Meu nome é João Bosco, sou brasiliense, tenho 55 anos, casado, 4 filhos e 3 netos. Por mais de 25 anos trabalhei como Gestor de Facility, nas áreas Administrativa e de Segurança, em grandes empresas como Embratel, Mitsubishi e Fundação Getúlio Vargas. Trabalhava das 6h às 20h, dentro de um escritório fechado e não via perspectiva de mudanças, de melhorias.
Entre idas e vindas no eixo Rio-São Paulo, cidades em que vivi com a família devido ao trabalho, percebi que ainda tinha uma vida para viver, tinha energia e que só faltava atitude para sair de uma zona, talvez, de conforto. Há sete meses resolvi jogar tudo para o alto, deixei a estabilidade do emprego e me mudei para Florianópolis em busca de uma melhor qualidade de vida. Encontrei! O passo paralelo foi o reposicionamento profissional. Função: empreendedor. Abri uma franquia da Maria Brasileira, empresa que intermedia serviços de faxineira, passadeira, cuidador de idosos, passeador de cães, entre outros. Agora sou dono da minha agenda e da minha vida. Consigo escolher o período em que quero trabalhar, curto mais a família, vejo e me relaciono com pessoas o tempo todo e pratico exercícios físicos, inclusive já perdi 9 quilos.
Isso não significa que a nova rotina empreendedora é fácil. Atualmente coordeno 40 prestadoras de serviço, mas muitas vezes coloco a mão na massa e atendo clientes que precisam de uma faxina e não podem esperar. Para mim isso não é nenhum problema. Venho de uma criação onde minha mãe me ensinou fazer tudo dentro de casa, não importava que eu era menino. Ela dizia que quem não sabe fazer, também não sabe mandar. Esse ensinamento hoje faz todo o sentido na minha nova rotina.
Quando falo que não tenho uma faxineira disponível para o serviço e pergunto se pode ir um homem, a princípio causa estranheza, mas nunca tive uma recusa. As clientes aceitam e se surpreendem. Dizem que o serviço fica até melhor do que quando uma mulher faz. O que não dá, nessa vida empreendedora, é perder clientes, não é mesmo?