Segundo estudo da proScore, a pandemia reduziu a participação empresarial feminina. Informações como faixa etária das mulheres que estão empreendendo no Brasil e as regiões aparecem como destaque
A participação das mulheres em algum tipo de negócio vinha em alta há cinco anos, atingindo o pico em 2019. Mas em 2020, com a pandemia da Covid-19, esse número de empresas abertas caiu ao nível de 2016 em todos os segmentos. Levantamento realizado pela proScore – bureau digital de crédito e authority de score, especializado em Big Data, Analytics e motores de decisão- entre os anos de 2016 e 2020, apontou que o número de mulheres que empreendeu recuou de 984.17 (2016) para 932.733 (2020). O ponto alto da parceria aconteceu no ano de 2019, com 1.252.187 registros.
“Neste caso, em 2020, empresas abertas por mulheres em sociedade recuou abaixo do patamar de 2016. É possível observar também que até 2019 apresentava uma tendência de crescimento. Porém, com a chegada da pandemia, e com a restrição imposta por algumas cidades – em relação à abertura de alguns serviços considerados ‘não essenciais’, como também os cuidados e deveres com tarefas domésticas e com os filhos – que deixaram de ir à escola pelo mesmo motivo – favoreceu a retração no número de empresas abertas por mulheres em todos os segmentos”, destaca Mellissa Penteado, fundadora e CEO da proScore.
Os dados apontam como estavam os segmentos de 2016 a 2020 para as mulheres com participação em alguma sociedade; empresas compostas apenas mulheres e mulheres que tiveram empresas e eram funcionárias.
No período avaliado pela proScore, o número de mulheres empreendedoras formada por sócias mulheres cresceu. Passou de 715.748 (2016) para 778.882 (2020). O ponto alto da parceria aconteceu em 2019, com 988.950 registros. “Não é de hoje que se fala sobre o potencial feminino nos negócios. As mulheres se tornaram protagonistas no mercado de trabalho, passaram a responder – em muitos casos – como principal renda da família. Isso mostra a versatilidade feminina que tem sido comprovada pelo sucesso nos negócios liderados por mulheres“, afirmou Mellissa.
O maior número de registros de empresas por mulheres em algum tipo de sociedade foi no segmento microempresa 3.330.888; na sequência, pequena-empresa 299.357; média empresa 6.333; média-grande empresa 3, grande empresa 13. Para porte indefinido o registro também foi alto: 1.714.809. Mellissa explicou o grande número de MEIs que foram abertas. “A abertura é muito simples e a ausência de custos iniciais podem favorecer essa categoria. Além disso, é bastante comum pessoas que conciliam pequenos negócios com um trabalho formal (CLT, por exemplo)”, disse.
Nas empresas formadas só por sócias, o número de mulheres empreendedoras cresceu. Passou de 715.748 (2016) para 778.882 (2020). O ponto alto da parceria aconteceu no ano de 2019, com 988.950 registros. O maior número de registros foi no segmento microempresa 3.005.652, na sequência pequena-empresa 103.073, média- empresa 1.665, nenhuma média-grande e grandes empresas. Para porte indefinido o registro também foi alto: 1.547.724.
As mulheres que tiveram empresas e eram funcionárias também aumentou. Passou de 447.605 (2016) para 482.630 (2020). O pico da parceria também aconteceu em 2019, com 628.591 registros. Eles também tiveram mais participação nas microempresas, com 1.601.254; na sequência, pequena empresa, 129.807; média-empresa 2.278; média-grande empresa, oito; e grande empresa duas. Para porte indefinido o registro também foi alto: 910.066.
Faixa etária
Nos três segmentos abordados, as mulheres entre 30 e 39 anos foram as que mais empreenderam. Entre as com participação em alguma sociedade, elas somaram 1.758.764. Na sequência, vem de 40 a 49, com 1.251.166. A faixa etária de 18 a 19 anos é que tem a menor participação: 10.945. Nas empresas compostas apenas por sócias mulheres, são 1.531.430 (30 a 39); 1.077.158 (40 a 49) e 9.010 (18 a 19). As mulheres que tiveram empresas e eram funcionárias tiveram a seguinte participação: 1.089.232 (30 a 39); 636.419 (40 a 49) e 91 (18 a 19 anos). “As mulheres mais maduras estão empreendendo mais. Temos que levar em conta também sua experiência profissional. Vale ressaltar que a abertura de empresas não garante que elas tenham abandonado seus empregos. Pode ser que haja uma atribuição concomitante, como ajudar no orçamento doméstico ou até mesmo empreender num hobby””, declarou Mellissa Penteado.
Segundo o último levantamento da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), liderada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 9,3 milhões de mulheres estão à frente de negócios no Brasil. Não é por menos que em 2014, a Organização das Nações Unidas (ONU)–com o apoio de empresas globais, que lutam contra a desigualdade de gênero – conferiu a ‘Elas’ uma homenagem em forma de data comemorativa: 19 de novembro, intitulado como o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino.
Áreas de maior atuação da mulher empreendedora em 2020
1) 17% comércio varejista de artigos de vestuário e acessórios;
2) 13,3% segmento de vendas;
3) 13,1% cabeleireiros, manicure e pedicuro;
4) 10,5% fornecimento de alimentos preparados para consumo domiciliar;
5) 10,3% obras de alvenaria;
6) 8,6% restaurantes e similares;
7) 8,0% lanchonetes, casas de chás, de sucos e similares;
8) 7,0% preparação de documentos e serviços especializados, de apoio administrativos;
9) 6,3% transporte rodoviário de carga, exceto produtos perigosos e mudanças;
10) 5,8% comércio varejista de mercadorias em geral, com predominância de produtos alimentícios, minimercados, mercearias e armazéns.
Capitais brasileiras com maior número de sociedades entre mulheres
Região Sudeste
São Paulo – 80.737
Rio de Janeiro – 44.199
Belo Horizonte – 20.685
Centro-Oeste
Brasília – 18.562
Goiânia – 12.055
Sul
Curitiba – 15.516
Porto Alegre – 9.140
Nordeste
Salvador -14.250
Fortaleza – 12.308
Capitais com menor procura por sociedade entre mulheres empreendedoras:
Norte
Macapá -1.145
Rio Branco -1.252
Boa Vista -1.265
Palmas -1.864.
“E pelos primeiros dados de 2021 a tendência é a queda da participação feminina nas sociedades se acentuar”, ressalta Mellissa.
Sobre Mellissa Penteado – Formada em Administração pela PUC/SP, com especializações pela Disney Institute, Law Business School, Ohio Universitye Business pela Universityof Akron. Iniciou sua carreira no setor de fomento mercantil em 1995 até fundar a proScore Tecnologia no ano 2000, birô digital de crédito e authority de Score. Com mais de 19 anos de vivência na área administrativa e tecnológica, é CEO da empresa e em 2018 fundou o Bancoin, fintech de inclusão financeira e social especializada em desbancarizados.
Sobre a proScore – A proScore Tecnologia é um bureau digital de crédito, authority de Score, especialista em Big Data e inteligência de dados, assim como motores de decisão, com objetivo de desenvolver soluções completas e customizadas focadas em negócios com qualidade, segurança e agilidade tecnológica. As informações fornecidas pela proScore auxiliam na tomada de decisão, seja no viés crédito, cobrança, fraude ou prospecção de clientes; além de sanear e enriquecer bases de dados legadas. Com mais de 20 anos de tradição no mercado brasileiro é o único bureau com capital 100% nacional. Acesse: www.proscore.com.br