Nos últimos cinco anos, a indústria de higiene e beleza viu crescer a demanda pelos chamados dermocosméticos – ou cosmecêuticos. Na linha intermediária entre cosmético e medicamento, estes produtos costumam ser indicados por dermatologistas e vendidos exclusivamente em farmácias. A proposta é buscar melhorias estéticas a partir de mudanças fisiológicas nas camadas mais profundas da pele – ou cabelos – comprovadas em testes clínicos e laboratoriais. Em 2011, estima-se que os dermocosméticos movimentaram R$1,2 bilhão no País, 15% a mais do que no ano anterior, segundo dados do IMS Health. O Brasil representa hoje o quarto maior mercado mundial do segmento, atrás apenas da França, Alemanha e Itália.
Apesar do cenário ser dominado por grandes players estrangeiros – como, por exemplo, L’Oréal, Johnson&Johnson e Galderma –, o mercado de dermocosméticos também está repleto de oportunidades para pequenos e médios investidores nacionais. É o caso de Paschoal Rossetti Filho, cosmetólogo com especialização em tecnologia de emulsões, fosfolipídeos e nutricosméticos. Após estudar na Itália e França, o empreendedor voltou ao Brasil decidido a lançar sua própria linha de cosmecêuticos.
Assim, em 2010, ele fundou a Mezzo Dermocosméticos, localizada na interiorana cidade de Penápolis (SP). Com 25 colaboradores diretos, a companhia desenvolve pesquisas em biotecnologia realizadas por uma equipe multidisciplinar de profissionais nas áreas de química e cosmiatria. “Investimos continuamente no incremento de produtos com alta performance para tratamentos regulares e rejuvenescedores, oferecendo o que há de mais moderno e eficaz em dermocosméticos”, define Paschoal, que em 2011 viu o faturamento triplicar. “Como somos uma marca recente, a taxa de crescimento anual é muito grande, pois ainda estamos conquistando share, mas os resultados têm sido muito motivadores.”
Ao todo, são produzidas 14 linhas que totalizam 85 itens com foco na nutrição e renovação celular, entre tônicos de limpeza facial, esfoliantes, emulsões hidratantes para corpo e rosto, óleos e géis para massagem. Dentre os carros-chefe estão produtos para tratamento corporal – a exemplo dos cremes para redução de celulite e flacidez – protetores solares, peelings e itens para limpeza facial. Já o público-alvo é composto por mulheres da classe AB, em sua maioria profissionais atuantes no mercado de trabalho. “Embora as vendas para o consumidor final também tenham crescido, é o segmento profissional – representado por dermatologistas e esteticistas – que responde pela maior parte da nossa receita”, aponta o empresário.
Na opinião de Paschoal, para se destacar no ramo de dermocosméticos é preciso aliar inovação e ciência. “Não basta apelar para campanhas de marketing, é preciso investir em pesquisas e estudos altamente técnicos e especializados.” Para dar conta do recado, a Mezzo mantém-se alinhada aos principais laboratórios europeus e asiáticos no que diz respeito ao desenvolvimento de ativos funcionais de alta performance.
Além de desenvolver e fabricar os dermocosméticos, a empresa também está presente no varejo há dois anos, quando lançou sua rede de franquias chamada I-Mezzo – Instituto de Cosmetologia e Estética. As nove unidades em operação, distribuídas entre São Paulo e Minas Gerais, dedicam-se não só à venda de produtos, mas também ao atendimento e à capacitação de esteticistas e profissionais do ramo. “Até dezembro pretendemos alcançar a marca de 15 unidades franqueadas. Para 2013, a meta é atingir 30 unidades devido à demanda crescente do setor de beleza”, prevê Paschoal.
Com o objetivo de auxiliar no processo de construção de marca e expansão dos negócios, a Mezzo inaugurou, no início do ano, seu Centro Técnico Nacional (CTN). Localizado nas dependências de sua sede, em Penápolis, o espaço oferece infraestrutura com salas para demonstrações de atendimentos e workshops para os profissionais da área de estética. O local também serve como referência para futuros franqueados que agora podem observar in loco toda a rotina e identidade visual da rede.