Na Semana da Mulher, fundadoras de franquias falam sobre os desafios de empreender

Mulheres no Franchising, evento fechado promovido pelo Grupo SMZTO

Realizado pelo Grupo SMZTO, evento reuniu 65 franqueadas para troca de experiências e networking

Fundadora de rede de brechós Peça Rara, Bruna Vasconi decidiu empreender para complementar a renda da família. Aos 19 anos, a executiva estava casada, estudando Psicologia, com um filho recém-nascido e outro chegando. “Meu marido não tinha condição financeira ruim, mas era uma vida apertada, e eu precisava dar conta das minhas escolhas”, diz Bruna, contando que não podia se dar ao luxo de emendar uma especialização ou algo do tipo após concluir a faculdade. “Foi aí que surgiu meu primeiro emprego formal. Há 17 anos, reinventei o brechó no Brasil e fundei o Peça Rara Brechó”.

Bruna foi uma das palestrantes da primeira edição do Mulheres no Franchising, evento fechado promovido pelo Grupo SMZTO, principal grupo de investimentos em redes de franquias do Brasil, nesta segunda-feira (4), em São Paulo, na semana do Dia Internacional da Mulher. O encontro reuniu 65 empreendedoras de destaque nas 16 marcas com investimentos do Grupo SMZTO. “Empresa é sim a continuidade da nossa casa”, afirmou Bruna, no evento desta segunda-feira. “Meus filhos sempre estiveram presente nas lojas e hoje me ajudam com dicas do que podemos melhorar. Meu filho mais velho está na rede há 6 meses como estoquista”.

Além das fundadoras de marcas do grupo, que compartilharam suas histórias de persistência, resiliência e superação, o evento ainda teve a presença de outras mulheres, líderes em seus setores, que contaram um pouco de suas jornadas, dando dicas para ajudar quem também quer estabelecer metas e atingir objetivos, independentemente do tamanho que eles tenham.

Segundo Beatriz Semenzato, diretora de marketing do Grupo SMZTO, o encontro teve como objetivo fomentar network e gerar troca de experiências, aprendizados e boas práticas entre as franqueadas e fundadoras da empresa e faz parte de um projeto maior do grupo, visando à construção de um ambiente que fomente um franchising mais colaborativo entre franqueadoras e franqueadas.

Após a abertura, realizada por Beatriz Semenzato, o evento contou com palestras, mesa-redonda e dinâmica em grupo. Além de Bruna Vasconi, os destaques da programação foram as apresentações de Joyce Duarte Caseiro, fundadora da Terça da Serra Residencial Sênior; Andrezza Fusaro, fundadora da Royal Face; Lucilaine Lima, fundadora do Instituto Gourmet; e Nathalia Torres, diretora de marketing da OdontoCompany. A programação ainda incluiu um painel sobre Boas Práticas do Franchising, com Adriana Auriemo, fundadora da Nutty Bavarian e VP da Associação Brasileira de Franchising (ABF), e Cristy Martins, franqueada The Body Shop e Diretora da Comissão de Franqueados da ABF.

Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising, 49% das unidades franqueadas no país são gerenciadas por mulheres. No Grupo SMZTO, 44% das unidades possuem mulheres como sócias. Além disso, 30% são operadas exclusivamente por mulheres. “O número de mulheres franqueadas do Grupo SMZTO cresce a cada ano. Nos orgulha muito apoiarmos centenas de empreendedoras a serem protagonistas da sua própria história.”, afirma Beatriz Semenzato.

 

Conciliando papéis

Fundadora da rede de brechós Peça Rara, Bruna Vasconi diz que o principal desafio em sua trajetória foi conciliar todos os papéis que uma mulher decide desempenhar. “Isso não é tarefa simples. Organizar o dia a dia da minha família, ser presente e ao mesmo tempo me dedicar a todas as demandas da empresa, me consomem todo o tempo e energia. É, de fato multiplicar, para dividir. Eu sofro e choro, às vezes. Mas sinto muito orgulho de tudo, pois também, além de uma grande realização pessoal e profissional, sei que inspiro outras mulheres. Isso é muito recompensador”, analisa a empresária “Somos multitarefa, e nosso universo feminino é versátil, cheio de energia, criativo e pode sim ser muito equilibrado. As dificuldades e até mesmo possíveis crises precisam ser encaradas como combustível e oportunidade de crescimento e realização”.

