento entre demanda por mão de obra e a quantidade de trabalhadores qualificados”, afirmou Fonseca, em entrevista coletiva promovida para a apresentação dos resultados da sondagem.
Para ele, os dados preocupam porque as dificuldades para contratação vêm aumentando. Também porque isso pode impactar nos custos da construção e comprometer resultados do setor. “Isso pode reduzir a velocidade do crescimento”, disse Fonseca.
A falta de trabalhadores qualificados, por exemplo, era apontada como um dos principais problemas da construção por 53% dos empresários há um ano – um crescimento de quase 15 pontos percentuais no período. Ao mesmo tempo, o percentual de empresários que consideram o custo da mão de obra como um entrave do setor cresceu de 17% para 27,4% – aumento de 10 pontos percentuais.
Independentemente disso, a sondagem mostrou que a maioria das empresas trabalhou durante todo ano de 2010 em ritmo de atividade acima do usual e com número de empregados crescente. A expectativa para os próximos meses também é de contratações.
Depois da falta de mão de obra qualificada, a carga tributária é o segundo maior entrave para a construção civil, na opinião do empresariado.