Hoje vamos tratar do tema pró-labore. A questão deste texto é o seguinte: qual é a importância de definir e respeitar um pró-labore? E qual deve ser o valor de meu pró-labore? Responda-me: qual é a preocupação central do empresário por conta própria quando da abertura de sua empresa? Sua sobrevivência! Isto faz com que ele se esforçe para sobrar dinheiro no caixa, a partir do qual ele sustenta a si e a sua família.
No início da carreira empresarial é comum e muitas vezes é legítimo, pela simplicidade do negócio e pelo pouco dinheiro envolvido, o empreendedor misturar o dinheiro da pessoa física com o da pessoa jurídica e usar a sobra de caixa como pró-labore, que por definição é o salário do dono da empresa.
Neste início, ele age como um chefe de família, ou como um futuro chefe de família, e como tal gasta o dinheiro que entra para atender aos compromissos empresariais e familiares. Tal qual a maioria dos chefes de família, que são donos absolutos de seu dinheiro, ele também não faz um orçamento para prever suas receitas e despesas. Simplesmente vai trabalhando m uito e sobrevivendo. O problema todo é que os anos passam, a empresa cresce, as operações se tornam complexas e o empresário continua administrando sua empresa de maneira amadora como se a empresa ainda fosse uma extensão de sua família, como em seu início.
Por que é um problema não definir e respeitar o pró-labore? Por que sem isto uma empresa moderna não tem como apurar objetivamente o seu lucro. E sem isto o empresário, agora Presidente da empresa, não tem como tomar decisões acertadas em relação à estrutura de custo, política de preço, meta de receita e muito mais.
E como se define o valor do pró-labore dos sócios? Da mesma maneira que os conselhos de administração das empresas definem o valor do salário de seu Presidente. Avaliam o quanto o mercado paga para o cargo equivalente e avaliam o quanto a empresa pode pagar. A ideia é você procurar no mercado uma pessoa exatamente como você, com o seu nome, seu biotipo, seu conhecimento, suas habilidades e atitudes e descobrir por quanto de salário mensal esta pessoa estaria disposta a trabalhar em seu lugar.
Depois avaliar se sua empresa poderia pagar este Presidente Executivo e ainda operar com lucros robustos. Nas pequenas empresas é comum acontecer duas das seguintes situações: ou o empresário (diz que) não retira pró-labore ou consome um grande percentual de sua receita mensal para pagar o seu pró-labore.
Para contribuir na solução desse problema, no Método do Presidente, ao avaliarmos a situação de uma empresa, ganha a mais alta pontuação para esse indicador chave, quando o valor do total do pró-labore, isto é, a soma dos pró-labores de todos os sócios, não ultrapassa 5% em relação à receita mensal.
Esse percentual serve como uma referência geral. Dependendo do porte da empresa e do setor empresarial, pode- se refiná-lo e se chegar em outros valores. No entanto, o mais importante é parar e olhar de frente a questão dos pró-labores, especialmente em empresas familiares, onde esse item tende a ser um dos mais importantes foco de conflitos.
Um lembrete: só se paga pró-labore para os sócios que efetivamente trabalham na empresa. Os sócios investidores têm o seu dinheiro de volta no momento de distribuição dos lucros.
A definição e respeito a um pró-labore juntamente com a separação de contas bancárias da pessoa física e da pessoa jurídica, é um marco importantíssimo de superação de uma administração amadora para uma gestão profissional da empresa.
Tamanha é a importância da definição do pró-labore para o Método do Presidente, que sempre o explicitamos na estrutura sintética do DRE. E então, você está pronto para deixar de ser chefe de família empresarial e se tornar Presidente de sua empresa? É isso aí. Agora é com você. Pense grande, aja como Presidente.