O consumidor do futuro e a adaptação obrigatória

Acabo de assistir a uma palestra que o Gustavo Reis ministrou na TEDx Unisinos, no final do ano passado, e, entre vários pontos interessantes, uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a possibilidade sempre presente de encontrar informação abundantemente na Internet. É claro, não há nenhum ineditismo nessa constatação, mas o diferencial da coisa toda reside em tentar compreender como esse mar de informação disponível já afeta, e afetará, outros hábitos de nosso dia a dia. Alguém aí falou em comprar pela web?

Vamos fazer um rápido exercício de memória. Alguns anos atrás, nem vamos tão longe assim, em 1985, o que faria alguém que quisesse comprar um álbum de música? Se dirigia à loja de discos, comprava um disco e o escutava em casa. Caso tivesse algum problema voltaria àquele mesmo local e trocaria/reclamaria do produto. O que ocorre em 2013? Antes de cogitar a ideia de comprar um cd o consumidor escuta o single na página oficial da banda, lê resenhas em sites especializados, acompanha críticas em fóruns e confere o calendário de apresentações daquele grupo nos próximos três meses para, posteriormente, comprar o álbum, seja a versão física ou somente digital, com alguns cliques sem sair de casa. Se ele tem algum problema no processo de aquisição do produto reclama no e-commerce da loja e, caso não seja ouvido, vai direto para as redes sociais alardear sobre como aquela loja virtual é horrível e ninguém deveria comprar lá. O exemplo que usei acima é bem específico de um nicho, mas, em parte, pode ser estendido a vários outros. O que realmente importa dessa história é destacar que hoje os clientes têm mais informação e meios de se comunicar ao seu alcance. E isso significa poder.

Essa característica, e mais uma série de atitudes ligadas à compra, é que estão determinando o comportamento do consumidor do futuro. E esse comportamento pode ser chamado de qualquer coisa, menos permanente. O consumidor de hoje, que é menos sagaz que o consumidor de amanhã, já está atento a preços, promoções, descontos, formas de entrega, cupons, leilões e muito mais. Então cabe a você, empreendedor, que depende, basicamente, do cliente para existir, ser mais sagaz que ele.

Agora, por mais incrível que pareça, o que uma parcela dos varejistas ainda não compreendeu é que essa adaptação aos novos consumidores não é algo facultativo. E isso não se aplica somente aos novos hábitos dos consumidores, mas a todas as mudanças que estão ligadas a e-commerce. Esse processo é natural e irreversível. Escrevo isso porque tenho visto muitos empresários caminhando justamente na direção contrária. Basta descobrir uma técnica de marketing que funcione para começarem a beber desta fonte sem parar e esquecer que a Internet é um ambiente totalmente mutável. Assim como os internautas. 

A estratégia de marketing do seu negócio não é algo estático. O fato de que ocorrem diversos aperfeiçoamentos no pagerank do Google, alterações no algoritmo do Facebook e variações no comportamento do seu público-alvo, demanda de você e de sua equipe atualização permanente, seja lendo artigos, discutindo ideias, assistindo palestras, procurando compreender os anseios e necessidades de seu consumidor… Tudo isso tem um objetivo claro e direto: evitar que as transformações naturais do mercado, como a mudança de comportamento citada no início, atrapalhem o planejamento de sua empresa.
Boas vendas!

PS: Por sinal, recomendo que todos assistam à palestra que citei no início do texto. Embora não tenha conhecimentos diretamente aplicados a e-commerce, ela traz um exemplo inspirador. E inspiração, seja sob a forma de discurso ou de fórmula matemática, é sempre bem-vinda: http://www.youtube.com/watch?v=0LSTAIpCSa0

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