Feira do Empreendedor é lugar certo para abrir empresa e fazer bons negócios

Formado em turismo no final do ano, Philip Alves circulava pelos corredores da Feira do Empreendedor 2014, no final de julho, em Florianópolis, em busca de ideias de como montar sua agência de turismo. Contando com o dinheiro que tem guarda­do, quer oferecer o turismo de experiência para visitantes estrangeiros. “Isso significa promover encontros que acrescentem cul­tura e informação genuína para quem visita o lugar, e quero fazer de forma que o meio ambiente seja respeitado e que o turismo beneficie a comunidade”, planeja. “Mas pre­ciso aprender a lidar com o dinheiro antes”, ele pondera, enquanto encaixa suas dúvidas com a programação de palestras e ofertas da feira. Este ano, o público somou mais de 14 mil pessoas, pouco a mais que a edição pas­sada, em 2012, em Blumenau (SC).

Enquanto o guia quer saber como co­meçar, Suyane Bueno quer aprender a dar continuidade ao negócio. Aos 27 anos a mi­croempreendedora individual (MEI) trabalha como fotógrafa autônoma, especialmente 2014

em eventos e casamentos. Natural de Curiti­ba e estabilizada em Garopaba (SC) há cinco anos, ela quer aprender a organizar a empre­sa. “Eu sei fotografar, mas preciso aprender a vender meu trabalho”, diz. Ela está cadastra­da na associação de empresários, por onde acompanha as palestras do Sebrae. Seu dia na feira foi em busca de informações sobre como promover as vendas pela internet.

O desejo de Philip e Suyane de fazer o que gostam e conquistar a independência foi acompanhado por boa parte do público. A participação maciça de jovens empreen­dedores, entre 21 e 34 anos, com desejo de montar um negócio de maneira planejada foi marcante no evento, segundo o Gerente de Comunicação e Mercado do Sebrae-SC, Spyros Diamantaras. Além disso, a gestão se mostra mais feminina. Nesta edição, 54% dos visitantes foram mulheres. “É evidente o crescimento e a força feminina no comando dos micro e pequenos negócios no Brasil e a maioria delas começa um negócio pela ambi­ção de empreender”, comenta Spyros.

Tal ambição movimenta os registros dos microempreendedores individuais que repre­sentam hoje 60% dos atendimentos da institui­ção. São pessoas que faturam até R$ 5 mil por mês que, com o registro, recebem nota fiscal, acesso a linhas de crédito e benefícios como INSS. “Hoje atendi o seu Luiz. Há 25 anos, ele realiza trabalho de reformas e, agora, precisou da nota fiscal para conseguir fazer pequenos reparos em empresas. Demorou 25 anos para ele procurar a formalização, mas quando che­gou aqui tinha tudo claro sobre o que queria. O que fizemos foi facilitar”, conta Kátia Regina Rausch, gestora de Políticas Públicas do Se­brae.

Integrante de equipes que formulam leis e políticas para a área, ela se emociona com pequenos casos, e sente-se mãe de 135 mil novas empresas individuais criadas em Santa Catarina há cinco anos, desde a criação da lei. “Temos hoje de 2,5 mil a 3 mil formalizações por mês. Formalizar é de graça, mas o profis­sional deve saber que não está contratando um serviço de TV a cabo que poderá cancelar a qualquer momento.” Entre as obrigações, está o pagamento da guia DAS de R$ 42,20 por mês que reúne todos os impostos do MEI, a categoria que mais paga em dia.

Banco de ideias

feira

Organizada em corredores de indústria, comércio, serviços e franquias, a Feira do Em­preendedor se configura como um banco de ideias e contatos entre empresários. O eixo temático seguiu os resultados da pesquisa preparatória para o evento. Segundo o Se­brae, os pet shops e as ofertas de produtos para pessoas que vivem sozinhas despontam como tendências de negócios em Floria­nópolis. Entre o que a cidade ainda precisa estão padarias e confeitarias; açougues e livra­rias (comércio) e creches, consertos residen­ciais e atividades de lazer (serviços).

