O mito da baixa produtividade do brasileiro já foi capa de revistas e jornais, mas será que ele é mesmo verdade? Confira a visão de um estrangeiro sobre o assunto.
Quando falarmos em produtividade, precisamos pensar nos diversos fatores que fazem com que um país seja mais produtivo do que outro. Educação é o principal, mas não o único. Acesso à tecnologia, ainda mais nos dias de hoje, é outro fator essencial para que um país se torne mais eficiente e competitivo. Um último fator, que no Brasil é bem latente, é a burocracia. Afinal, quanto mais entraves burocráticos existem em um lugar, maior é a dificuldade para chegar no resultado que a empresa quer atingir.
A discussão sobre produtividade, porém, pode e deve abranger outros pontos:
1. Falta de organização e burocracia
O que fui observando é que existia, no país, entraves burocráticos que poderiam prejudicar o negócio, caso eu os deixasse passar e tivesse a necessidade de resolver depois.
Primeiro que abrir uma empresa no Brasil é algo que exige um tempo relevante. Depois, você percebe que precisa de uma equipe para cuidar apenas desses detalhes da burocracia brasileira, o que atrasa a implementação de projetos e, consequentemente, a produtividade.
Agora, pare e pense: se a quantidade de detalhes é justamente o que precisa ser resolvido para que as empresas alcancem seus resultados, a burocracia é aquela famosa pedra no meio do caminho da qual Drummond tanto se queixou.
2. Desenvolvimento de tecnologia
No Brasil, o acesso à tecnologia é diferente de países da Europa e dos Estados Unidos. Um exemplo muito nítido disso é a dificuldade que milhares de brasileiros enfrentam para simplesmente comprar um celular de última geração ou ter acesso à internet rápida. E o porquê disso?
São impostos e mais impostos em cima desses produtos, fazendo com que eles sejam inviáveis para a parte da população.
Agora pense além, imagine as tecnologias em relação a grandes máquinas que ajudam a acelerar a produção de carros, móveis, brinquedos e outros tantos produtos. Quando um país não consegue se atualizar em tecnologia, ele vai atrasar sua produtividade em relação aos outros países. Consequentemente, será difícil uma competição no cenário global.
3. A formação dos colaboradores
A educação em um país é o que há de mais importante a ser trabalhado para que a maioria dos outros fatores que abordei tenham melhoras.
A educação empreendedora ajuda as pessoas a terem ideias que possam otimizar serviços já existentes ou até mesmo criar coisas que não existiam e que vão facilitar uma série de atividades do nosso cotidiano. Temos, como exemplos globais, o Airbnb e o Uber.
Nos Estados Unidos existe o incentivo a uma cultura de correr riscos, o que não é tão forte no Brasil. Quem começa um negócio quer tanto fazer com que aquilo dê certo que o foco é inteiramente no trabalho. Qualquer coisa não relacionada ao empreendimento é uma distração. E o empreendedor leva esse espírito de motivação para sua equipe. É o que chamamos de cultura da empresa.
Entrando mais na raiz da educação, os americanos passam mais tempo estudando e, como consequência, existem colaboradores mais preparados para lidar com a rotina e os problemas do trabalho.
4. A soma de todos os fatores
Tudo que escrevi até agora está interligado. Não há como melhorar a tecnologia se não existe educação de qualidade. Não podemos desburocratizar um processo se não temos tecnologia para isso. Ter colaboradores altamente produtivos não requer mudanças nas políticas das empresas.
As universidades deveriam dar mais atenção ao empreendedorismo e pensar fora do modelo de negócios tradicional. O meio acadêmico ajudaria, e muito, na produtividade, trazendo o questionamento dos padrões de hoje em dia. É preciso que o governo repense as leis existentes que tornam difícieis vários processos para os empreendedores. Com maior facilidade, a competitividade em escala global aumentaria.
O brasileiro não é menos produtivo por apenas pensar em praia. É necessária a colaboração dos diversos segmentos da sociedade para que as mudanças ocorram nas esferas governamentais e nas bases da educação, fazendo com que as pessoas tenham acesso com facilidade à educação de qualidade e tecnologia de ponta.
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