Por Nara Iachan, fundadora e CMO da Cuponeria*
Embora o cashback tenha se tornado algo popular nos Estados Unidos desde os últimos 20 anos, no Brasil ele começou a ganhar força recentemente. O mecanismo nada mais é do que um reembolso de uma porcentagem da quantia gasta em compras, podendo ser através de depósito na conta, desconto na fatura do cartão de crédito ou resgate de vouchers.
Aplicativos e sites de cashback oferecem aos consumidores uma maneira de ganhar dinheiro de volta nas compras, e muitas vezes o benefício acumula com os cupons de desconto disponíveis. Existe ainda, em casos mais extremos, o acúmulo de um cupom de desconto com um cashback vindo do meio de pagamento (Ame, Picpay, entre outros), e ainda com o cashback oferecido pelo próprio site/aplicativo focado em cupons e cashback, como Cuponeria ou Meliuz. Dessa forma, o benefício é triplo e o produto fica com um desconto ainda mais atrativo.
O varejo também está investindo em cashback. Com programas próprios, portais como Magazine Luiza estão fazendo programas de dinheiro de volta nas compras para os usuários mais ativos. No caso da Magalu, o Dinheiro de Volta é um programa que possibilita ao usuário do super aplicativo receber parte do valor que pagou por um produto por meio do MagaluPay. O benefício entra em forma de crédito na carteira do app do Magalu e esse crédito pode ser usado para diferentes serviços, como compras no próprio aplicativo; compras nas lojas físicas Magazine Luiza; pagamento de contas de consumo (água, luz e outras) ou transferindo o saldo para outros usuários do SuperApp.
O aplicativo Ame também é de uma grande empresa de comércio eletrônico: a B2W, criada pela fusão entre Submarino, Shoptime e Americanas.com. O aplicativo pode ser usado para pagar compras feitas em uma grande rede de lojas parceiras, e o usuário recebe cashback pelas compras, podendo usá-lo nas mesmas lojas parceiras. O serviço também permite enviar e receber dinheiro facilmente entre contas Ame, o que pode ser feito por meio de QR Code.
Um mecanismo que tem se tornado bastante popular para ganhar dinheiro de volta nos sites de comércio eletrônico é o lembrador de ofertas para Google Chrome. O plugin da Cuponeria, da Meliuz ou da Cuponomia são alguns exemplos: com uma instalação muito simples e desenvolvidos de maneira a ficar bastante leves, eles aparecem na tela lembrando do cupom e dos cashbacks no momento que o usuário vai concluir a compra. Talvez essa seja a forma mais simples de economizar.
Bancos e bandeiras de cartão também têm utilizado cashback para atrair e fidelizar clientes. É o caso, por exemplo, do Banco Inter e do Next. Nesse caso, cada compra realizada dá direito a dinheiro de volta na fatura, e esse benefício também é cumulativo com os oferecidos pelos varejistas e pelos sites e aplicativos de cupons e cashback.
Como podemos ver, a tendência está sendo adotada por diferentes mercados e de forma bastante abrangente: aplicativos de pagamento; bandeiras de cartão; grandes varejistas, além dos sites e aplicativos especializados.
Quem se beneficia com isso? Primeiramente os clientes, que recebem dinheiro de volta – em muitos casos cumulativo – em suas transações. Por outro lado, as empresas responsáveis pelo cashback ganham uma poderosa ferramenta de atração e fidelização. De acordo com a Clearsale, o Brasil foi um dos melhores mercados para o e-commerce em 2020, com um crescimento de 22%, e de acordo com a XP o mesmo mercado deve crescer 32% em 2021. A tendência é uma explosão do mecanismo de cashback nos próximos anos, com o crescimento das soluções vigentes e novos entrantes.
* Nara Iachan (Forbes Under 30) é fundadora e CMO da Cuponeria. Formada em Economia pela UFRJ e com MBA em Gestão e Desenvolvimento Empresarial, também pela UFRJ, é apaixonada por empreendedorismo, marketing e inovação.