O empreendedorismo que vê, mas não enxerga

Entreter-se faz parte do desenvolvimento humano há eras, desde os tempos em que o ser-humano, ainda nas cavernas, se deparava com algo novo e buscava registrar suas experiências por meio de pinturas e relatos orais.

E, nesse ímpeto curioso de explorar mais do que a novidade, evoluímos.

Corta para 2020.

Smartphones, notebooks e até smartwatches nos garantem a oportunidade de adquirir todo conhecimento disponível do mundo (sim, do mundo). MIT, Harvard, USP, Yale, Stanford, Oxford, Cambridge e as incontáveis imersões presenciais em Silicon Valley, China entre outras missões de negócios e empreendedorismo, infoprodutos de “especialistas”, grupos de WhatsApp para empreendedores, redes de network qualificados, webinars, eventos presenciais no Brasil, no mundo, workshops, mentorias…ufa.

É muito conhecimento disponível para você fazer o que tem que ser feito e alcançar seu sucesso.

De fato, é muito rico isso tudo e vivemos numa era de troca de informação e conhecimento

em um volume nunca antes vivido. E sim, experimentar este momento da massificação do conhecimento disponível pode vir a acelerar seu aprendizado.

Ou gerar um grau altíssimo de ansiedade.

Mas, porém, contudo, entretanto, em algum lugar de toda essa narrativa o mapa dos unicórnios nos parece estar disponível. Em cada fase, é preciso adquirir os badges de conhecimentos necessários para avançar para a próxima.  Anjo, Feed, Series A-B-C-D-E, exits…

Empreender é um processo. Ou, como manda o jargão, uma jornada e como tal, parece que há uma fórmula, um caminho, uma metodologia a ser seguida para se obter sucesso e, assim, zerar o jogo.

E cá estamos nós, atordoados. Domine vendas, domine marketing, finanças, saiba seu propósito, cuide da saúde, da família, do networking, do seu time, da sua marca – PJ e PF. E não esqueça de deixar suas redes sociais com conteúdo em dia.

Empreender é um processo: humano.

E sendo humano, existem mais de 6 bilhões de possíveis maneiras de empreender. Nenhuma está certa ou errada e também não há meios de comparar a velocidade com que se percorre o caminho.

Porque empreender é um processo pessoal. É sobre como você lida com você mesmo, o que reflete diretamente nos seus resultados e no seu ritmo.

É sobre descobrir que você não sabe tudo e sobre aprender a deixar o ego de lado ao se deparar com o desconhecido que ninguém te contou como seria. É sobre se cobrar menos e encarar, com leveza, cada tropeço. É sobre compreender, aceitar e maturar o seu próprio tempo de digerir e condensar isso tudo. Transformar em aprendizado, ação e evoluir.

Simone Cyrineu é CEO e fundadora da thanks for sharing.

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