Curioso, persistente e perspicaz, fundador da Atec fez da necessidade de seus clientes o seu modelo de negócios
Impossível falar da Atec Original Design sem mencionar o seu fundador, João Figueira, e toda a sua história de vitórias e constantes desafios enfrentados durante três décadas. Hoje congregando marcas famosas e de design único, a sua empresa começou como uma assistência técnica, especializada em desmontagem e montagem de móveis para escritório.
Naquela época, nos idos anos de 1990, João não sabia de sua força como empreendedor. Ele, que é formado em Agronomia, e atuou tanto no interior de São Paulo, como agrônomo, quanto na capital, na área industrial, decidiu adquirir a Atec em 1992 e se lançar no empreendedorismo com a ajuda inicial de seis colaboradores. Ele conta que a sua curiosidade o levou a identificar nas empresas que atendia necessidades que poucos viam. Uma dessas necessidades era o desmonte de escritórios com a logística adequada e posterior montagem com remodelação de ambientes com o mesmo mobiliário, mas de modo mais eficiente.
Com soluções inteligentes para seus clientes, João, com a Atec, foi conquistando arquitetos renomados e as grandes marcas da indústria moveleira, como a Herman Miller, uma das únicas que permaneceram no mercado brasileiro, mesmo com o custo elevado por conta do câmbio do final da década de 1990 e início dos anos 2000. “A Herman Miller trazia do exterior a cadeira montada e o processo de importação era muito caro. Eu me ofereci para fazer a montagem do produto aqui no Brasil. Apresentei o resultado, uma pessoa gostou e levou para o chefe. Foi quando mandaram um kit com a cadeira desmontada porque, posteriormente, viriam os técnicos para ensinar a montar. Eu não me aguentei e montei sozinho. Quando a equipe chegou, encontrou o produto já preparado e isso foi ótimo, porque eles gostaram de mim, e do trabalho feito”, declara.
Escalada
Para suportar as operações com a empresa americana, João teve de se mudar da rua Teodoro Sampaio, no bairro de Pinheiros, para a cidade de Taboão da Serra, na Grande São Paulo. Com seu ajudante Chiquinho, ele inaugurou o ramo de terceirização de montagem na área industrial, mas percebeu que dependia dos representantes da Herman Miller para girar o seu negócio. O problema é que os representantes não conseguiam vender tanto quanto João projetava, pelo alto custo do produto. Foi então que ele teve a ideia de também comercializar a cadeira, além de oferecer a montagem. A princípio a Herman Miller negou, mas o empresário insistiu, investiu seu dinheiro em uma empresa de consultoria e formatou um plano de negócios, que foi apresentado por ele e sua esposa na matriz da marca, nos Estados Unidos. “Eu estava tão duro que comprei as passagens com a milhagem. Fui, mas não tinha nada. Chegando lá foi um sucesso. Os participantes falaram que nunca um candidato apresentou algo tão bem feito. E foi assim que conseguimos a representação”, revela.
Em poucos meses, mesmo em um cenário retraído daquela época no Brasil, João e a Atec se projetaram, logo assumindo a liderança de vendas no país e, depois, na América Latina. Esse sucesso atraiu a atenção de outras grandes empresas do setor, que começaram a disputar a representação pela Atec, que hoje se encontra em uma posição de destaque, contando com cerca de 67 colaboradores, três showrooms nas principais capitais do país: São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília e uma loja no shopping D&D.
O empreendedorismo, a insistência e, principalmente, a vontade de solucionar as necessidades de seus clientes fez a história de João Figueira, que se mescla de maneira inseparável com a história de sua marca. O empresário diz, entretanto, que todo esse sucesso foi conseguido com muito trabalho, não só dele, mas também de seus colaboradores, pelos quais ele tanto preza e quer ver crescer. Para os próximos anos, João espera manter a boa comunicação com o mercado e mudar de foco, se for necessário. “Aqui, nós falamos muito em estratégia, em design e em vendas, mas também em sustentabilidade, colaboração e bem-estar para todos. Mudamos quando necessário e estamos sempre em constante busca”, finaliza.
