Se antes apostar no mercado da internet era uma aposta e um sonho, hoje o mercado está em estabilização, e o desafio atual é desenvolver soluções acessíveis em aparelhos móveis. Luiz Alberto Ferla, presidente do DOT Group, cita que 34 milhões de brasileiros afirmaram acessar a internet pela primeira vez através de celulares, o que já representa 20% de todo o universo de internautas brasileiros, cerca de 120 milhões de pessoas. “A internet está no computador de bolso. Isto implica em encontrar pessoas qualificadas na área e na prospecção de empresas”, diz.
O grupo Dot, com sede em Florianópolis, nasceu em 1996 com uma empresa de educação a distância e hoje atua nos principais ramos da internet – educação, games, redes sociais corporativas, gestão na nuvem, comércio eletrônico ou comunicação digital. Mesmo com crescimento de 42% no faturamento em 2014, os resultados do ano não alcançaram o esperado pela direção, que era fechar o ano com R$ 100 milhões. Em 2013, faturaram R$ 35 milhões e, neste, R$ 50 milhões, com uma equipe de 280 funcionários. “O mercado ainda não está tão maduro na comunicação digital e este ano foi confuso na cabeça das empresas, que com eleições ficaram mais cautelosas, não contrataram. Diversos contratos serão cumpridos ano que vem”, diz Ferla.
Atualmente, a empresa investe na ampliação do mercado. Neste ano, foram instalados escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo, o que deve fortalecer a atuação no Sudeste. “Também queremos focar no atendimento de soluções corporativas”, adianta Ferla. Até então o grupo contava com escritórios em Brasília e Belo Horizonte. Entre as oito empresas do grupo: IEA (educação a distância), Knowtec (inteligência de mercado e gestão do conhecimento), Talk 2 (comunicação digital), DDBR (comunicação digital para política), Keepning Up (comércio eletrônico), TechFront (games), SuitePlus (sotfwares de gestão na nuvem) e SocialBase (redes sociais corporativas). “Algumas soluções até podem ser novas, mas temos 20 anos de experiência no mercado entregando produtos com qualidade única.
Outra vantagem é que ofereceremos soluções completas. Fazemos serviços que talvez precisariam de 10 empresas diferentes para oferecer”, aponta Ferla. Neste tempo, os desafios mudaram. “Antigamente o problema maior era realmente técnico e não tínhamos pessoas tão qualificadas na área como hoje. A grande questão atual é que a comunicação digital passa por bons gestores que entendam do mercado e saibam conduzir a equipe com harmonia e eficiência.
Outro desafio é a capacidade comercial. “Precisamos, além de prospectar clientes, fazê-los entender os benefícios das ferramentas e como utilizá-las, o que pode ser uma verdadeira evangelização, já que trabalhamos com produtos novos no mercado.” Em comum, além da plataforma digital, uma característica das soluções da Dot é que elas são escalonáveis. “Conseguimos atender a muitos clientes numa mesma plataforma, aliás, uma tendência atual da internet.” O enfoque também caracteriza os produtos. “Começamos com ensino a distância e as demais empresas foram surgindo para dar suporte à área de educação. Seja games, comunicação digital ou monitoramento de informações, elas orbitam em torno da ideia inicial.”
Para Ferla, o mercado de comunicação digital no Brasil ainda não está no mesmo patamar dos Estados Unidos, mas o atraso, que antes era de décadas, agora é de meses, segundo o presidente do grupo. “Também devemos considerar nosso atraso em proporcionar investimentos e condições de crescimento para empresas inovadoras, seja na carga tributária ou ambiente institucional, legal. Mesmo assim, somos os melhores em oferecer produtos entendendo a cultura brasileira.” Um dos principais diferenciais da empresa digital é que ela obrigatoriamente busca a inovação, já que a concorrência é mundial e o mercado dinâmico. “Para inovar, precisamos incentivar a criatividade, oferecendo capacitações, qualificações e proporcionando um estilo mais confortável para trabalhar. Um funcionário que consegue melhorar um processo é criativo. Investimos no conhecimento humano.”
Não por acaso, também em 2014, a empresa foi listada entre as 100 Melhores Empresas para se Trabalhar no Brasil na área de tecnologia digital, prêmio concedido pela Great Place to Work (GPTW).
RAIO-X:
Empresa: Dot Digital Group
Faturamento: 50 milhões em 2014
Funcionários: 280
Sede: Florianópolis. Escritórios em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo
LINHA DO TEMPO:
1995 – Fundação do IEA
2001 – Fundação da Knowtec
2008 – Criação da Talk 2
2010 – Fundação da DDBR
2011 – Fundação da Keeping Up
2012 – Aquisição da TechFront
2013 – Aquisição da SuitePlus e SocialBase
2013 – Criação do Dot Digital Group
2014 – Monta escritórios no Rio de Janeiro e São Paulo
2014 – Está entre as 100 melhores empresas brasileiras de tecnologia digital para se trabalhar