Metade das empresas exportadoras perdeu mercado em 2010, revela CNI

Metade das empresas exportadoras brasileiras perdeu mercado em 2010, revela pesquisa da CNI

Praticamente metade das empresas exportadoras brasileiras perdeu participação no mercado em 2010. A Sondagem Especial Exportações Industriais, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), revela que 48% delas sofreram redução no mercado externo e deixaram de exportar em 2010. Nas pequenas empresas, tal índice chegou a 55%.

Diminuiu também a participação das vendas externas no faturamento das empresas exportadoras. Segundo a pesquisa, realizada entre 31 de março e 14 de abril de 2011 com 1.569 empresas de todo o país, essa participação alcançou 20% em 2010, contra 26% em 2008, quando foi feito o último levantamento.

“Essa redução é explicada pela baixa rentabilidade das vendas externas, prejudicada pelo real valorizado e pelo mercado externo desfavorável, sobretudo na comparação com o mercado doméstico”, diagnostica o estudo.

O gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco, reforçou que a apreciação do real agravou o quadro. “Aos problemas sistêmicos, como custo tributário, infraestrutura precária, baixa qualidade da educação, crédito caro, somou-se a valorização cambial, que encolheu ainda mais o mercado”, completou.

Estratégias – Para 2011, as empresas não esperam grande mudança na participação das exportações no faturamento. Entre aquelas que pretendem exportar, 47% preveem que a situação se mantenha estável. Para 29%, a expectativa é de aumento, enquanto que para 24% a participação das exportações no faturamento deve cair.

Apesar desse quadro, a grande maioria de quem exportou no ano passado – 66,3% – pretende investir para exportar. Exatos 5% das que não exportaram em 2010 vão fazer investimentos para exportar em 2011. Entre as grandes empresas, 67% informaram que manterão os níveis de investimentos para exportar realizados em 2010.

Mais de dois terços – 68% – das empresas que exportaram em 2010 ou pretendem exportar em 2011 adotam estratégias para ampliar as vendas externas, percentual que sobe a 75% nas de grande porte. A principal estratégia delas, assinalada por 45%, é a redução de custos ou aumento da competitividade. Em segundo lugar, com 37% das respostas, está a busca por novos mercados.
Reverter – A Sondagem Especial Exportações Industriais destaca que o Brasil é a oitava maior economia mundial, mas ocupa apenas o 20º lugar entre os maiores exportadores. Quando se consideram apenas os produtos manufaturados, o país cai para a 28ª posição.

Segundo a CNI, é preciso reverter esse quadro para aproveitar melhor as oportunidades trazidas pelo comércio internacional. “As empresas exportadoras estão mais expostas à competição, tendem a ser mais inovadoras e disseminam ganhos de competitividade no mercado doméstico”, justifica a pesquisa.

O levantamento informa ainda que nos segmentos que afirmaram esperar ampliar, este ano, a participação das exportações no faturamento, destacam-se equipamentos hospitalares e de precisão, alimentos, farmacêuticos e material eletrônico e de comunicação. Em contrapartida, madeira, móveis e calçados são os segmentos cuja expectativa é de participação reduzida.

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