No Summit Cidades, Caco Barcellos bate na tecla da desigualdade social

Evento segue até quarta-feira e espera reunir mais de 5 mil pessoas para discutir e encontrar soluções para transformar as cidades brasileiras em mais dinâmicas, justas e sustentáveis

Uma das palestras mais aguardadas do primeiro dia do Summit Cidades 2023, que está sendo realizado em Florianópolis, no Centrosul, foi do jornalista Caco Barcellos. Ele bateu forte numa tecla: a desigualdade social no Brasil.

Por 10 anos, Caco Barcellos, criador e apresentador do Programa Profissão Repórter, da Rede Globo, viajou por todo o Brasil, por centenas de cidades brasileiras. Conhece bem todas as causas provocadas por essa desigualdade na educação, na saúde, no sistema habitacional e na vida diária dos brasileiros.

Para mostrar essa realidade brasileira apresentou de início alguns números, com base em fontes oficiais, de universidades e institutos de pesquisas. Nada menos, apontou ele, 80% das famílias brasileiras, no universo de 214 milhões de pessoas, vivem com no máximo R$ 2 mil por mês. Já 1% da população vive com R$ 28 mil por mês e 0,5% ganha mais de 1 milhão por mês.

“Os números são frios, mas é a razão para tanta violência, crimes e mortes de pessoas nos corredores dos hospitais sem nenhum atendimento”, testemunhou. Para ele, para não alcançar esse quadro atual da realidade brasileira, seria mais barato investir em educação, saúde e geração de empregos e renda.

Caco Barcellos também foi muito questionado sobre o futuro da mídia, da comunicação e, em especial, com relação ao crescimento das redes sociais. Para resumir toda essa questão, disse que na última semana recebeu o telefonema da sua mãe que garantiu para ele que chegou à conclusão que Osama Bin Laden não foi morto. Segundo ela, porque até hoje não viu uma foto dele morto.

“A minha mãe e ninguém viu até hoje essa foto; a notícia da morte dele foi dado por um dos maiores comunicadores do mundo, o Barak Obama, na época presidente dos Estados Unidos. Mas ele foi um péssimo repórter. Um bom repórter mostraria de cara a foto do Bin Laden morto. Respeito e sei do valor das redes sociais. Mas vou acreditar sempre no trabalho de um bom repórter, como sempre procuro ser”.

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