Os 48 expositores mostraram até 70 ideias de negócio como a Dynamic Web, que ofere­ce uma plataforma para que agências webs, publicitários ou design gráfico estruturem sites e lojas virtuais para clientes. Já a Market Up apresentou a ferramenta de gestão ho­mônima, criada por um grupo de jovens em­presários com conhecimento em engenharia de software. Hoje em funcionamento na fase de teste, ela será lançada em agosto, e já con­ta com mais de 5 mil empresas cadastradas. Após o lançamento, eles esperam atender 50 mil empresas em seis meses. “Participamos da feira em Belo Horizonte e São Paulo e agora em Florianópolis. A Feira do Empreendedor tem um público muito focado e selecionado, ideal. Contabilizamos um grande número de cadastros após o evento” afirma um dos res­ponsáveis pela ferramenta que alia a gestão de vendas, financeiro, compras, notas fiscais, frente de caixa, estoque e relatórios.

Aliadas aos resultados das pesquisas, es­tavam presentes a Pãopaganda, franquia no ramo de embalagens com publicidade para panificadoras, restaurantes e farmácias e a Turma do Banho. Essa oferece um pet shop móvel, que funciona em trailer e em moto. Preparadas para atender serviços de banho, tosa e embelezamento, a primeira realiza 40 atendimentos por dia e, a versão em moto, 12 atendimentos. Desenvolvida há três anos, a rede com seis meses de operação tem sete franqueados e pretende chegar a 200 até 2015. “Esta é a segunda feira que participo e, para nós, estar próximos ao Sebrae é es­tar perto dos estímulos às novas ideias. Pre­tendemos seguir todo ciclo de feiras”, avalia Gláucio Romanzin, criador da franquia.

Entre firmas

Pequenas empresas que já participaram de ações com o Sebrae puderam apresentar seus serviços e produtos a grandes empre­sas dos ramos metal-mecânico, alimentos e bebidas e moda e confecção em mais uma rodada de negócios. Nelas, o Sebrae reú­ ne as principais ofertas de empresas que vêm se destacando em gestão, tecnologia e mercado e que podem ser fornecedoras de grandes empresas. Em mesas que se trans­formam em balcão de atendimento, agentes de compras de grandes empresas farejam novos fornecedores.

Conforme o coordenador de Polos In­dustriais do Sebrae, Roberto Tavares de Albu­querque, R$ 4 milhões foram movimentados nas rodadas de 2012 só no setor metal-me­cânico. Neste ano, oito grandes compradores estiveram presentes. Entre eles, Ricardo Rai­ser, da Prime, que também esteve presente na edição anterior do evento. “Viemos co­nhecer ideias e oportunidades de pequenos fornecedores que agregam serviços à produ­ção. Nossa meta é reduzir custos. Estamos avaliando, por exemplo, uma empresa que faz manutenção de filtro no local sem preci­sarmos transportar o maquinário”.

As palestras, atendimentos, estandes e biblioteca alimentaram a sede dos novos empresários por informações. Nos quatro dias, 1.596 pessoas participaram das oficinas, 11.144 das palestras e mais de 5 mil foram até a biblioteca. Entre as palestras, títulos atrati­vos como “Google faz a web trabalhar para o seu negócio’’ e “Facebook para pequenos negócios”. O setor de tecnologia foi, aliás, um dos destaques. Ao todo, 2.358 pessoas foram atendidas no estande do Facebook e receberam orientações de como usar a rede social para alavancar os negócios. Outras 708 pessoas receberam orientações da equipe do Mercado Livre sobre e-commerce e 358 passaram pelo estande de inovação, onde estava a equipe do Google.

Agende-se para as próximas feiras:

•Pernambuco

De 8 a 11 de outubro, no Centro de Convenções – Pernambuco

 •Piauí

De 5 a 9 de novembro, no Centro de Convenções – Teresina

 •Rio Grande do Norte

De 12 a 15 de novembro, na Arena

das Dunas – Natal

 •Rio de Janeiro

De 27 a 30 de novembro, no Centro de Convenções Riocentro

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