O BRDE encerra 2020 atingindo resultados históricos. Com um crescimento na ordem de 37% na comparação ao ano anterior, as operações de financiamento para apoiar diferentes setores da economia atingiram R$ 3,35 bilhões. Nesse período, foram firmados 4.678 contratos nos três estados do Sul onde o banco atua – Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. Um dos destaques é o Programa Recupera Sul, implementado pelo BRDE para auxiliar os segmentos mais atingidos pelos efeitos da pandemia de Covid-19 e que alcançou R$ 445,8 milhões em crédito.
O apoio do BRDE buscou suprir situações emergenciais de clientes, em especial micro, pequenas e médias empresas, e os empreendedores individuais que demandaram capital de giro durante as restrições impostas para combater o avanço do novo coronavírus. Após rodadas de negociações com os provedores de recursos, o BRDE viabilizou, inclusive, adiar algumas parcelas de financiamentos nesse período.
“Apesar da pandemia, o BRDE conseguiu cumprir plenamente o seu propósito de ser um parceiro estratégico dos setores que produzem a riqueza da nossa região. Conseguimos atuar na proteção das empresas mais afetadas e, em especial, na preservação de um bom número de empregos”, destacou a diretora-presidente Leany Lemos.
Esses avanços foram registrados de maneira bastante equilibrada, tanto em número de contratações quanto em valores, nas três agências do banco. A equipe de Curitiba (PR) fechou financiamentos ao longo do ano na casa de R$ 1,2 bilhão, seguida de Porto Alegre (RS), com R$ 1,1 bilhão, e Florianópolis (SC), com R$ 1 bilhão. A agência catarinense responde por mais da metade (2.621) de todas as contratações realizadas pelo BRDE desde janeiro de 2020.
Os setores do comércio e serviços tiveram o maior salto em termos de valores financiados, com expressivo R$ 1,270 bilhão no período. O crescimento é de 66% na comparação com 2019. Os investimentos via parceria com o BRDE em infraestrutura igualmente cresceram e, em 2020, passaram dos R$ 705 milhões, um salto de 27%. A indústria seguiu em patamar bastante expressivo, assim como o agronegócio, que mantém um papel decisivo no desenvolvimento da região
O diretor financeiro do BRDE de Santa Catarina, Marcelo Haendchen Dutra, observou que por ser um banco de desenvolvimento cumpriu o seu papel no ano da pandemia com a liberação de crédito emergencial. “Com a crise, o BRDE buscou inovar para contribuir ainda mais. O numero expressivo de contratação prova que não paramos”, conclui..
Diversificação
Seguindo uma diretriz adotada nos últimos anos, em 2020 o BRDE conseguiu ampliar ainda mais sua diversificação de funding (captação de recursos para os financiamentos). Como principal parceiro, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), ampliou sua participação em valores absolutos de um ano para o outro (R$ 1,75 bilhão ante R$ 1,31 bilhão, em 2019), porém a fatia percentual ficou em 54%, quando um ano antes era de 55,6%. Quando somadas as contratações com o FINANE, o Sistema BNDES totalizou em 2020 o valor de R$ 1.870 bilhão (participação no fundo fica em 58%, também abaixo dos 64% do ano anterior).
Entre as movimentações em termos da composição do fundo está o aumento das operações com capital próprio do BRDE, que passou de 14% para 18,2% (R$ 590 milhões). Outra novidade foi a ampliação da participação da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), que agora já responde por quase 9% (R$ 292 milhões) e o ingresso do Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF). “A ideia é avançarmos nesta diversificação iniciada no período mais recente do banco, inclusive com possibilidades de irmos ao mercado”, observou Leany Lemos.
Desafios
As operações com micro e pequenas empresas tiveram enorme incremento neste ano. Somadas, representaram 1.861 contratações, quando no anterior foram pouco mais de 500 operações. “Isso mostra o quanto o BRDE operou em socorro para o segmento, por certo bastante afetado pela pandemia e que sempre tem alta capacidade de gerar postos de trabalho”, destacou a presidente.
Entre os próximos desafios na condução do BRDE, Leany Lemos aposta justamente numa maior oferta de microcrédito como medida de recuperação da economia no pós-pandemia. Ela pretende igualmente incrementar as parcerias com as prefeituras dos três estados. “Mais do que ampliar o volume de operações financeiras, também vamos atuar com oferta de apoio técnico, o que é importante para a boa execução das políticas públicas”, ressalta ela.
Ao mesmo tempo, Leany Lemos destaca que o BRDE buscará atuar, cada vez mais, na parceria com o setor primário e nas operações voltadas às empresas de inovação e geração de energias limpas, assim como em infraestrutura. “Isso garantirá competitividade para os nossos produtos”, resume. Ela salienta que, em média, mais de 80% das operações do banco estão sintonizadas com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).