Neste domingo, Dia do Irmão (5/9), conheça histórias de sucesso com a delicada relação que une pontos pessoais e profissionais
Os norte-americanos Richard James “Dick” McDonald e Maurice James “Mac” McDonald fizeram história ao criar o primeiro restaurante McDonald’s em 1940. Assim como eles, são muitas as histórias de irmãos que construíram verdadeiros impérios empresariais ou seguiram a trajetória da família. A Disney, por exemplo, embora seja muito mais conhecida pelo nome do produtor, cineasta e dublador Walt Disney, começou com o sonho dele e de seu irmão Roy, na garagem do tio de ambos, Robert Disney, em 1923.
Já a Jacuzzi, fabricante de banheiras, iniciou por volta de 1900 quando os sete irmãos da família Jacuzzi desembarcaram nos Estados Unidos e começaram a trabalhar no país como maquinistas. Juntos, eles fundaram a Jacuzzi Brothers, especializada na fabricação de aeronaves, que mais tarde mudaria de ramo e se tornaria sinônimo de banheiras de hidromassagem.
Neste Dia do Irmão, celebrado em 5 de setembro, conheça histórias de irmãos que fundaram ou atuam juntos em grandes empresas brasileiras e saiba como eles equilibram laços familiares e profissionais em prol do sucesso de seus empreendimentos.
OrthoDontic: linha tênue entre pessoal e profissional
Irmãos gêmeos, os odontólogos Edilson e Edmilson Pelarigo ajudaram a fundar a OrthoDontic, maior rede de clínicas de ortodontia do Brasil, em 2002. Diretor clínico da empresa, Edmilson afirma que mantém com o irmão uma relação de companheirismo com uma linha tênue entre o profissional e o pessoal. “Devemos sempre cuidar para que um lado não atrapalhe o outro e definir momentos em que exclusivamente sejam abordados assuntos profissionais e momentos nos quais o lado pessoal seja o foco”.
Segundo ele, trabalhar ao lado de Edilson tem como vantagem a maior liberdade que ambos têm para expor suas ideias e desenvolver estratégias. Mas também há desvantagens. “Nem sempre é tão fácil não misturar o lado pessoal e profissional e dar real atenção ao que se expõe. Santo de casa não faz milagre.”
Edilson, por sua vez, avalia que a parceria com o irmão é facilitadora e gratificante, já que se trata de uma dinâmica bem estabelecida e conhecida, que resulta em uma maior fluidez no trabalho. “Para se evitar conflitos, a chave é usar de todo o conhecimento que se tem sobre o outro e ler os seus sinais de quando está começando a se sentir mal ou incomodado com alguma coisa.”
Grupo HOPE: sonhos compartilhados em família
As três filhas do fundador do Grupo HOPE, Nissim Hara, Karen, Sandra e Daniela estão em posições-chave da companhia e a gestão da empresa nas mãos do CEO contratado, José Luís Fernandes. Segundo Sandra
Sandra diz que uma das razões do sucesso da parceria é o fato de as irmãs tratarem assuntos
Outro segredo, avalia Sandra, é o fato de as irmãs não sobreporem funções e habilidades, o que se traduz em maior produtividade e equilíbrio nas tomadas de decisões. “Somos três mulheres competentes e com personalidades diferentes lutando diariamente com o mesmo objetivo”, diz a executiva. “Remamos para o mesmo lado, mesmo quando a preferência pessoal de uma é diferente da outra. Pensamos sempre no que é melhor para o negócio e para os nossos parceiros de negócios.”
SMZTO: profissionalismo e ausência de privilégios
Os irmãos Bruno Semenzato (CEO) e Beatriz Semenzato (diretora de Marketing) compartilham várias horas do dia no escritório do Grupo SMZTO, fundado pelo pai de ambos, José Carlos Semenzato, em São Paulo. Fora da atmosfera profissional, também convivem na casa dos pais.
Mas, segundo Bruno, o profissionalismo adotado no ambiente corporativo propicia uma coexistência tranquila, traduzida em força para impulsionar os negócios. Aos 29 anos, o jovem CEO garante que a dinâmica dos Semenzato – pai e filhos, que convivem em casa e no ambiente profissional – não poderia ser melhor. Uma das razões para o sucesso da fórmula, assegura o empresário, é a inexistência de privilégios e regalias para os herdeiros.
“Tomamos muito cuidado para que a família não interfira no negócio. A gente separa muito bem isso”, explica Bruno. “Fomos muito preparados para separar a condição de herdeiros e acionistas da condição de executivo. Eu, a Bia e meu pai temos uma cabeça totalmente profissionalizada em relação a isso. A gente tem um plano não só de remuneração, mas também de metas e bonificação. Em tudo, a exigência é totalmente igual a todos os nossos pares daqui na empresa.”
300 Franchising: alinhamento de expectativas
Junto com o pai, José Edmar, os irmãos Leonardo e Leandro Castelo ergueram uma gigante do franchising. Em 2007, quando trocou São Paulo por Joinville (SC), o trio enfrentou muita turbulência. Após juntarem o dinheiro da venda de suas caminhonetes Silverado, os irmãos e o pai construíram um galpão para a fabricação de produtos de limpeza e compraram duas vans para percorrer as ruas da cidade realizando as vendas. Nascia a Ecoville, maior rede de produtos de limpeza do País e embrião da 300 Franchising, aceleradora de franquias que já reúne mais de 5,2 mil unidades.
Mas até que o sonho se tornasse realidade, os irmãos passaram por muitos perrengues, o que só fortaleceu o laço entre ambos. Na maior cidade e polo industrial catarinense, Leandro, Leonardo e José Edmar praticamente vendiam o almoço para comprar a janta. Durante dois anos, além de dormirem no chão do galpão, fabricavam os produtos de limpeza à noite e saíam para vender durante o dia. “Empreender em família é muito legal porque você vê alguém que você gosta muito sonhando o mesmo sonho que você”, comenta Leonardo, atual CEO da 300 Franchising. “Muitas vezes, em empresa familiares, não existe um alinhamento de expectativas. Para uma empresa dar certo, é preciso fazer com o irmão o que se faz com um sócio qualquer: definir o que ambos querem para si e para o negócio, estabelecer o que um e outro vai fazer, com seus respectivos entregáveis. Já vi muitas empresas familiares se desentenderem por não terem esse indispensável alinhamento de expectativas.”
Segundo Leonardo, outro aspecto fundamental é os irmãos não “baterem cabeça” desempenhando a mesma função. “Os dois não podem fazer a mesma coisa. Eles têm de ser complementares. Não necessariamente precisam ter a mesma visão. É importante o alinhamento do propósito, com um plano claro de onde cada um quer chegar no seu âmbito pessoal e profissional”, explica o executivo. “No meu ponto de vista, quando você tem um irmão que está bem alinhado, olhando para a mesma direção, com todos os alinhamentos de expectativas, incluindo