A expansão do mercado imobiliário e a alta no consumo das classes de renda mais baixas têm impulsionado o crescimento da indústria brasileira de móveis.
Com foco voltado ao mercado nacional, o setor faturou R$ 29,7 bilhões em 2010, 13,4% a mais do que em 2009, segundo a Abimóvel (Associação Brasileira das Indústrias do Mobiliário), com dados do Iemi (Instituto de Estudos e Marketing Industrial).
"O crescimento da indústria da construção civil deverá elevar a demanda por móveis residenciais ainda mais neste ano", diz o presidente da Abimóvel, José Luiz Diaz Fernandez, na abertura da Movelpar (Feira de Móveis do Estado do Paraná). A previsão é que o setor moveleiro tenha alta de 10% no faturamento em 2011.
Segundo Fernandez, o programa Minha Casa, Minha Vida tem sido um dos responsáveis pela expansão do setor. "Ao mesmo tempo, as famílias de baixa renda estão ampliando o consumo com a alta na renda."
O presidente da Abimóvel afirma ainda que o setor discute com o Ministério do Desenvolvimento a criação de uma linha de financiamento de móveis voltada para famílias que comprarem imóveis pelo programa habitacional.
O setor de móveis de alta decoração também faz previsões otimistas para 2011. "Neste ano, vemos o mercado ainda mais aquecido com o aumento da renda", afirma Fernando Flores, presidente da Abimad (Associação Brasileira das Indústrias de Móveis de Alta Decoração).
Apesar do resultado positivo no mercado interno, o setor perdeu espaço internacionalmente. No ano passado, o país exportou US$ 598,5 milhões, alta de 4% em relação ao ano anterior, mas abaixo de 2008 (US$ 809,4 milhões).
Enquanto isso, as importações cresceram 110%, de US$ 90 milhões para o valor de US$ 189,6 milhões. "As compras da China tiveram alta de 125% no ano passado", diz Fernandes.
Para Fernandes, simplificar procedimentos e financiar as exportações poderiam estimular o setor.