Mercado de trabalho na área de internet tem déficit de mais de 70 mil profissionais no Brasil, afirma especialista
É provável que você já tenha ouvido falar de profissões como webdesigner, programador web, analista de redes sociais e especialista em marketing digital. Curiosamente, há 20 anos elas sequer existiam. A revolução causada pelo advento da internet no âmbito doméstico e empresarial, mais precisamente a partir de 1995, criou novas demandas e, consequentemente, vem ampliando o mercado de trabalho para os profissionais qualificados.
Como a evolução do segmento é contínua, hoje o País tem um déficit de mais de 70 mil programadores ou desenvolvedores web, responsáveis por criar sites, portais, fóruns e aplicações voltadas para a internet, calcula Marcelo Loschiavo, sócio-diretor do DRC, centro de treinamento especializado em computação gráfica, que já formou mais de 10 mil profissionais desde 1996.
“A expectativa é que este número salte para 200 mil em 2013 e aumente ainda mais no futuro, considerando que a cada dia a internet ganha milhões e milhões de novos usuários”, diz o empresário. Para ele, o mercado aquecido reflete positivamente na remuneração, uma vez que a formação dos profissionais não acompanha a velocidade com que as vagas são criadas. “Só para ter uma ideia, um programador web com experiência pode alcançar salários de até R$ 20 mil”.
Quanto às características essenciais do profissional de web, Loschiavo cita a curiosidade e a capacidade de adaptar-se a mudanças: “Como em qualquer outra profissão, o investimento em conhecimento é obrigatório, além de habilidade para acompanhar o ritmo com que as coisas acontecem na rede”.
O DRC treina em média 2 mil alunos por ano, a maioria recém-formados que já perceberam que o conhecimento adquirido na universidade está aquém do que o mercado exige, justamente em razão da evolução constante e das novas tendências. “Outro perfil comum entre os alunos é o do profissional que precisa se atualizar ou quem vem migrando da área gráfica, que gradativamente está perdendo mercado para a web ou computação gráfica”.
Loschiavo explica que hoje as maiores apostas para quem quer trabalhar com web são as profissões ligadas às mídias sociais e ao marketing digital. “Uma das mais novas profissões é a de analista de redes sociais, que é a pessoa que desenvolve conteúdo e faz a interface entre a empresa e o cliente por intermédio da internet”.
Para ele, o futuro do mercado de trabalho em web deve continuar promissor. “A internet está longe de se acomodar. Com certeza as necessidades de hoje serão as mesmas de amanhã, somadas a outras, novas, com diferentes ferramentas e recursos”, conclui.