A importância de visitar o mercado e identificar in loco o comportamento do consumidor

Quando iniciei minha carreira corporativa vivenciei anos de muito conhecimento na Esso Brasileira de Petróleo, uma das maiores empresas do mundo. Meu primeiro chefe foi Flavio Gama, que me orientou no programa de estágio. Um profissional inesquecível que me acolheu como um filho.

Havia acabado de me formar na Faap, e como todo jovem recém-profissional sonhava alto e almejava ocupar um cargo de gerência – afinal, havia estudado numa das melhores faculdades de administração do Brasil. Doce ilusão! A realidade era completamente diferente do que eu esperava e caí na real rapidamente. No meu primeiro dia de estágio, Flavio me informou: “Rodrigo, você iniciará no programa vivenciando 30 dias no campo. Inicialmente você ocupará o cargo de atendente de loja de conveniência e nos últimos 15 dias você trabalhará como frentista”. Bom, achei bacana a experiência de começar um emprego já trabalhando na prática com o consumidor final. Quando cheguei à loja de conveniência a minha primeira tarefa foi ficar no caixa aprendendo a trabalhar com o sistema e atender os clientes.

É muito bom relembrar que limpei banheiro, cooler, arrumei gôndolas e fiz entrega de lanches em escritórios. Lá foram os meus 15 dias na loja de conveniência, e chegou o grande momento de ser frentista! Aprender a atender e realizar os cinco passos de sucesso, desde chamar o cliente pelo nome até oferecer verificação do nível de óleo e água do veículo. Essa experiência foi muito rica, pois senti na pele que se houver atenção com o cliente no posto a gorjeta é grande!

Contei toda esta história para fazer uma analogia e ressaltar que os americanos são fantásticos na prática varejista de sair do escritório e fazer o executivo vivenciar experiências próximas ao consumidor. Esta foi uma das grandes lições que aprendi nessa etapa da vida profissional. Estar no ponto de venda para atendimento e ter conhecimento das necessidades dos clientes eram atividades que deveríamos fazer de 15 em 15 dias. Lembro que, naquela época, toda promoção tinha uma grande participação de informações do consumidor para melhor atendê-lo.

Tive chefes maravilhosos que me ensinaram a não apenas olhar para o nosso negócio, mas, principalmente, visitar a concorrência para avaliar os quatro Ps (promoção, preço, ponto de venda, produto). Além disso, eles me incentivaram a visitar outros mercados para identificar ideias inovadoras. Conversar com o consumidor e colaboradores no ponto de venda era uma prática mais do que fundamental. Aprendi muito e até hoje pratico algumas dessas ações no meu atual negócio.

O empreendedor moderno precisa sair de trás da mesa e ouvir os seus colabora-dores e, principalmente, os seus clientes no seu mundo. Conversar com eles é rico e descobrimos muitas ideias agregadoras para nossas estratégias. Com isso, identificamos o que temos de melhor e o que precisamos melhorar.

É preciso ter muita coragem, pois o consumidor fala a verdade e você precisa estar preparado também para receber críticas. Porém, precisamos ser frios e entender o que é dito. Afinal, essas verdades fazem encontrar novas rotas e resultados positivos com as mudanças. Visitar o mercado é uma terapia maravilhosa e fundamental para empreender um negócio de sucesso. Pratique os cinco sentidos e desperte a sua criatividade para implementar novas ideias!

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