Fundadoras da MooMoo uniram maternidade e empreendedorismo em um case de sucesso que expande neste período pós-pandemia
Um laço forte uniu três mulheres que ocupavam cargos de executivas com carreiras em ascensão nos setores bancário, de consultoria e educação: a maternidade. As mães paranaenses encontraram no empreendedorismo um novo propósito, que era o de transformar o mundo em um lugar melhor, criando suas meninas com mais tempo e dedicação. Carolina Fiuza Parolin, Rafaela Negrão Abagge e Priscila Malucelli Zanardi resolveram lançar uma marca inovadora em 2019 e assim nasceu a empresa de produtos infantis MooMoo.
Tudo iniciou numa conversa entre amigas e em três anos já possui um portfólio com mais de 500 produtos de moda, decoração e papelaria. A marca iniciou de forma online e hoje possui lojas próprias e em plena expansão. “Nossas famílias achavam que estávamos loucas por trocar nossas carreiras para empreender em algo incerto”, comenta a diretora de Marketing e Planejamento da MooMoo, Carolina Fiuza Parolin.
Além dos desafios de buscar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, as empresárias também enfrentaram um início que ninguém esperava: a pandemia. “Não poder abrir a primeira loja física em virtude do lockdown foi um grande obstáculo. Afinal, todo o planejamento de abertura, interação com os clientes e diversos planos para o espaço precisaram ser adiados e repensados”, explica.
O medo do incerto não foi suficiente para fazer com que desistissem. Priscila Malucelli Zanardi, diretora financeira, conta que lidar com a incerteza de um novo negócio é algo que gera um enorme frio na barriga. “Tivemos muito medo de perder tempo, energia e não ter resultados”. Para a diretora de operações, Rafaela Negrão Abagge, apesar de não impedi-las de continuar, o medo não vai embora. “Na realidade, o medo existe a todo momento, já faz parte do nosso cotidiano”, comenta.
Empreendedorismo e maternidade
Mães de três meninas de idades entre 4 e 8 anos, as empreendedoras lançaram o primeiro produto com objetivo de solucionar a dificuldade que tinham e enxergavam em outras mães: a de orientar as filhas a brincar com mais segurança e liberdade quando estavam de vestido ou saia. Dessa forma, surgiu o shorts for fun, para ser utilizado por baixo de saias e vestidos. “A partir da ideia do primeiro produto, novas necessidades e desafios foram surgindo, até que entendemos a importância do equilíbrio entre vida profissional e pessoal, e a adequação de carga horária com filhos e tempo de qualidade”, explica a cofundadora da MooMoo, Carolina Parolin.
Além da linha de vestuário, a marca tem as linhas de decoração, papelaria e produtos criativos, com peças focadas na diversão. “Sempre brincamos que o sucesso é o rebolado da mãe”. O segredo do crescimento da marca talvez esteja naquilo que as motivou desde o começo: a rede de apoio que representam uma à outra. “O equilíbrio é a nossa essência. Sempre priorizamos envolver as nossas famílias e crianças no dia a dia”. As sócias acreditam ter sido essencial o rompimento com protocolos e pré-conceitos presentes no mundo corporativo como a de levar os filhos para o trabalho ou gerenciar a demanda dos pequenos durante o horário comercial, algo que costuma ser considerado falta de profissionalismo e produtividade ou desorganização da mãe. A flexibilidade é a palavra-chave no empreendedorismo materno.
Desbravar esse novo modelo de negócio trouxe o equilíbrio que as sócias buscavam em suas carreiras mas não conseguiam encontrar em seus antigos cargos. Isso não significa que tenham menos preocupações, o ganho está no tempo de qualidade que é alcançado com a gestão do tempo. “É possível se perder nas horas se não houver foco e uma precisa gestão de produtividade do tempo. Você não se desliga do trabalho, mas quando a sua vida profissional gera um nível tão alto de pertencimento, propósito e satisfação, a fusão trabalho e vida pessoal acontece de forma natural e automática”, explica Carolina.
Por um mundo melhor
Preocupadas com o futuro e na construção do mundo que será deixado para as próximas gerações, a MooMoo leva sempre em consideração a adoção de práticas sustentáveis e comunitárias que valorizam as pessoas e o desenvolvimento social. Essa preocupação vai desde a escolha do material “Na MooMoo adotamos o uso de algodão reciclado e desfibrado, fibras e tecidos de materiais reutilizados e introdução de materiais que seriam descartados por uma visão tradicional linear”, explica a diretora de operações, Rafaela Negrão Abagge, e passa pela elaboração do design do produto que é pensado para ter uma vida útil longa, com vestidos que podem se tornar camisetas conforme o crescimento da criança, por exemplo. Suas estampas valorizam a natureza e cultura brasileira e sua produção fomenta um relacionamento justo e saudável com produtores e mão de obra da comunidade.
A marca possui lojas próprias em Curitiba (PR) e está em expansão para Santa Catarina. De acordo com as empresárias o objetivo é aumentar a presença da MooMoo no Brasil com novas lojas em cidades estratégicas e mini franquias para pequenos empreendedores no formato venda direta. As empreendedoras também enxergam a oportunidade de internacionalização da marca “Acreditamos que há espaço e potencial para a internacionalização, tendo em vista uma curva mais acentuada de consumo de forma internacional e um processo de maturidade para marcas socioambientalmente responsáveis crescerem”, explica.