Joyce Duarte, da Terça da Serra, rede que tem a missão de oferecer aos idosos uma hospedagem com cuidados de alto padrão, de forma humanizada, respeitando a individualidade de cada hóspede, oferecendo qualidade de vida e tranquilidade, afirma que o fato de ser mulher trouxe desafios extras no momento que decidiu empreender. “Os desafios são muitos. Um dos principais é o fato de ser mulher. Ser mulher no Brasil é muito difícil, muito desafiador. Mulher sofre muito preconceito, é muito marginalizada e, muitas vezes, é a última a ser ouvida”, diz Joyce. “Na jornada do Terça da Serra, como empreendedora, muitas vezes me vi em reuniões que só tinha homens, reuniões de negócios em que os homens sempre lideravam a mesa. As mulheres sempre são as últimas a serem ouvidas e nem sempre levadas a sério.”

Segundo ela, porém, os desafios não podem servir como empecilho para que os planos de empreender sejam colocados em prática. “É realmente um desafio ser mulher no Brasil e, hoje, me sinto muito, muito honrada e orgulhosa de estar ajudando muitas mulheres a tomar o seu lugar à mesa, como empreendedoras, empresárias e franqueadas”, comenta Joyce. “Não podemos encarar o desafio como uma trava. A mulher precisa se empoderar, precisa tomar o seu lugar à mesa. É desafiador? É, mas o desafio realmente não pode ser uma trava. Você tem de se estimular com isso para chegar aonde você quer chegar, porque o desafio é diário e o foco tem que ser lá na frente.”

 

Lutando pelo impossível

Para Andrezza Fusaro, fundadora da Royal Face, maior franquia de estética facial e corporal no país, o Dia Internacional das Mulheres é sempre uma data cheia de reflexão e inspiração. “Nada é tão feminino e tem tanta conexão como empreender e ser mulher”, assegura Andrezza. “Nós, mulheres, temos o privilégio de estarmos conectadas com tudo à nossa volta, e a intuição e o faro aguçado nos dão decisões assertivas. Nunca desistimos. Nunca nos deixamos fadigar. Sempre estamos dispostas a lutar pelo impossível.”

Andrezza continua: “No meu negócio, é um privilégio vencer e trazer vitória para muitas mulheres que puderam ter acesso aos tratamentos e fazer parte do sonho das pessoas, podendo ajudá-las a se tornarem cada vez mais lindas com um tratamento de excelente qualidade e melhorando a autoestima de todos.”

Em 2007, a então professora de biologia Lucilaine Lima deu à luz seu primeiro filho e, no momento de retornar ao trabalho, viu-se num dilema. Embora desmotivada com a escola pública e querendo ficar mais tempo com o recém-nascido, sabia que não podia abandonar o emprego, pois precisava de alguma renda para manter as contas em dia. A decisão de fazer doces para vender seria o primeiro passo para a criação do Instituto Gourmet, uma franquia de escolas de gastronomia que desde então já formou mais de 100 mil alunos em seus cursos profissionalizantes.

No começo do empreendimento, a empresária fazia tudo – das aulas à faxina do espaço. “Em 2007, fiquei grávida e, em 2008, decidi, com o nascimento dele, para ficar mais próxima, fazer doces por encomenda. Os doces passaram a fazer muito sucesso e, com isso, passei a ensinar pessoas conhecidas. Meu marido me orientou a alugar uma sala para lecionar, e foi assim que surgiu a primeira unidade do Instituto Gourmet”, conta Lucilaine. “Procurei colocar nos cursos tudo o que vivi nos anos que atuei vendendo doces. E cada erro que cometia, inseria conteúdo nos cursos para que os alunos pudessem evitar cair nas mesmas falhas, melhorando cada vez mais o processo.”

No evento desta segunda-feira, Lucilaine afirmou sentir-se feliz ao ajudar outras empreendedoras e outros empreendedores a darem os primeiros passos no mundo do empreendedorismo gastronômico. “Quando vejo um aluno entrando no Instituto Gourmet, vejo a mim mesma, lá atrás, quando não tinha nenhuma pretensão de fundar um negócio”, comentou Lucilaine.

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