Especialista em programação explica como iniciar na área de T.I e projeto social vai impactar mais de 2.400 mulheres com formação em programação
A área tecnológica vem ganhando espaço nos últimos anos. Apenas em 2020, o setor teve um crescimento de 310% no número de vagas, de acordo com a GeekHunter. Por ser um mercado conhecido como “masculino”, a presença das mulheres é essencial para quebrar esse paradigma e diminuir a lacuna de gênero, trazendo mais diversidade e inclusão no setor.
Carla Marangoni De Bona, especialista em UX/UI e co-fundadora da {reprograma} – startup social que ensina programação para mulheres em situações de vulnerabilidade, explica que conhecer as comunidades de tecnologia, especialmente as que são dedicadas ao empoderamento das mulheres é o primeiro passo para que o público feminino comece a entender que o lugar também é delas dentro da área tecnológica. “Há diversas comunidades, algumas focadas mais na parte técnica e outras em empoderamento. O interessante de se aproximar desses grupos é que as mulheres vão encontrar diversas outras mulheres na mesma situação que ela, assim uma pode ajudar a outra nessa jornada”, comenta.
O setor de tecnologia oferece várias oportunidades para quem quer atuar no mercado, na parte de programação, por exemplo, pode-se destacar duas frentes: front e back-end, a primeira é dedicada a interface do usuário, já a segunda está relacionada ao core da aplicação, realizando uma programação que somente o servidor irá entender.
Para ajudar na formação das mulheres na área de T.I, o programa Todas em Tech, que vai impactar mais de 2 mil mulheres na área de programação até o final de 2022, está com vagas abertas para suas duas próximas turmas. São 480 vagas para oficinas que vão apresentar o universo de programação e desenvolvimento, desse número total, 80 mulheres serão selecionadas para as segundas turmas, 40 para a turma de back-end e 40 para a turma de front-end. O projeto é desenvolvido pela {reprograma} em parceria com o BID Lab – Laboratório de Inovação do Grupo Banco Interamericano de Desenvolvimento – e as interessadas podem se inscrever pelo link: https://reprograma.com.br/
O projeto irá destinar no mínimo 55% das vagas para mulheres negras e 5% para mulheres trans e travestis, e conta com o apoio das empresas Accenture, Creditas, Easynvest, Facebook, iFood e Nubank.
Como se destacar na área de programação
Uma programadora pode atuar em qualquer empresa que use tecnologia em seus processos, com soluções para a própria empresa, por exemplo. Abaixo, Carla destaca as principais áreas de atuação que uma mulher pode trabalhar:
- Empresas de tecnologia que oferecer serviço sob demanda para clientes externos;
- Startups, agência de publicidade e /ou marketing;
- Áreas mais tradicionais, como programação web ou desenvolvimento mobile;
- Ciência de dados, segurança de dados e inteligência artificial;
- Desenvolvedoras freelancer: assumir projetos específicos ou entregar soluções de sites ou aplicativos para pequenos empresários.
Para ter destaque na área da tecnologia é necessário buscar conhecimento sólido em uma frente específica. Caso a mulher decida focar sua carreira em front-end, por exemplo, o ideal é que ela se aprofunde em uma linguagem específica e fundamentos de programação. Ao mesmo tempo, vale levar em consideração a habilidade em compreender várias disciplinas, como marketing, UX e vendas e de que modo elas se relacionam com a especialidade da profissional.
“A dinâmica da especialista com habilidade de compreender outras áreas faz com que a profissional tenha maior capacidade de colaboração, já que a mesma terá mais insumos para acrescentar aos outros. Além disso, a maior capacidade de resolução de problemas também é vista como um diferencial”, explica a co-fundadora da {reprograma}.
Migração de carreira
Pode acontecer no meio do caminho que a profissional queira mudar de área. Segundo Marangoni, a primeira coisa a se fazer é buscar entender melhor como funciona o dia a dia da nova área, o que esperar, expectativa salarial, entre outras informações relevantes. Depois, entender o momento profissional, uma vez que para adquirir bases da programação é necessário dedicar bastante tempo, desta forma a programadora conseguirá adquirir conhecimento para iniciar sua transição de carreira.
“Investir no autoconhecimento para entender os pontos fracos e fortes também é importante para iniciar essa nova jornada”, completa Carla.
Sobre a {reprograma} – Fundada em 2016, pela peruana Mariel Reyes Milk e suas sócias Carla de Bona e Fernanda Faria, a startup social paulista que ensina programação para mulheres, priorizando as negras e/ou trans, por meio da educação, tem o objetivo diminuir a lacuna de gêneros na área de T.I. A {reprograma} possui grandes empresas parceiras como Accenture, Creditas e Facebook, iFood, entre outras. Mais informações no www.reprograma.com.br.