Chegou hora de crescer hackeando o sistema. Isso mesmo, você não leu errado. Agora quem está no centro dos holofotes são aqueles que atraem seus públicos de forma precisa.
Como uma boa Publicitária, 10 anos atrás, aprendi a fazer propaganda com os tiros de canhão: comercial de 30” em horário nobre, spot de rádio e página dupla de revista. Era esta fórmula que se aprendia na faculdade:
Criação + Investimentos Cavalares de Mídia = Impacto e Resultado.
Muita coisa mudou de lá para cá. Com a democratização dos meios de comunicação e uma comunidade cada vez mais conectada, vimos startups de fundo de garagem se tornarem marcas multibilionárias, reinventando completamente o modelo tradicional de investimento em marketing, ao utilizarem uma nova abordagem: “growth hacking”.
A própria definição do termo já explica essa nova maneira de enxergar o marketing: “hacker” é alguém que invade redes e sistemas para obter dados e “growth” literalmente se traduz em crescimento. Crescer hackeando o sistema foi o tema da palestra ministrada por o Ryan Holiday – meio que um papa no assunto e autor de diversos best-sellers – no KES – evento de inovação.
Ryan falou muito sobre esse novo perfil de profissional de marketing que passou a ficar atento em novas tecnologias e usa esse conhecimento, baseado em dados analíticos e muita criatividade, para “hackear” o sistema e encontrar formas não convencionais de atrair e reter usuários, e, com isso, alavancar um produto ou serviço.
A questão aqui é ir “from nothing to something”. O que se trata é ir de 0 à 1.000 usuários, depois de 1.000 à 4.000, e assim por diante. E nem sempre a estratégia usada será a mesma em cada etapa do processo. Com base na crença central de que “tudo o que traz (e mantém) clientes é marketing”, ele trouxe dicas valiosas e aplicáveis para empreendedores em qualquer etapa de um negócio.
1. Faça um produto que as pessoas de fato querem!
A regra é básica: Faça um produto tão bom que as pessoas recomendariam aos seus amigos.
Para colocar em prática, pergunte-se: quem são as pessoas que comprariam meu produto? Quais dados provarão que meu produto está validado? Qual a métrica?
2. Encontre seus early adopters
Nas palavras do próprio Ryan, “Todo bom produto sempre tem um grupo de apaixonados, que não é o mundo inteiro. Encontrar seu nicho, um core group que é fascinado pelo que você faz, ter foco e objetivo claro é primordial.”
Em outras palavras: substitua o seu tiro de canhão por um tiro de estilingue. Um ataque mais certeiro e que, com certeza, tem mais chances de atingir o público desejado.
3. Descubra a fórmula certa de viralizar o seu produto
Toda viralidade tem uma fórmula, você só tem que descobrir a fórmula certa para viralizar o seu produto.
Aqui a pergunta é: qual a mecânica certa para fazer a sua máquina de crescimento girar? Quem são os evangelizadores do seu produto? Qual o incentivo para que seus consumidores mais vorazes continuem fiéis e apaixonados?
O Méliuz, empresa apoiada pela Endeavor, focada em vendas online, investiu em oferecer incentivos valiosos para os clientes que indicassem seu produto. Cada cliente tem seu próprio link de indicação, e ganha R$5 na primeira compra de cada pessoa que veio por sua indicação. \As blogueiras por exemplo, são fãs. Há quem tire R$ 5.000 por mês só com indicações!
4. Fechando o ciclo: retenção e otimização
Depois de todo esse esforço, aqui a mensagem do Ryan é que a melhor maneira de reter consumidores é não se distrair com marketing de vaidade e focar no que realmente importa: o aprimoramento constante do produto.
A Zappos se tornou conhecida fazendo exatamente isso. Focada 100% em garantir o melhor atendimento possível ao consumidor, a empresa tem diversos casos emblemáticos como o atendente que pediu uma pizza para o consumidor e a ligação de call center mais longa da história: 8 horas com o mesmo cliente. Tudo para garantir a melhor experiência de atendimento, o que sempre foi visto pelo fundador como o grande diferencial da empresa.
Temos um longo caminho ainda até aprender a hackear o sistema, mas para resumir em uma frase o principal aprendizado que o “Growth Hacking” nos traz é que o trabalho não é para confirmar o que você pensa, mas para encontrar o que você deve pensar.
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